A trombose é um problema bem mais comum do que se pensa. Cerca de uma em cada quatro pessoas acaba por morre em consequência desta doença.
A trombose não é mais do que um coágulo sanguíneo que circula no local errado, podendo vir a bloquear ou prejudicar o fluxo de sangue de uma determinada zona, ou mesmo um órgão.
É um problema grave, que afeta grande parte da população e, por isso, é importante que se mantenha atento e saiba quais as principais causas e sintomas desta doença, bem como algumas medidas preventivas que pode adaptar à sua vida.
Trombose: o que é?
Tal como já foi referido, a trombose é um distúrbio vascular provocado por um coágulo de sangue que bloqueia o fluxo sanguíneo no interior de uma veia. Quando este coágulo se liberta, num fenómeno chamado de embolia, pode atingir o coração, pulmões ou qualquer veia do organismo, impedido assim a circulação do sangue nessa zona.
Por vezes, algumas regiões do organismo, ou mesmo órgãos, ficam sem irrigação.
Esta falta de irrigação pode causar dor e inchaço e, quando não tratado a tempo, leva a complicações graves, como por exemplo embolia pulmonar, gangrena venosa, amputação ou mesmo a morte.
Este problema, apesar de não ser específico de nenhum género, afeta maioritariamente as mulheres, especialmente na faixa etária entre os 20 e os 40 anos, devido a maior exposição a certos fatores de risco.
10 principais fatores de risco
Tal como em quase todas as doenças, existem alguns fatores de risco que, tal como o nome indica, aumentam o risco de sofrer uma trombose. No entanto, ter um destes fatores de risco não o torna automaticamente susceptível de desenvolver este problema. Deve, no entanto, manter-se mais atento e estar familiarizado com a doença.
Conheça os fatores de risco de uma trombose.
Idade
São as pessoas com mais de 60 anos que sofrem mais com este problema, sendo que pode acontecer a qualquer pessoa, apesar de os jovens representarem uma minoria no total de casos.
Pílula anticoncepcional ou terapia de reposição na menopausa
Este é um dos fatores de risco mais associados a casos de trombose. A pílula exerce efeitos negativos na coagulação sanguínea, levando a que mulheres que fazem esta reposição hormonal tenham mais risco de sofrer uma trombose do que mulheres que não fazem.
Assim, as mulheres que fazem reposição hormonal e têm mais de 60 anos, correm um risco grande de sofrer problemas deste tipo.
Ficar em repouso durante longos períodos de tempo
Seja por culpa de uma cirurgia que implicou um período grande de internamento ou uma viagem de avião que o obrigou a estar sentado muitas horas seguidas, o risco de produzir coágulos aumenta quando permanece sentado/deitado por muito tempo.
O facto das pernas se manterem na mesma posição muito tempo, faz com que os músculos não sofram contrações, dificultando a circulação sanguínea o que pode provocar a formação de coágulos.
Gravidez
Uma gravidez implica uma adaptação do corpo às novas alterações que esta provoca. Uma das alterações é o aumento da pressão nas veias da pélvis e da perna, o que leva à formação de coágulos com mais facilidade.
Cirurgias
Quando se passa por uma intervenção cirúrgica, as vias e artérias acabam por sofrer algumas alterações, aumentando a formação de coágulos. Também a anestesia, uma prática comum na maior parte das cirurgias, é uma forte inimiga da formação destes, uma vez que facilita a coagulação.
Obesidade
Também a obesidade é um fator de risco importante uma vez que o excesso de peso e a acumulação de gordura levam a uma maior pressão nas paredes das veias, dificultando a passagem do sangue. Esta dificuldade pode levar a uma trombose.
Problemas de saúde
Alguns problemas de saúde, como como hipertensão, colesterol alto, aterosclerose, diabetes, infeções gastrointestinais, insuficiência cardíaca, cancros ou mesmo alguns tratamentos, facilitam a coagulação devido à presença de determinadas substâncias na corrente sanguínea. É por isso muito importante o acompanhamento médico para evitar problemas mais graves.
Varizes
Por último, as mulheres (e alguns homens) que têm facilidade em ganhar varizes têm de ter mais cuidado uma vez que estas provocam uma diminuição da velocidade do fluxo sanguíneo nas veias dilatadas. Esta variação no fluxo, favorece a formação de coágulos sanguíneos.
Predisposição genética
Algumas famílias possuem uma desordem que facilita a coagulação sanguínea – hipercoagulabilidade. Este fator de risco, por si só não desenvolve este problema, no entanto, quando associado a outros fatores de risco, pode ser preocupante.
Tabagismo
É um fator de risco para inúmeras doenças e para a trombose não é exceção. Está relacionado com inúmeros fatores, sendo que o fumo e a nicotina afetam a circulação sanguínea, interferindo na coagulação.
Tipos de trombose
Trombose venosa: o tipo mais comum de tromboses, responsáveis pelo maior número de complicações e mortes. Estas ocorrem quando o coágulo de sangue se deposita numa veia, bloqueando-a.
Trombose arterial: este tipo é mais raro, e, tal como o nome indica, ocorre quando o coágulo bloqueia uma artéria, e não uma veia. Apesar de raras, são as principais causadoras de acidentes vasculares cerebrais (AVC) e enfartes do miocárdio (uma das principais causas de morte em todo o mundo).
Principais sintomas e sinais
É importante salientar que os sintomas muitas vezes não são visíveis, o que complica a descoberta do problema e o diagnóstico. No entanto quando mais cedo for detetada e tratada, melhor o prognóstico para o doente. Assim, esteja atento a sinais e sintomas como:
- inchaço repentino numa determinada região;
- dor ou sensação de peso;
- vermelhidão;
- sensação de calor;
- dificuldade em mover ou rigidez na musculatura;
- mudança do estado mental;
- fraqueza ou paralisia de um lado do corpo.
Hábitos para a prevenção de uma trombose
O acompanhamento médico ao longo da vida é essencial para uma vida saudável e controlada. Assim, só um médico lhe deve indicar a melhor forma de prevenir ou mesmo de evitar uma trombose, tendo como base a sua saúde e o seu dia-a-dia.
Algumas das dicas mais comuns e que deve implantar na sua vida, de forma a torna-la mais saudável, quer tenha ou não sintomas ou mesmo fatores de risco, são:
- praticar exercício físico;
- não fumar;
- evitar o excesso de bebidas alcoólicas;
- manter uma alimentação variada e equilibrada;
- manter um peso adequado à sua estatura e dentro do IMC;
- se tiver que viajar, ou manter-se sentado muitas horas seguidas, não se esqueça de utilizar roupa e calçado confortável, que não pressione as pernas;
- ainda dentro do tópico anterior, tentar esticar as pernas pelo menos de duas em duas horas, mesmo que isso implique dar só alguns passos dentro do mesmo local ou, em alternativa, utilizar meia de compressão;
- beber pelo menos 1,5L de água por dia.