Share the post "Viajar com animais de companhia: guia completo, passo a passo"
É certo e sabido que os portugueses têm uma certa tendência para deixar as coisas para resolver em cima da hora. Porém se vai viajar com animais de companhia deverá preparar-se com a devida antecedência para que nada falhe e tudo corra da melhor maneira.
Neste artigo iremos revelar quais os documentos necessários, a forma de transporte e esclarecer muitas outras dúvidas e cuidados que deve ter.
Documentos necessários para viajar com animais de companhia
Se se vai aventurar pela primeira vez a viajar com animais de companhia, então perceberá que não é propriamente uma tarefa simples. A começar pelos documentos e requisitos necessários:
- Depois de escolher o destino, confirme junto da embaixada portuguesa se existe alguma restrição;
- Marque uma consulta no veterinário para resolver várias questões:
- Fazer um check up geral;
- Tomar todas as vacinas em falta;
- Se ainda não tem o seu animal registado, faça-o. Por dois motivos: em primeiro lugar, porque sempre que viajar com um animal ele precisa de estar identificado com microchip; em segundo lugar, porque irá precisar do Passaporte de animal de companhia da União Europeia. Neste campo, o plano de saúde Vetecare poderá ser uma grande ajuda, visto que poderá aceder a este serviço numa clínica bem perto da sua área de residência;
- Proceder à desparasitação interna e externa;
- O seu animal precisa de ter todas as vacinas em dia, principalmente a vacina da raiva, havendo, inclusivamente países que pedem uma “titulação de anticorpos da raiva”, ou seja, um comprovativo de análise sanguínea para verificar a eficácia da vacinação antirrábica.
Transporte de animais na União Europeia, Suíça, Noruega (gatos), Andorra, Liechtenstein, Mónaco, São Marino e Vaticano
Para poder viajar com animais para estes países, necessita de:
- Passaporte de animal de companhia da União Europeia, selado e assinado por um médico veterinário clínico;
- Identificação do animal com microchip (cuja colocação deve ser antes da vacinação antirrábica, e o nº de identificação do microchip deve constar no Passaporte) ou tatuagem (apenas válida antes de 3 de julho de 2011).
Se o animal tiver mais de 3 meses, deverá ainda proceder à vacinação antirrábica, que deve ser administrada em data posterior à data da colocação do microchip.
Além disso, os animais têm de esperar 21 dias, após a data da primovacinação contra a raiva, para poder realizar a viagem, considerando-se como primovacinação a primeira vez que se vacina um animal ou após interrupção do correto protocolo vacinal.
Alguns Estados Membro autorizam a entrada de animais com idade inferior a 3 meses não vacinados contra a raiva – poderá consultar todas as indicações no portal da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária.
Se desejar transportar cães para o Reino Unido, Irlanda, Malta, Finlândia e Noruega, então é ainda necessário proceder a Tratamento contra o “Echinococcus multilocularis” (parasitas do intestino delgado dos cães), 1 a 5 dias (24 -120 horas) antes da hora de entrada no país, atestado pelo médico veterinário que o efetuou, no Passaporte de Animal de Companhia da União Europeia, bem como outros cuidados adicionais.
Outros países são ainda mais exigentes no que ao transporte de animais diz respeito, nomeadamente Suíça, Noruega e Islândia.
Transporte de animais para fora da União Europeia
Na maioria das viagens para fora da EU é necessária a preparação de documentos e/ou certificados a emitir em Portugal, pelos gabinetes locais da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária. Poderá ver aqui onde se localiza o centro mais próximo da sua área de residência.
O pedido de emissão de certificados deve ser efetuado com a antecedência mínima de 3 semanas da data da viagem e deve ser preenchido de acordo com as condições exigidas pelo país de destino do animal.
