O consumo destes fármacos deve ser respeitado. Devemos, então, tomar o antibiótico até ao fim e apenas por recomendação médica, com conhecimento do microrganismo a erradicar.
Os antibióticos são fármacos utilizados para tratar infeções bacterianas. Estes têm capacidade para impedir a proliferação ou o desenvolvimento das bactérias, sendo assim ineficazes contra infeções virais ou fúngicas.
Poderão ser usados para o tratamento de uma infeção já instalada ou como profilaxia (ação preventiva) antes de uma intervenção cirúrgica, por exemplo.
Devido ao consumo generalizado e abusivo de antibióticos que se tem verificado ao longo dos últimos anos, as bactérias estão constantemente expostas a estes fármacos e, apesar de muitas destas morrerem quando são expostas ao medicamento, algumas resistem aos efeitos farmacológicos destes.
As resistências a estes agentes são uma séria ameaça à saúde pública global. Tal coloca em risco a prevenção e tratamento eficazes de uma cada vez mais ampla gama de infeções.
QUAL A IMPORTÂNCIA DO USO RACIONAL DO ANTIBIÓTICO?
A preocupação em torno deste tema rege-se pelo facto de que se o microrganismo se torna resistente a um determinado antibiótico, significa que se ocorrer uma infeção por essa mesma bactéria, o efeito do antibiótico irá ser nulo, levando, assim, ao prolongamento da doença e, consequentemente a um maior risco de morte. Além disso, ao ser prolongado o tempo de infeção, existe uma maior probabilidade de transmissão entre indivíduos.
Portanto, os antibióticos devem ser tomados até ao fim e apenas nas situações em que a doença requer mesmo esse tipo de terapêutica.
É, no entanto, demasiado frequente os doentes requererem a toma destes fármacos desnecessariamente, nomeadamente para tratamento de doenças virais (gripe). É absolutamente desnecessária a sua toma neste tipo de casos.
O principal ponto a ter em conta quando são utilizados antibióticos é que estes não diferenciam as bactérias que coabitam connosco (comensais) das bactérias agressivas (as patogénicas, que causam as infeções). Como as bactérias comensais não podem defender-se, quando tomamos inutilmente um antibiótico este irá eliminá-las, embora sejam necessárias e benéficas no nosso organismo.
QUANDO TOMAR ANTIBIÓTICO?
Caso haja então a necessidade de iniciar o tratamento recorrendo a antibiótico, é fundamental tomar o antibiótico até ao fim da embalagem, conforme instrução, mesmo após o desaparecimento dos sintomas. Apenas assim pode tratar a infecção e prevenir o desenvolvimento de resistência ao fármaco por parte da bactéria em causa.
Se o tratamento for interrompido mais cedo que o indicado, subsiste um grande risco de a totalidade das bactérias não terem sido mortas. Bactérias estas, com probabilidade de se tornarem resistentes ao agente em causa, condição esta que será benéfica para a bactéria e que tenderá a predominar levando ao prolongamento da doença no tempo e à transmissão às gerações seguintes, aumentando ainda o risco de contágio.
Ao tomar o antibiótico até ao fim, mesmo que exista uma sensação de melhoria deste terminar, aumenta as hipóteses de eliminar a totalidade das bactérias, reduzindo o risco de desenvolvimento de resistência.
É, assim, imperativo, tomar o antibiótico até ao fim, somente quando necessário e sob supervisão médica.
COMO EVITAR A TOMA DE ANTIBIÓTICO?
Apostar na prevenção
As bactérias, como todos os microrganismos vivos, sofrem alterações ao longo do tempo em resposta às mudanças ambientais. Há bactérias que são naturalmente resistentes aos antibióticos, pois adaptaram-se para sobreviver na sua presença, desenvolvendo os mecanismos necessários para tal.
A melhor forma de escapar a este flagelo é prevenir o desenvolvimento de uma infecção bacteriana no organismo. Para isso, devemos fazer regularmente um reforço do sistema imunitário, uma vez que é este o responsável pela proteção do organismo contra agentes invasores que nos irão provocar uma doença.
6 Medidas a adotar no dia a dia úteis na prevenção:
- Lavar as mãos frequentemente;
- Evitar tocar em locais potencialmente contaminados;
- Limpar locais contaminados com desinfetantes;
- Evitar o contacto com material biológico de outras pessoas (tal como o sangue ou a saliva);
- Manter o programa de vacinação atualizado;
- Prevenir a infecção bacteriana por alimentos, cozinhando bem as carnes e cortando os vegetais e carnes em superfícies diferentes de modo a evitar contaminação cruzada.
No ano de 2050, 10 milhões de pessoas poderão morrer anualmente em consequência das resistências aos antibióticos, se cada um de nós não tomar medidas para as combater.