Eu não vou fazer baby shower. Tu o quê? Estás a gozar comigo? Isso és tu agora armada em adulta e em pessoa que não gosta de festas nem quer atenção, é isso? Como-não-vais-fazer-baby-shower? Acabaste de me partir o coração. A conversa foi mais ou menos assim. De um lado estava eu, do outro estava a minha prirmã Joana.
Eu, realmente, não queria mas mais por pudor do que por outra coisa qualquer. E sabia que ele também não ia querer pelas mesmas razões. Ao convidar amigos e família para um baby shower, as pessoas vão sentir-se na obrigação de te oferecer um presente e fica um bocadinho aquela sensação de que os estás a explorar. Mas tu vais ter uma criança, as pessoas já vão comprar coisas, mais vale que sejam coisas que precisam… a sério, estás a partir-me o coração, dizia ela (sábia, esta miúda!).
Passaram-se algumas semanas e deixei-me convencer, com uma condição: não ver nem saber de nada – não sei se já tive oportunidade de dizer que adoro surpresas! Dar-lhe a notícia a ele foi fácil: pus as culpas todas na Joana e a coisa ficou resolvida. Ainda estávamos em junho quando ficou decidido que no final de setembro seria o baby shower. A lista de convidados ultrapassou os cinquenta e foi alvo de chacota geral.
Duas semanas antes da data, toda a minha família estava em intensa produção, com uma encarregada de metro a meio a pôr tudo a toque de caixa. Enquanto nós estávamos em casa a namorar ou a dormir, íamos fazer caminhadas ou compras para o Pedrinho, o resto do pessoal trabalhava arduamente. Recomendo muito!
Entre lavar metros de cortinas cá de casa e produção de lençóis para ter o quarto pronto, pompons de lã e de papel, grinaldas, lavar garrafinhas, compras de última hora e sei lá eu mais o quê, no dia da festa foi o que se viu: tudo lindo, perfeito e temperado com olheiras até aos joelhos em cada um deles.
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