O curso de preparação para o parto era importante para mim e uma das primeiras coisas resolvidas para não perder a vaga que queria. Mudar fraldas, dar banho, adormecer ou dar de comer ou pegar em bebés não é novidade para mim, no entanto, quando é com os filhos dos outros, é diferente. Já quanto à amamentação, lidar com cólicas ou perceber um bocadinho mais sobre o parto, estava mais ou menos a zeros.
Quanto a ele, não estou a exagerar se disser que nunca pegou num recém-nascido, quanto mais mudar uma fralda ou dar um biberão. Ora, eu conheço-me… se depois da criança sair cá para fora, naqueles primeiros dias que se dizem loucos, ainda tiver que estar a ensinar ao pai aquilo que tem que fazer e que deveria ter tratado de aprender, é razão que chegue para explodir a terceira guerra mundial cá por casa. Ninguém quer isso.
Escolhi a Gimnográvida porque lá encontrei não só uma equipa competente, com provas dadas nesta área e um longo currículo de boas críticas mas, principalmente, porque saber que esta é uma casa onde és acolhida e respeitada, onde a mãe, o pai e o bebé são a principal preocupação – parecendo algo óbvio, infelizmente, não é esta a regra.
Foi isto que senti em todas as sessões do curso com a enfermeira parteira Isabel Ferreira. A Isabel não mistura as suas crenças com o papel de nos ensinar. Por mais absurdas que fossem as perguntas, do outro lado, sentimos sempre que a Isabel estava mesmo a ouvir-nos (e não revirar os olhos internamente como se vê por aí!) e foi capaz, em todos os momentos, de transmitir segurança e esclarecer sem nos levar na direção da sua verdade. Sendo especialista em partos fisiológicos, nunca criticou opções diferentes da sua, pelo contrário, fez questão de explicar as especificidades de cada parto e procurou acalmar corações.
A Isabel deu-me a segurança que, até aqui, nenhum profissional de saúde tinha feito. E conseguiu-o pela sua paixão, pela calma, pelo coração aberto, pela propriedade com que fala de cada detalhe relacionado com mulheres, mães, bebés, famílias e partos. Pelo respeito pelas escolhas de cada um. Num mundo perfeito, seria a Isabel quem estaria ao meu lado no momento do parto.
Uma coisa é certa, no próximo ano, junto-me a ela na luta para conseguir mais respeito e opções para os casais grávidos.
Veja também:
- #1: o princípio
- #2: não são perguntas normais
- #3: ninguém nos diz isto
- #4: terato… quê?
- #5: tenho medo
- #6: já faltou mais…
- #7: vamos lá fazer um bebé!
- #8: positivo!
- #9: hallo, hallo, estás aí?
- #10: vão ser avós!
- #11: público ou privado?
- #12: um exibicionista
- #13: como assim não sou imune?
- #14: que fome é esta?
- #15: cansam-me
- #16: são puns, pessoas!
- #17: salvem-me das férias
- #18: as papas, os morangos e a morcela
- #19: está tudo no sítio
- #20: as grávidas inventam
- #21: habemus mau feitio
- #22: planear para não panicar!
- #23: eu não quero um baby shower
- #24: o baby shower aconteceu
- #26: quero relatos, não sermões!
- #27: diz que gravidez não é doença
- #28: nada para vestir
- #29: mixórdia de cenas#30: temos que falar sobre isto
- #30: temos que falar sobre isto
- #31: calem-se porra!
- #32: Bêbada de amor
- #33: Tenho que voltar a isto
- #34: Uma gravidez santa
- #35: O meu plano de parto