Sofia Martins
Sofia Martins
07 Abr, 2017 - 16:41

Tudo o que precisa saber sobre o trabalho de parto

Sofia Martins

Está grávida e quer saber com o que contar no trabalho de parto? Desde os sintomas, exercícios, respiração, até ter o seu bebé nos braços, saiba tudo neste artigo.

Tudo o que precisa saber sobre o trabalho de parto

Antes de entrar em trabalho de parto, quer saber o que a espera e os cuidados que deve ter? Neste artigo falamos-lhe sobre o trabalho de parto.

Saiba com o que contar antes e durante o trabalho de parto. E como a alimentação também é um fator importante, descubra mais sobre este assunto no nosso artigo o que comer antes do trabalho de parto.

Fases do trabalho de parto

fases trabalho de parto

O trabalho de parto tem três fases e quando começam os sinais da primeira fase, os meses de preparação para o nascimento do bebé atingem o seu clímax.

PRIMEIRA FASE: CONTRAÇÕES


A primeira das fases do trabalho de parto começa assim que a grávida sente as primeiras contrações, que são diferentes das que as mulheres poderão sentir ao longo da gravidez.

É nesta altura que o colo do útero começa a dilatar-se. A primeira fase do trabalho de parto divide-se em três momentos diferentes.

1. Fase latente
A fase latente, que é quando o colo do útero começa a ser alargado.

2. Fase ativa
A fase ativa é quando as contrações se tornam mais dolorosas.

3. Fase de transição
A fase de transição é a mais curta e mais intensa de todas e ocorre mesmo antes do nascimento.

É nesta primeira fase do trabalho de parto que ocorre a rutura das águas.

SEGUNDA FASE: EXPULSIVA

Esta é a fase mais esperada, pois é o momento do nascimento do bebé.

A segunda fase começa no momento em que o útero está completamente dilatado e vai até ao nascimento.

Nesta fase, a grávida vai sentir necessidade de fazer força e nesta altura as contrações têm uma duração de 60-90 segundos, com intervalos de 2 a 4 minutos.

TERCEIRA FASE: DEQUITAÇÃO

Nesta fase do trabalho de parto, o útero descansa cerca de 15 minutos.

Chama-se a esta fase a dequitação ou expulsão da placenta.

Esta fase tem uma duração entre 10 a 20 minutos, mas pode ser ainda mais curta se houver um controlo ativo pela administração de fármacos de forma a reduzir as probabilidades de hemorragia excessiva.

Saiba mais sobre este tema no nosso artigo.

SINTOMAS DE TRABALHO DE PARTO

contrações

O corpo da mulher grávida começa a dar sinais de que está a preparar-se para o parto., o que ocorre normalmente entre 2 a 3 semanas antes do parto.

Os sintomas de trabalho de parto principais são 3.

1. ROLHÃO MUCOSO

O rolhão mucoso é o que tapa o colo do útero durante a gravidez e o seu aparecimento é um sinal da iminência do parto.

2. RUTURA DAS ÁGUAS

A rutura das águas é outros dos sintomas de trabalho de parto, que surge pela pressão que a cabeça do bebé e as contrações exercem contra as membranas do saco amniótico.

O líquido amniótico pode escapar-se quer lentamente, quer em jorro e o seu fluxo depende de vários fatores.

Quando o rompimento das membranas acontece perto do termo, o parto poderá ocorrer num curto período de tempo.

3. CONTRAÇÕES

As contrações prévias ao trabalho de parto, contrariamente às contrações de Braxton Hicks, são dolorosas.

Deve contá-las e para isso deve começar no início de uma contração até ao começo da seguinte. Inicialmente, as contrações podem durar cerca de 30 a 60 segundos e ter intervalos entre si de 5 a 20 minutos.

Já mais próximo do final do trabalho de parto, as contrações são mais frequentes e o nível de dor começa a ser mais elevado.

Nesta altura, as contrações duram entre 60 a 90 segundos, em intervalos de 2 a 4 minutos e só terminam com o nascimento.

Se a data prevista para o nascimento do bebé está próxima, é importante que se mantenha atenta a todos estes sintomas.

Descubra mais sobre sintomas do trabalho de parto aqui.

ACELERAR O TRABALHO DE PARTO

sexo na gravidez

Acelerar o trabalho de parto de forma natural é mais simples do que pode imaginar. Deixamos algumas dicas que são fáceis de manter e, na sua maioria, não têm custos extra e têm, ainda a vantagem de ser possível que a deixem mais tranquila.

Em caso de gravidez de risco, terá sempre de seguir à risca as indicações do médico que a acompanha.