Transporte de animais para África
Se vai viajar para este continente, então atente às seguintes regras, em vigor na larga maioria dos países africanos:
- Exceto quando vindos do Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia, todos os animais devem ser vacinados anti raiva, pelo menos 30 dias e no máximo um ano antes da chegada;
- Os filhotes de animais de menos de 12 semanas são cobertos pela vacina da mãe;
- É necessário apresentar um visto de importação para todos os animais, os quais devem ser aprovados pelo gabinete que tutela a saúde animal de cada país;
- O período de quarentena de 14 dias é aplicável a cães de diversos países específicos, sendo que os gatos não estão sujeitos a essa exigência;
- É necessário um certificado de estado de saúde que comprove que o animal foi examinado por um veterinário no país de origem;
- Todos os animais de estimação que viajem de avião deverão ser transportados como carga declarada.
Transporte de animais para a Ásia
A maioria das companhias aéreas aceita o transporte de animais de companhia, com as seguintes exceções, devido a regras dos países do destino:
- Cães e gatos com menos de 6 meses de idade;
- Todos os pássaros, mesmo os enviados entre zoológicos governamentais;
- Porcos;
- Primatas para investigação;
- Todos os cães de nariz arrebitado como o Pequinês, Shih-Tzus, Boxers, Bulldogs e Pugs;
- Todas as seguintes raças: Terriers, Boxers, Pugs, Bulldogs, Spaniels, Mastiff, Brussels Griffin, Chow Chow, Japanese Chin, Lhasa Apso, Pekinese, Pit Bull, Shar Pei, Shih Tzu, Tosa, Akita, Dogo Argentino e Cão de Fila Brasileiro;
- Transporte de gatos e cães para fora ou para dentro da Austrália, Brunei, Denpasar, Nova Zelândia, África do Sul e Estados Unidos;
Transporte de gatos e cães para Hong Kong, Taipei (de certos países) e Reino Unido.
Aqui poderá aceder a todas as entidades que regulam a entrada de animais nos países asiáticos, para esclarecer qualquer dúvida adicional que possa ter.
Cuidados e normas específicas de acordo com a raça do animal
Ao contrário do que possa pensar, esta questão não diz só respeito a cães de raças consideradas potencialmente perigosas. Há cuidados específicos a ter, por uma questão de saúde, com animais que possuem o focinho achatado, dado que são mais suscetíveis a alterações de temperatura e problemas respiratórios.
Informe-se junto do seu veterinário sobre quais as melhores opções.
Trazer um animal de companhia do estrangeiro
Deve informa-se sobre qual o procedimento no país de origem da viagem, para evitar maiores complicações. Em Portugal, deverá entrar em contacto com o aeroporto de destino para informar sobre a entrada do seu animal de estimação. Assim, será destacado um veterinário para verificar toda a documentação do animal de forma a garantir a entrada segura no país. Este serviço tem um custo associado de 40€.
Certifique-se, então, que tem toda a documentação necessária para garantir que poderá entrar sem problemas no país. Nestes casos, os requisitos para entrar no território português são:
- Ter todas as demais vacinas em dia;
- Possuir uma declaração do veterinário do país de origem, bem como o boletim sanitário; ou o Passaporte de animal de companhia da União Europeia;
- Titulação de anticorpos da raiva.
Se não cumprir com estas regras, saiba que o animal pode ficar de quarentena (caso o veterinário considere que há algum perigo), pode ser transportado novamente para o país de origem, está sujeito ao pagamento de coimas e, no pior cenário possível, poderá ser equacionada a prática da eutanásia animal.
Seja para a aplicação das vacinas – que todos os animais devem sempre ter em dia, independentemente de viajarem ou não, seja para aconselhá-lo para sobre os procedimentos mais indicados e dar-lhe as recomendações adequadas ao seu animal de estimação, com a rede de parceiros Vetecare, terá ao sempre ao dispor um profissional para ajudar nestas questões.
