Share the post "Transporte de cães em automóveis: 3 formas de andar com o seu cão seguro e sem apanhar multa"
Provavelmente já passeou várias vezes com o seu animal de estimação e nunca pensou sobre as regras de transporte de cães em automóveis. Se se enquadra nessa categoria, então, chegou ao sítio certo.
Em Portugal, há legislação específica para tal, tutelada pelo artigo 10 do Decreto-Lei nº 276/2001, de 17 de outubro e pelo posterior Decreto-Lei nº 315/2003, de 17 de dezembro, onde consta que “o transporte de animais deve ser efetuado em veículos e contentores apropriados à espécie e ao número de animais a transportar tendo em conta o espaço, ventilação, temperatura, segurança e fornecimento de água de forma a salvaguardar a proteção dos mesmos e a segurança de pessoas e outros animais”.
Como vê, são vários os aspetos a ter em conta no que ao transporte de cães em automóveis diz respeito, até porque, o condutor deve sempre assegurar-se de que não verá prejudicada a sua condução ou que a sua segurança não fique comprometida em algum momento.
Aliás, nunca é demais relembrar que a Assembleia da República aprovou, por unanimidade, o estatuto jurídico dos animais, atribuindo-lhes a qualidade de “seres vivos dotados de sensibilidade” e “objeto de proteção jurídica em virtude da sua natureza”.
Para que tudo corra sem problemas nem imprevistos, e caso seja mandado parar pela polícia ou outra força de segurança, saiba que se o seu cão andar livremente no carro poderá ter de pagar uma multa de 60€ a 600€ e deve ainda fazer-se sempre acompanhar do boletim de vacinas e do registo do animal.
Transporte de animais em automóveis: 3 formas de o fazer
1. Caixa transportadora
Este é o meio de transporte mais óbvio, mais seguro e mais adequado para transportar qualquer animal de estimação e que não coloca em causa a segurança do condutor, nem irá, consequentemente, influenciar a sua prestação.
A transportadora deverá ser colocada num local específico de acordo com o tamanho do animal. Se for um cão de grande porte, o ideal será coloca-lo na mala do carro, porém, se for um cão de porte médio ou pequeno, poderá colocar a transportadora no chão do carro, presa entre o banco de trás e o banco da frente.
Poderá ponderar colocar a transportadora em cima no banco, todavia, vários testes de segurança efetuados comprovam que, em caso de embate, a transportadora poderá partir-se, ainda que esteja presa com o cinto de segurança, e, consequentemente magoar o animal.
2. Arneses
Este artigo é o cinto de segurança para o transporte de cães em automóveis e liga o peitoral do animal à coleira, impedindo a sua deslocação, em caso de acidente, exatamente como com os seres humanos.
Há dois tipos de arneses: de um gancho ou de dois, sendo que a segunda hipótese é, de longe, a mais segura e fiável.
Tal como acontece com o seu cinto de segurança, deverá sempre ajustar o comprimento do arnês de acordo com o tamanho do animal e prendê-lo de modo a impedir que colida com os bancos dianteiros.
3. Grelha ou rede divisória
Esta é mais uma boa forma de realizar o transporte de cães em automóveis, quer estes fiquem na mala, quer fiquem no banco traseiro. A grelha tem como objetivo criar uma barreira física entre o animal e o condutor para que a condução não seja inibida de nenhuma forma. Além de que é uma excelente alternativa para deixar o animal mais à vontade dentro do carro, o que é mais indicado para cães que sejam mais nervosos ou ansiosos.
Todavia, tenha em atenção que, com esta forma de transporte, as probabilidades de o animal sofrer uma lesão em caso de embate são bastante superiores em relação a um transporte com arnês ou dentro de uma transportadora.
A rede divisória consiste num sistema de transporte muito semelhante à grelha divisória, com a diferença de que é um tipo de material mais económico.
Transporte de cães em automóveis: conselhos práticos
Para que as viagens com o seu cão corram da melhor maneira, independentemente do tempo ou distância a percorrer, é importante que tenha em conta determinados aspetos para zelar pelo bem-estar animal. Atente:
- Antes de iniciar a viagem, o animal deve fazer as suas necessidades;
- Nunca deve efetuar o transporte do animal no colo, ou nos braços, nem em banco que contenha airbag, a não ser que este esteja desativado;
- Nunca deve deixar o animal no interior do carro ao sol e, se tiver mesmo necessidade de o fazer, deixe a janela aberta para ventilar e demore o menor tempo possível;
- Por muito divertido que possa parecer, os animais não devem nunca viajar com a cabeça de fora da janela. E são vários os motivos para tal: o animal pode bater nalgum objeto no exterior e pode magoar-se seriamente em caso de travagem brusca ou acidente;
- Se a viagem vai ser longa:
- Habitue o seu cão a andar de carro, se for algo que não costuma fazer;
- Dê-lhe uma quantidade de ração menor que a habitual por causa dos enjoos e vómitos;
- Se necessário, poderá dar um tranquilizante ao animal, para evitar grandes sensações se stress e ansiedade;
- Pondere mesmo fazer a viagem com o animal em jejum;
- Faça paragens frequentes para o cão poder fazer as necessidades e passear durante uns minutos.