1. MOVIMENTE-SE

Seja a fazer as tarefas domésticas ou a praticar algum exercício físico, o importante é que se movimente. Conforme se exercita, estimula as contrações e, assim, acelera o trabalho de parto.

2.  TENHA RELAÇÕES SEXUAIS

As relações sexuais ajudam a acelerar o trabalho de parto pelo estímulo uterino, pela libertação de ocitocina e pela hormona prostaglandina, mas caso já tenha havido rutura das águas, não deve ter relações sexuais, pois podem provocar infeções.​

3. RELAXE

Relaxar é importante para acelerar o trabalho de parto e, principalmente, para diminuir a dor que sente ai entrar em trabalho de parto.

É, por isso, muito importante aprender técnicas de relaxamento e tentar aplicá-las no devido momento, para ajudar o corpo a relaxar e, também, a reduzir a dor que sente.

4. AQUEÇA-SE

Segundo a medicina chinesa, para a mulher entrar em trabalho de parto deve estar rodeada de calor. Assim, um banho quente permite que os músculos relaxem, que a mulher descontraia e que a circulação sanguínea melhore, permitindo acelerar o trabalho de parto.

5. FAÇA ACUPUNTURA

A acupuntura é aconselhada na fase final da gravidez, uma vez que colocando as agulhas em pontos específicos do corpo da mulher grávida ajuda a reduzir o tempo do parto. Não deve, no entanto, esquecer que é importante procurar um terapeuta com experiência em grávidas.

Seguir as dicas que aqui deixamos e colocá-las em prática, vai permitir que na hora de ter o seu bebé, esteja mais confortável e não sinta tanta dor.

Saiba mais sobre este tema aqui.

INDUÇÃO DO TRABALHO DE PARTO

diabetes em tudo o que precisa saber sobre o trabalho de parto

A indução do trabalho de parto tem como objetivo antecipar o parto e há vários fatores que podem levar à utilização desta técnica.

A indução do parto insiste na administração de medicamentos e tem de ser muito bem fundamentada, pois implica alguns riscos e só se não houver alternativa é que deve ser levada a cabo.

De seguida iremos explicar as 4 razões para uma indução do trabalho de parto:

1. Insuficiência placentária

No caso de haver uma insuficiência da placenta, a saúde do bebé é colocada em risco e a indução do trabalho de parto pode ser a solução.

2. Hipertensão, pré-eclampsia, doença cardíaca ou diabetes

Se a grávida sofre dos problemas de saúde como hipertensão, pré-eclampsia, doença cardíaca ou diabetes,vai precisar de ter um parto induzido, para diminuir os riscos no trabalho de parto.

3. Rompimento das membranas do saco amniótico

Se se der o rompimento das membranas e o parto natural não se verificar nas 24h a 48h seguintes, a indução do trabalho de parto é aconselhada.

4. Gravidez pós-termo

No caso da gravidez se prolongar para além das 42 semanas, o médico pode aconselhar de imediato a indução do trabalho de parto.

3 TÉCNICAS UTILIZADAS NA INDUÇÃO DO TRABALHO DE PARTO

indução do trabalho de parto

1. Pessários de prostaglandina

Os pessários de prostaglandina afetam o útero, de forma a que a grávida entre em trabalho de parto. É um método confortável pois permite que a grávida consiga andar à vontade.

2. Rutura artifical das membranas (RAM)

A rutura artificial das membranas costuma ser acompanhado por soro de oxitocina e se o útero estiver a contrair na altura em que a RAM é executada, o parto acontece pouco tempo depois.

3. Injeção de ocitocina

A forma sintética da ocitocina é utilizada para a indução do trabalho de parto, pois estimula o útero, provocando as contrações.

Quando as contrações são provocadas pela administração de ocitocina tendem a ser mais fortes, mais longas e mais dolorosas do que as normais.

A indução do trabalho de parto só é utilizada mesmo em caso de necessidade e com o objetivo de manter a mãe e o bebé de boa saúde.

Para saber mais sobre a indução do trabalhho de parto, clique aqui.

Trabalho de parto pré-termo

Trabalho de parto pré-termo significa que está na iminência de entrar em trabalho de parto e não que vai ter um parto prematuro.

Como o parto prematuro é uma das principais causas de complicações nos recém-nascidos, é importante que grávida consiga reconhecer alguns dos sintomas do trabalho de parto pré-termos, para conseguir agir a tempo de o prevenir.

No caso de rutura das águas, deve dirigir-se imediatamente para o hospital, pois tanto o bebé como a mãe correm risco de infeções e estão vulneráveis.

