Quando comparado com um adulto, os níveis de vitamina K no recém-nascido são mais baixos. A vitamina K é fundamental para a função de coagulação do sangue. Contudo, essa quantidade é, normalmente, suficiente para prevenir possíveis hemorragias. Apesar disso, alguns bebés não têm os níveis necessários desta vitamina, podendo levar a algumas consequências.
Na primeira hora de vida é administrada vitamina K, tanto nos bebés de termo como nos bebés prematuros. Esta injeção serve para prevenir a doença hemorrágica do recém-nascido. A administração é constituída por uma toma única na coxa do bebé.
Esta injeção é normalmente dolorosa para o recém-nascido. Por este motivo, a sua administração pode ser feita com o recém-nascido no colo da mãe, para que beneficie do conforto e do aconchego proporcionado pelo contacto pele na pele no corpo materno.
A VITAMINA K NO RECÉM-NASCIDO
Os baixos níveis de vitamina K no recém-nascido devem-se principalmente a três fatores:
- O fígado ainda é imaturo.
- O intestino do recém-nascido possui poucas bactérias e, por isso, elas não produzem quantidade suficiente de vitamina K.
- Pouca transferência de vitamina K da mãe para o bebé, através da placenta.
Se a quantidade de vitamina K não for suficiente, a coagulação do sangue pode não ocorrer adequadamente e o recém-nascido pode sofrer hemorragias em qualquer parte do corpo.
DOENÇA HEMORRÁGICA DO RECÉM-NASCIDO
A doença hemorrágica do recém-nascido é rara, mas é uma situação grave. A incidência da doença é de 1 em cada 10.000 bebés de risco se não receberem administração de vitamina K após o parto. Cerca de metade dos bebés que desenvolvem doença hemorrágica do recém-nascido sofrem hemorragia intracraneana, que pode provocar danos cerebrais ou levar à morte.
Os baixos níveis de vitamina K no organismo do recém-nascido pode levar ao desenvolvimento da doença hemorrágica do recém-nascido. A sua forma clássica surge nos primeiros sete dias de vida. No entanto, na sua forma tardia, os sintomas podem surgir até aos seis meses de vida do bebé.
Por este motivo, é fundamental que o recém-nascido receba suplementação de vitamina K imediatamente após o nascimento. Esta vitamina é vital e a sua ausência pode levar a uma deficiência na coagulação do sangue.
Fatores de risco
- Bebés pré-termo (antes das 37 semanas)
- Partos com trauma (por fórceps, ventosa ou cesariana onde houver trauma)
- Bebés com dificuldade respiratória e que não receberam oxigénio suficiente após o parto
- Bebés de mães medicadas com anti-convulsivantes, anti-coagulantes ou tuberculostáticos
Sintomas
A doença hemorrágica do recém-nascido é manifestada pelos seguintes sintomas:
- Hemorragia do nariz
- Hemorragia do trato gastrointestinal
- Vómitos com sangue
- Sangramento do umbigo
- Contusões
- Hemorragia dos órgãos internos
- Hemorragia cerebral
PREVENÇÃO DO DÉFICE DE VITAMINA K NO RECÉM-NASCIDO
Esta patologia pode provocar danos graves ao recém-nascido e, para além disso, não é fácil determinar o risco de a desenvolver. Por este motivo, foi instituído por rotina nas maternidades, a administração de vitamina K, injetada na coxa do bebé, logo após o nascimento. Também existe a possibilidade da administração ser via oral, no entanto esta via exige mais administrações posteriores.
Até à data, não há estudos científicos que determinem qual é a quantidade padrão de fatores de coagulação que o recém-nascido deve ter. Para além disso, não se sabe se os níveis de vitamina K de um adulto sejam uma boa referência.
O leite artificial é suplementado com vitamina K e, devido a este motivo, os bebés alimentados com leite artificial facilmente atingem níveis deste fator de coagulação semelhantes a um adulto. Quando a administração de vitamina K é feita via intramuscular ou via oral, a sua concentração atinge níveis muito superiores aos determinados em indivíduos adultos.