Apesar de atualmente ser encarado como um inimigo da saúde, é importante lembrar que o sal desempenha um papel essencial no equilíbrio e bom funcionamento do organismo, desde que consumido na dose certa.
Todo o sal é constituído por cloreto de sódio. No entanto, a quantidade de sódio, a presença de outros minerais, a textura, aparência e sabor, permitem identificar diferentes tipos de sal.
Sal e Saúde
Como referido anteriormente, o sal não pode ser encarado como um dos piores inimigos da saúde, visto que é um mineral fundamental para a transmissão de impulsos nervosos que permitem o bom funcionamento de todo o sistema neuromuscular, incluindo o cardiovascular.
No entanto, e segundo a Organização Mundial de Saúde, a ingestão diária de sal não deverá ultrapassar as 5 gramas, no caso de um adulto, quantidade esta que é equivalente a uma colher de chá.
Tudo o que ultrapassa esta quantidade já é considerado excessivo, podendo desencadear o aparecimento de alguns problemas de saúde, nomeadamente, maior retenção de líquidos e alterações na pressão arterial, que podem conduzir a doenças cardiovasculares, e também a sobrecarga a nível renal.
Contudo, uma redução drástica do consumo de sal também não é recomendada, visto que promove o aumento da resistência à insulina e dos triglicerídeos, o que também contribui para o surgimento de doenças cardiovasculares e diabetes Mellitus.
Diferentes tipos de Sal
Em relação aos vários tipos de sal, salientam-se os principais: o tradicional sal de mesa refinado, o sal grosso, o sal marinho, a flor de sal e o sal do Himalaia.
Sal refinado ou “de cozinha”
Relativamente ao sal de mesa comercial ou refinado, é o mais comum e o mais utilizado na culinária, embora não seja considerado o mais saudável. Este tipo de sal é sujeito a um processamento em que lhe é retirada a maioria dos seus minerais, com a exceção do cloreto de sódio. Como tal, o sal refinado contém entre 96% a 97% de cloreto de sódio, sendo praticamente isento noutros minerais, razão pela qual, na teoria, promove, de forma mais acentuada, um aumento da pressão arterial.
Além disso, é branqueado, limpo com produtos químicos e aquecido a temperaturas extremamente altas, sendo que este calor excessivo altera a sua estrutura natural, tornando este sal de mais difícil absorção pelo organismo.
No entanto, importa referir que seja qual for o tipo de sal, o impacto na pressão arterial é significativo e, por isso, todos têm de ser consumidos com moderação.
Sal Grosso
O sal grosso, apesar de possuir a mesma composição do sal refinado (96-97% cloreto de sódio), não passa pelo processo de refinamento, só passa pelo processo de extração, sendo, por isso, os seus grãos maiores e disformes. É muito utilizado para conservar os alimentos, pois preserva as suas propriedades e evita que estes fiquem ressequidos.
Sal marinho
O sal marinho provém da evaporação da água marinha, sendo o seu refinamento mais grosseiro e, por isso, os grãos são mais irregulares e preserva-se um maior teor em minerais.
Pode ser grosso, fino ou em flocos, e dependendo da região de onde é retirado e da sua composição mineral pode apresentar cor branca, rosa, preta ou cinza. Apesar de ter a vantagem de não sofrer este processamento, está-se a tornar cada vez menos puro, devido aos elevados níveis de poluição dos oceanos.
Flor de Sal
A flor de sal é um aglomerado de cristais que se forma à superfície da água do mar. É extraído da camada mais superficial das salinas e, devido à ação do vento, adquire o aspeto de pequenos cristais.
É fonte natural de ferro, zinco, magnésio, iodo, flúor, sódio, cálcio, potássio e cobre, pois não sofre nenhum processamento ou refinação posterior à sua recolha do mar.
No entanto, a sua coloração original é acinzentada devido à presença de areia, sendo comum o uso de outros elementos para alterar a cor do produto. Apresenta um sabor mais intenso (devido ao maior teor de sódio) e textura crocante, sendo indicado acrescentar após a preparação do alimento.
Sal do Himalaia
O sal do Himalaia é considerado um sal mais puro, livre de toxinas e poluentes, sendo um dos tipos de sal mais antigos de que há registo.
A sua cor rosa e o sabor diferenciado são as suas principais características, as quais se devem ao seu teor único em minerais e às condições originais em que é mantido.
Originário do Himalaia, é recolhido dos depósitos milenares de sal, onde há milhares de anos se acumulou pelo choque do mar com as montanhas, através de meios artesanais e sem a adição de quaisquer meios químicos.
De facto, uma vez que este sal sofreu maturação sobre pressões tectónicas intensas, os cristais permaneceram no seu estado puro ao longo do tempo, sem sofrerem alterações provocadas por substâncias poluentes existentes noutros locais de onde se extraem os outros sais do oceano.
A sua cor rosa, deve-se ao elevado teor de minerais presentes na sua composição, nomeadamente o ferro. Além deste, o sal do Himalaia possui ainda sódio, cálcio, potássio, enxofre, fósforo, magnésio e iodo (embora a quantidade fornecida seja ainda desconhecida), outros minerais que acarretam inúmeros benefícios para o organismo.
No entanto, importa salientar que mesmo sendo um sal mais puro, o seu consumo excessivo acarreta problemas para a saúde, nomeadamente a saúde cardiovascular.
Dada a sua pureza, este tipo de sal é utilizado, tanto na culinária, como para fins terapêuticos.
Em suma
Além dos tipos de sal mencionados anteriormente, existem muitos mais, incluindo versões de sal light em que o teor de cloreto de sódio é reduzido para metade, sendo substituído por cloreto de potássio.
No entanto, seja qual for o tipo de sal que escolher, não se esqueça que o mais importante é sempre a moderação no consumo. Troque a adição de sal por ervas aromáticas para obter ainda mais benefícios para a saúde!