Casos de maior risco no trabalho de parto pré-termo

Se se encontra numa das situações abaixo, deve estar atenta a sinais de trabalho de parto pré-termo

  • Ser fumadora;
  • O seu peso está abaixo da média ou tem excesso de peso;
  • Está grávida de gémeos;
  • Sofre de pressão arterial alta ou pré-eclampsia;
  • Sofre de diabetes ou foi diagnosticada com diabetes gestacional;
  • Consumiu álcool e drogas ao longo da gravidez;
  • Tem historial prévio ou mesmo familiar de partos pré-termo.

SINTOMAS DO TRABALHO DE PARTO PRÉ-TERMO

Se alguns dos sintomas abaixo lhe é familiar, deve ter atenção e consultar o seu médico.

  • Náuseas ou vómitos: a ter em atenção, principalmente se não forem comuns na gravidez;
  • Corrimento vaginal;
  • Hemorragia;
  • Contrações regulares: com intervalos iguais ou inferiores a 10 minutos entre si;
  • Dor nas costas: é mais forte do que o normal desconforto;
  • Rompimento das membranas: deve dirigir-se para o hospital de imediato.

TRATAMENTO DO TRABALHO DE PARTO PRÉ-TERMO

O trabalho de parto pré-termo pode ser tratado de duas formas, seja em meio hospitalar ou pela administração de medicamentos.

1. Em meio hospitalar

O trabalho de parto poderá ser revertido em meio hospitalar, através de medicação específica para relaxar o útero e parar as contrações, de forma a dar oportunidade ao bebé de se desenvolver naturalmente até ao termo.

2. Administração de medicamentos

Se não é possível parar as contrações, deve ser administrada medicação para estimular o desenvolvimento pulmonar e antibióticos para reduzir os riscos para a saúde do bebé.

Para saber mais sobre o trabalho de parto pré-termo, clique aqui.

Exercícios para o trabalho de parto

Os exercícios para o trabalho de parto ajudam durante o parto e, também, na recuperação pós-parto. Para além disso, mesmo não sendo a sua primeira gravidez, deve fazê-los.

1. EXERCÍCIOS DE KEGEL

Os exercícios de Kegel foram concebidos pelo ginecologista Arnold Kegel para fortalecer a musculatura do pavimento pélvico, evitando assim muitos dos desconfortos do final da gravidez.

Para fazer os exercícios de Kegel, pode fazer:

  • A contração dos músculos pélvicos durante 10 segundos e descansar durante 20 segundos.
  • Deve repetir pelo menos 10 vezes.

2. EXERCÍCIOS DE TAILOR

Os exercícios de Tailor melhoram a postura e fortalecem e alongam os músculos da pélvis, coxas e costas. Para além disso, ajudam a melhorar o fluxo sanguíneo e a aumentar a flexibilidade.

Para fazer os exercícios de Tailor deve:

  • Estar sentada no chão com as pernas em posição de borboleta e pressionar os joelhos em direção ao chão, de forma a alongar a parte interior das coxas.
  • Deve aguentar a posição por 15 segundos e repetir 10 vezes.

3. AGACHAMENTOS

Os agachamentos são exercícios para o trabalho de parto que ajudam a abrir a saída da pélvis até 1 cm para que o bebé tenha mais espaço ao nascer.

Devem ser feitos ao longo de toda a gravidez, de forma a fortalecer os músculos.

Para os fazer tem de:

  • Encostar a uma parede (com opção de bola de pilates) com os pés alinhados com os ombros e deslizar pela parede até chegar a uma posição de quase sentada.
  • Fique nessa posição pelo menos 10 segundos e repita 10 vezes.

4. INCLINAÇÃO PÉLVICA

Este exercício para o trabalho de parto fortalece os músculos abdominais e alivia as dores nas costas.

Para fazer a inclinação pélvica deve:

  • Ficar de quatro e alinhar a cabeça com a coluna. Inspire e arqueie as costas.
  • Aguente uns segundos até expirar suavemente.
  • Repita 10 vezes.

Os exercícios para o trabalho de parto beneficiam todas as grávidas, desde que não tenham qualquer contra-indicação.

Saiba mais sobre este tema aqui.

RESPIRAÇÃO NO TRABALHO DE PARTO

respiração no trabalho de parto

A respiração no trabalho de parto é de imoprtante para a mãe e para o bebé e, por isso, a mãe deve aprender técnicas para conseguir controlar a respiração.

Desta forma, a mãe vai conseguir poupar mais energia e dar ao bebé mais oxigénio.

Tenha sempre em mente que a inspiração não pode ser muito mais rápida do que expiração. Quando inspirar, deve fazê-lo pausadamente. Abaixo deixamos 4 técnicas para a respiração no trabalho de parto.

