Share the post "Triagem de Manchester: definição das cores das pulseiras nas urgências hospitalares"
A Triagem de Manchester atribui pulseiras com cores, desde o vermelho (urgente) até ao azul (não-urgente). Antes deste sistema, os utentes eram atendidos por ordem de chegada, salvo algumas exceções de caráter urgente.
Mas, a partir do momento em que a triagem de Manchester foi implementada nos serviços de urgência hospitalar, a situação mudou e a ordem de atendimento passou a basear-se no nível de gravidade dos casos apresentados pelos utentes.
O enfermeiro faz uma observação e regista alguns parâmetros que permitem atribuir uma cor correspondente a um grau de prioridade e sugerir um tempo de espera, até à primeira observação médica.
O QUE SIGNIFICAM AS CORES DAS PULSEIRAS DE TRIAGEM?

O sistema de triagem de Manchester é constituído por cinco cores, consoante o grau de gravidade e o tempo previsto para o atendimento do utente. Aos doentes com problemas mais graves é atribuída a cor vermelha, que corresponde a um atendimento imediato. Essas cores são utilizadas nas pulseiras atribuídas ao paciente no hospital.
Os casos muito urgentes recebem a cor laranja, para serem atendidos num espaço de tempo de dez minutos, enquanto a cor amarela significa um caso urgente, sendo estimado o atendimento no prazo de uma hora.
As cores verde e azul são atribuídas às situações que apresentam menor gravidade (pouco ou não-urgentes) e, como tal, são os casos que demoram mais tempo a serem atendidos, podendo levar entre duas a quatro horas, respetivamente.
Grau de prioridade | Cor | Características | Tempo de esperar para observação clínica |
Emergência | Vermelho | Caso gravíssimo. Risco de morte | Imediato |
Muita urgência | Laranja | Caso grave com risco de vida | 10 minutos |
Urgência | Amarelo | Gravidade moderada sem risco imediato | 60 minutos |
Pouca urgência | Verde | Pode aguardar atendimento | 120 minutos |
Não urgente | Azul | Caso para atendimento na unidade de saúde mais próxima da residência ou aguardam atendimento de acordo com horário de chegada. | 240 minutos |
COMO SABER O QUE É PRIORITÁRIO?

É importante frisar que o sistema de triagem de Manchester não pretende estabelecer diagnósticos, mas sim realizar uma triagem de prioridades, de acordo com critérios bem estabelecidos por este protocolo.
Assim, o principal objetivo é assegurar que os doentes mais graves são atendidos primeiro.
A triagem de prioridades constitui, ainda, uma etapa crucial na abordagem e gestão de qualquer situação em que o número de doentes excede a capacidade de resposta das equipas, seja durante o funcionamento normal dos serviços de saúde ou em situações de exceção.
Como é definida a prioridade?
Depois do acolhimento, o enfermeiro identifica de forma clara o motivo da vinda à urgência através da identificação da queixa. Depois seleciona um quadro entre 50 disponíveis (que seja o mais adequado entre vários possíveis para aquela queixa).
Esses quadros contêm várias questões que devem ser colocadas ao doente pela ordem apresentada e podem ser específicos para a situação em causa. Cabe ao profissional que realiza a triagem escolher o fluxograma que melhor se adequa à queixa principal do doente.
Por exemplo, no quadro de dispneia (falta de ar), surgem perguntas como: a respiração é ineficaz? O doente emite um estridor (som que pode ser inspiratório ou expiratório)? Existe dor precordial (dor pesada no centro do peito, que pode irradiar para o braço esquerdo ou para o pescoço)?…
O enfermeiro percorre, então, a lista de questões, realizando a medição de parâmetros fisiológicos, como a temperatura, atribuindo no final o respetivo grau de prioridade. Se, após a observação inicial, existir agravamento do doente durante o período de espera, o doente pode ser reavaliado, podendo ser alterada a cor anteriormente atribuída.