Estas primeiras semanas estão a ser cansativas… passo a vida a correr para a cozinha! Que fome! Mas que muita fome! O pequeno-almoço é reforçado, inclui galão, pão com queijo e uma peça de fruta mas hora e meia depois já estou esganada de fome e, se não me alimento rapidamente, o estômago cola-se às costas e sinto que desfaleço. Antes do almoço, tenho que abastecer umas três vezes, durante a tarde, o filme é o mesmo.
Roncos! O meu estômago ronca! A verdade é que sempre tive muita fome e não posso passar muitas horas sem comer mas isto é a loucura. Por este andar, quando chegar ao final das 40 semanas, não ando, rebolo. Já me estou a ver, sentada no sofá, a devorar séries, filmes, livros e tachos de arroz e panados. Não me apetece nada de especial, ou melhor, fora do normal, já que desejos tive toda a vida. Sou aquela pessoa que já saiu de casa à uma da manhã para ir comer uma francesinha, um prego ou para dar um saltinho ao MacDonald’s.
Lembro-me de algures pela escola primária, a minha avó me levar para talhar a ouguice mas não serviu de muito. Sentaram-me numa pá e fui ao forno de cozer broa três vezes (não literalmente, pessoas!), enquanto a senhora rezava uma ladaínha. Quando cheguei a casa, ao almoço comi bacalhau cozido com batatas e bebi um golo de vinho atrás da porta da cozinha, foi divertido, senti-me especial mas a coisa não deu em nada de nada. Continuo ougadinha.
Ainda hoje, se me apetece comer qualquer coisa, é muito difícil ultrapassar o desejo. Especialmente com doces. A médica disse “um doce por semana não tem problema mas veja lá…”. Por semana? Um doce por semana? Isso não me chega! Vamos esquecer os desejos de doce diários, foquemos nos 347 aniversários que tenho num ano… se me passar uma sobremesa à frente eu-vou-comer. Ao mesmo tempo, se há coisa que me preocupa, é a diabetes gestacional e todas as suas complicações, estou a dar-lhe forte na fruta mas não comer chocolate e sobremesas é uma tortura!
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