1. CONCENTRE-SE NA SUA RESPIRAÇÃO

Concentre-se na sua respiração, inspirando de forma natural, e expirando com força e de forma mais prolongada, para libertar a tensão do seu corpo.

2. CONTE ENQUANTO RESPIRA

Ao contar enquanto inspira e expira, vai estar mais atenta à forma como está a fazer a respiração no trabalho de parto. Ao expirar deve contar até um número superior do que ao inspirar.

3. INSPIRE PELO NARIZ E SOLE O AR PELA BOCA

Inspire sempre pelo nariz e solte o ar pela boca, mesmo que faça muito barulho. Esta é a forma correta para respirar e vai ajudar na hora do trabalho de parto.

4. RESPIRE COM O SEU ACOMPANHANTE

Se estiver acompanhada durante o trabalho de parto, peça ao seu acompanhante que faça a respiração consigo, pois ajuda a concentrar-se.

A respiração deve ser trabalhada durante toda a gravidez, para que no momento do trabalho de parto a grávida o faça naturalmente.

Trabalhars ao longo de toda a gravidez, é uma ajuda preciosa para a hora do trabalho de parto, pois aí tudo parecerá mais natural.

Saiba mais sobre a respiração no trabalho de parto aqui.

Ocitocina no trabalho de parto

A ocitocina  é importante no trabalho de parto, pois provoca as contrações do útero de forma ritmada.

Se for necessária a indução do trabalho de parto, o médico pode utilizar ocitocina na sua forma sintética.

1. O QUE É A OCITOCINA?

A ocitocina é uma hormona natural presente no corpo da mulher e do homem. No caso da mulher em trabalho de parto, a ocitocina estimula as contrações do colo do útero.

A sua forma sintética é utilizada para a indução do trabalho de parto, permitindo uma dilatação mais rápida.

Nos casos em que é necessário induziro trabalho de parto, o médico pode recorrer ao uso da ocitocina sintética, pois assim que entra na corrente sanguínea, acelera o trabalho de parto, ajudando o bebé a sair.

2. DESVANTAGENS DA OCITOCINA SINTÉTICA

A ocitocina na sua forma sintética tem efeitos secundários, como contrações mais dolorosas, rutura do útero e alergia a algum componente, pelo que deve ser utilizada de forma muito controlada.

A grávida deve, por isso, trabalhar formas de aumentar a produção natural de ocitocina.

3. COMO PROMOVER A PRODUÇÃO NATURAL DE OCITOCINA

Para estimular a produção natural de ocitocina, há algumas coisas que a mulher pode fazer.

1. Fazer sexo, pois produz hormonas semelhantes à ocitocina.
2. Fazer acupuntura.
3. Estimular os mamilos

A OCITOCINA APÓS O PARTO

A ocitocina também é importante no pós-parto, pois ajuda a controlar hemorragias e também promove a amamentação, pois quando o bebé está a mamar estimula a libertação de ocitocina que ajuda à saída do leite.

Há médicos que aconselham o uso de um spary de ocitocina de cada vez que a mulher vai amamentar, que deve ser aplicado 5 minutos antes de começar a alimentar o bebé.

Este tipo de medicação deve sempre ser prescrita pelo médico.

Saiba mais sobre a ocitocina no trabalho de parto aqui.

Complicações no trabalho de parto

As complicações no trabalho de parto levam frequentemente os médicos a optarem por procedimentos alternativos, para que o parto tenha sucesso.

Em situações como as abaixo descritas, que são apenas alguns exemplos, o médico por ter de optar por outras alternativas. Nos casos mais graves, pode ser necessária uma cesariana de emergência.

  • O bebé encontra-se numa posição posterior: o bebé tem as costas viradas para a mãe e a parte mais larga da cabeça a entrar na vagina;
  • Está numa situação de parto pélvico: parto realizado por via vaginal, mas o bebé encontra-se em posição sentada;
  • A mãe está exausta e não tem força para fazer a expulsão;
  • O bebé mostra sinais de falta de oxigénio;
  • Prolapso no cordão umbilical: torna-se evidente quando as membranas se rompem e o cordão umbilical sai pela vagina antes do bebé emergir.

PROCEDIMENTOS PARA ASSISTIR A COMPLICAÇÕES NO PARTO

1. Parto assistido com fórceps, que são utilizados só quando o colo do útero está completamente dilatado e a cabeça do bebé já no canal uterino.
2. Extração por ventosa, é uma alternativa aos fórceps e permite que o médico rode a cabeça do bebé, não afetando a sua forma.
3. Cesariana de emergência, que pode realizar-se com recurso a epidural.

Saiba mais sobre este tema aqui.

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