Transportar os animais em segurança
Não basta comprar uma caixa transportadora e colocar o animal lá dentro. Os cuidados são bem mais exaustivos:
- Precisa de saber as medidas do seu animal: comprimento, altura e a largura;
- Escolher uma caixa transportadora adequada às medidas do seu animal e que seja aprovada pela IATA, que responde a leis internacionais de transporte animal;
- Identifica a caixa transportadora, onde conste o nome do animal, o nome do dono e o respetivo contacto;
- Tomar medidas preventivas para prevenir acidentes, nomeadamente: retirar a coleira, correias e peças de roupa;
- Não deve deixar nenhum objeto dentro da caixa transportadora a não ser uma manta ou pequeno colchão preferencialmente com o cheiro do dono, para provocar uma sensação familiar e tranquila.
Transportar o animal consigo na cabine
Apenas os animais de companhia de pequeno porte poderão viajar consigo na cabine, ou seja, com peso até um máximo de 10 quilogramas (incluindo o peso da transportadora) e, nalgumas companhias, com o seguinte tamanho limite 50x40x23cm.
Transportar o animal no porão do avião
Além de respeitar as caixas transportadoras aprovadas pela IATA, algumas companhias colocam restrições adicionais, nomeadamente no que à idade e peso diz respeito. Desta forma, poderá não poder transportar um animal com menos de 3 meses e 21 dias, outras companhias não aceitam o transporte de animais com mais de 32 ou 70 quilogramas (incluído a caixa transportadora).
Além disso, e no caso low cost, são muito poucas as transportadoras aéreas as que permitem viajar com animais de companhia.
Como preparar o seu animal para a primeira viagem de avião
A primeira viagem de avião para um animal pode ser complicada, por vários motivos: quer por estarem longe dos donos, quer porque o próprio ambiente pode despoletar crises de stress e ansiedade. Como tal, recomenda-se que comece a preparar o animal pelo menos com um mês de antecedência. Nesse caso, temos algumas dicas para si:
- Treine o seu cão para ficar relaxado enquanto se encontra dentro da caixa transportadora de forma progressiva, começando por deixá-lo lá dentro por períodos curtos e ir aumentando o tempo de forma gradual. Nas primeiras vezes, deve deixar a porta aberta, e só quando ele se mostrar mais confiante, fechar a porta;
- Antes da viagem de avião, deve passear com o seu cão, de modo a ele gastar todas as energias e fazer todas as necessidades fisiológicas;
- Passe tempo com o animal antes da viagem e brinque com ele, deixando-o feliz e descontraído. Se não tiver oportunidade de o fazer, então, conseguirá tirar o máximo de proveito de uma das grandes vantagens em aderir ao plano Platinium da Vetecare. Desta forma, poderá aceder a serviços como dog walking ou spa de animais, para que o seu cão ou gato fique o mais relaxado tranquilo;
- Não deve utilizar sedativos durante uma viagem de avião, porque o animal pode reagir mal ao medicamento administrado, provocando dificuldades respiratórias durante as mudanças de pressões típicas de uma viagem de avião;
- Não deve alimentar o animal antes da viagem, pois a existência de comida ou água no organismo podem ser prejudiciais em casos de alteração do sistema nervoso.
O plano de saúde animal Vetecare disponibiliza programas de treino e obediência não só para as questões do dia-a-dia, como também a preparação do animal para situações específicas, como é o caso das viagens. O velho ditado de “mais vale prevenir do que remediar” nunca soou tão bem!
>> Saiba todas as condições do plano de saúde animal aqui
Viajar com animais de companhia: recomendações adicionais
Quando viaja leva todos os materiais de que irá precisar, pelo que o mesmo deve acontecer com o animal de estimação. Como tal, prepare uma mala com a ração habitual, snacks, brinquedos, medicamentos necessários e roupas, principalmente se viajar para destinos com temperaturas muito baixas.
De resto, deve manter uma atitude calma e tranquila, para que o animal sinta a sua energia positiva. Irá correr tudo bem!
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