Share the post "Xaropes Substitutos de Açúcar: serão alternativas mais saudáveis?"
O açúcar é, hoje, encarado como a verdadeira droga do século XVI, sendo uma substância omnipresente na alimentação (está amplamente disseminado em vários alimentos).
Como alternativa, surgiram os adoçantes, entre os quais os xaropes substitutos de açúcar, que, como tudo, apresenta, prós e contras.
De facto, o consumo de açúcar branco tem sido associado ao aparecimento das doenças crónicas típicas da sociedade atual, nomeadamente, a obesidade, diabetes, cancro e doenças cardiovasculares, constituindo um verdadeiro exemplo de calorias vazias, de absorção rápida, que pode criar dependência.
Já os adoçantes, na sua maioria, têm o mesmo número ou até maior valor energético que o açúcar branco, mas um poder adoçante superior, o que permite usar uma quantidade menor e, por isso, é que “engordam menos”.
Por outro lado, existem outros adoçantes que têm o mesmo poder adoçante mas menos calorias.
No entanto, há mais elementos a ter em conta nesta comparação além do valor energético, nomeadamente o índice glicémico e a presença de micronutrientes. Como tal, mesmo os xaropes substitutos de açúcar apresentam prós e contras.
Xaropes Substitutos de Açúcar: Prós e Contras
1. Xarope de Agave
Extraído de um cato sul-americano originário do México, o xarope de agave é produzido a partir de várias espécies desta planta, sendo composto por 70% de frutose. Tem uma cor semelhante à do mel e uma textura fluída, sendo uma alternativa vegan a este.
Este tipo de açúcar encontra-se naturalmente presente na fruta e no mel, mas que quando isolado, pode causar resistência à insulina e, em casos mais graves, diabetes, deposição de gordura no fígado e excesso de peso/ obesidade.
Embora tenha um valor energético superior ao do açúcar, tem também um poder adoçante 1,4 a 1,6 vezes maior, podendo ser usado em menor quantidade.
Além disso, apresenta uma outra vantagem: um índice glicémico menor do que o açúcar, o que faz com que a sua absorção seja mais lenta, minimizando a ocorrência de picos de glicemia.
Nutricionalmente, apresenta na sua composição as vitaminas C, B2 (riboflavina) e ácido fólico, o que constitui mais uma vantagem face ao açúcar branco, que não contém vitaminas.
No entanto, e apesar dos benefícios destes nutrientes, o xarope de agave apresenta um teor elevado de açúcares (frutose e glicose), não devendo ser uma fonte alimentar primordial para obter estas vitaminas.
2. Xarope de Frutose / Xarope de Milho Rico em Frutose
Tal como referido anteriormente, a frutose é o açúcar natural da fruta e do mel, mas que também pode ser vendido isolado como adoçante.
Sob a forma de adoçante, a frutose está presente em muitos alimentos processados, nomeadamente sob a forma de xarope de milho rico em frutose (high fructose corn syrup), que apresenta 55% de frutose na sua composição.
Este xarope substituto de açúcar é um dos mais usados, porque embora tenha as mesmas calorias que o açúcar, tem um poder adoçante 1,8 superior, o que permite usar menor quantidade.
A sua utilização é mais indicada para adoçar alimentos frios, já que acima de 60ºC perde parte das duas propriedades adoçantes, tornando-se equivalente ao açúcar.
3. Xarope de Acer (Maple Syrup)
Produzido a partir da seiva das árvores de ácer, é também um adoçante natural que possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, sendo também uma alternativa vegan ao mel.
Este xarope tem variações, dependendo da época e da região onde a seiva é extraída: quanto mais escura for sua coloração, mais forte será o seu sabor.
À semelhança do mel, o xarope de ácer, é rico em minerais, como o magnésio, zinco, cálcio, cobre e ferro, sendo nutricionalmente mais interessante que o açúcar. Além disso, possui um valor energético inferior.
4. Açúcar de Coco
Extraído das flores do coqueiro, tem como vantagens o facto de ser pouco processado, rico em nutrientes como potássio, ferro, zinco e fósforo, e vitaminas do complexo B e apresentar um baixo índice glicémico.
Como desvantagens, apresenta um valor energético superior ao do açúcar, embora se possa usar em menor quantidade. Como tal, deve ser consumido com moderação.
5. Xilitol
Este composto é obtido a partir da fruta, vegetais ou casca de bétula e encontra-se frequentemente na composição de pastilhas elásticas. O seu poder adoçante é similar ao do açúcar, mas tem muito menos calorias e um índice glicémico muito mais baixo.
É indicado para diabéticos, na medida em que não requer insulina para ser metabolizado.
Como desvantagens, pode causar gases e desconforto digestivo em pessoas sensíveis.
6. Stevia
É o adoçante do momento. Extraída das folhas de uma planta da América do Sul, vende-se em líquido e pó.
Como vantagens, apresenta valor energético nulo, não tem impacto no índice glicémico, tem um poder adoçante 30 a 200 vezes superior ao açúcar e alguns estudos referem efeitos positivos sobre a azia, os triglicéridos, o colesterol e a obesidade.
A versão em pó é rica em sais minerais como magnésio, manganês, potássio, selénio, zinco e vitamina B3.
O único senão parece mesmo ser o sabor, que não é tão agradável e o facto de não aguentar temperaturas superiores a 120ºC.
E afinal, o que é melhor: açúcar ou xaropes substitutos de açúcar?
A palavra-chave, tanto para o açúcar como para os xaropes substitutos de açúcar é a moderação. Tente alternar entre as várias opções, de modo a usufruir das vantagens de cada uma delas e não se expor continuamente às suas desvantagens.
Caso queira optar pelo açúcar comum, escolha o menos refinado, ou seja, o que apresentar um grão mais escuro e maior. Neste sentido, o açúcar mascavado é o melhor e o refinado o pior.
A outra opção é o mel, que é composto por frutose e glicose e tem a vantagem de ser rico em vitaminas B e C, minerais (cálcio, ferro, cobre, magnésio, fósforo e potássio), ter propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e antimicrobianas.
Relativamente aos adoçantes, o Stevia parece constituir a melhor opção.
Outras designações de açúcar
Por último, importa salientar que o açúcar apresenta uma longa lista de outras denominações que convém estar atento no rótulo.
Deixamos-lhe alguns exemplos além dos xaropes substitutos já referidos:
- Açúcares puros: açúcar amarelo, o açúcar de beterraba, de tâmara, o açúcar invertido, o açúcar mascavado, o açúcar turbinado e o caramelo.
- Outras formas de açúcar: mel, melaço, melaço de cana, malte de cevada, rapadura, caldo de cana desidratado, cana-de-açúcar, maltodextrina, sumo de fruta concentrado, sumo de fruta desidratado e goma-arábica.
- Xaropes substitutos de açúcar: Xaropes de alfarroba, de malte, de aveia, de arroz, de sorgo.
- “Ose’s”: dextrose, a frutose, a sacarose, a maltose, a galactose, a lactose e a glucose.
- Açúcares álcool: xilitol, o eritol, o manitol e o sorbitol.