Share the post "Vacinação durante a gravidez: será uma opção viável nesta fase?"
A vacinação durante a gravidez será assim tão benéfica?
As vacinas atuam sobre o sistema imunitário para estimularem a produção de anticorpos contra um determinado agente infecioso, evitando que a pessoa vacinada venha a ter essa doença quando entra em contacto com aquele microrganismo.
A imunização através de vacinas protege tanto a mãe quanto o feto contra diversas doenças. Algumas vacinas são seguras durante a gravidez, mas existem outras que não.
VACINAÇÃO DURANTE A GRAVIDEZ – RECOMENDAÇÕES DA DGS
Vacina | Recomendação |
Tdpa (tétano, difteria e tosse convulsa) | Recomendada (20-36 semanas de gestação) |
Td (Tétano e difteria), VHB (Hepatite B), VIP (Poliomielite), MenC (Meningite), Pn13 (Pneumonia) | Administrar, se indicadas |
HPV (Papiloma vírus Humano) | Não recomendada (por insuficiência de dados) |
VASPR (sarampo, parotidite/papeira e rubéola) | Contra-indicada |
VACINAÇÃO DA GRÁVIDA CONTRA A TOSSE CONVULSA
É recomendada em cada gravidez e com o objetivo de proteger passivamente contra a tosse convulsa do recém-nascido, uma dose da vacina contra o tétano, difteria e tosse convulsa entre as 20 e as 36 semanas de gestação, idealmente até às 32 semanas.
A vacinação durante a gravidez com Tdpa deve ocorrer após a ecografia morfológica (recomendada entre as 20 e as 22 semanas). A Tdpa é administrada em cada gravidez, em dose única, independentemente do estado vacinal da grávida em relação à tosse convulsa, tétano e difteria e do tempo decorrido desde a última vacina.
Após as 36 semanas de gestação, a Tdpa confere apenas proteção indireta do recém-nascido e lactente através da prevenção da doença na mãe.
VACINAÇÃO DA GRÁVIDA CONTRA O TÉTANO E DIFTERIA (TD)
Cada mulher em idade fértil deve ter registo de, pelo menos, 5 doses de vacina contra o tétano antes de engravidar.
Um dos reforços deve ser feito próximo do início da idade fértil, como previsto no esquema vacinal recomendado.
Cada contacto com os serviços de saúde é uma oportunidade de vacinação que não deve ser perdida.
As grávidas que não tenham completado o esquema vacinal contra o tétano, recomendado no PNV, devem vacinar-se até terem, no mínimo, 5 doses. Se este número de doses não ficar completo durante a gravidez, deve ser completado o mais cedo possível, continuando com os outros reforços recomendados ao longo da vida.
A decisão de vacinar contra o tétano (vacina Tdpa e/ou Td) durante a gravidez e o número de doses a administrar, deve basear-se no número total de doses de vacina contra o tétano recebidas durante toda a vida, do tempo decorrido desde a última dose, da idade da mulher e do intervalo mínimo entre doses de Td.
Se for necessário administrar 1 ou 2 doses de vacina contra o tétano e difteria (Td) durante a gravidez:
- A primeira dose pode ser administrada na primeira consulta durante a gravidez, independentemente do trimestre, de acordo com a avaliação do risco, em função da história vacinal anterior e do perfil de acesso e de utilização dos serviços de saúde;
- Se a primeira consulta ocorrer no 1º trimestre da gravidez e houver confiança num seguimento regular da grávida, a primeira dose pode ser diferida para o início do 2º trimestre;
- Administrar a segunda dose até 2 semanas antes do parto (idealmente até 4 semanas antes do parto);
- Uma das doses a administrar é Tdpa (tétano, difteria e tosse convulsa), entre as 20 e as 36 semanas de gravidez, idealmente até às 32 semanas.
VACINAÇÃO DA GRÁVIDA CONTRA A RUBÉOLA (VASPR)
As grávidas não devem ser vacinadas com vacinas vivas. As vacinas vivas atenuadas representam um risco para o feto.
A VASPR (vacina contra sarampo, parotidite/papeira e rubéola)está, portanto, contra-indicada durante a gravidez.
Para prevenção da rubéola congénita as mulheres em idade fértil que não tenham história credível da doença devem estar vacinadas contra a rubéola até pelo menos 4 semanas antes de engravidarem.
As grávidas não protegidas, se expostas a um caso de rubéola, devem ser acompanhadas clinicamente, uma vez que não podem ser vacinadas com a VASPR.
A grávida não protegida deve ser vacinada com VASPR na 1ª oportunidade após o parto
VACINAÇÃO DA GRÁVIDA CONTRA A GRIPE
As vacinas antigripais podem ser utilizadas em qualquer fase da gravidez.
Dados mais abrangentes sobre segurança estão disponíveis para o segundo e terceiro trimestre, quando comparados com o primeiro trimestre; no entanto, os dados disponíveis a nível mundial da utilização das vacinas antigripais não indicam que a vacina possa ter efeitos nocivos sobre a gravidez ou para o bebé.
Assim estão indicadas como grupo alvo prioritário grávidas que, em Outubro, estejam no 2º ou 3º trimestre da gravidez, para proteção de uma eventual evolução grave da doença durante a gravidez e para proteger os seus bebés durante os primeiros meses de vida.
A reter…
As vacinas a administrar durante a gravidez são inativadas e a vacinação deve ocorrer, se possível, no 2º e 3º trimestres de gestação, a fim de evitar a associação temporal entre as vacinas e algum eventual problema com o feto.
As vacinas vivas estão contra-indicadas durante a gravidez.
Qualquer vacina que não esteja especificamente indicada na gravidez, não deve ser administrada. Por insuficiência de dados, não é recomendada a vacinação durante a gravidez.