O meu Amor viveu toda a vida a setecentos e cinquenta metros de minha casa mas demorou trinta e dois anos a encontrar-me. Quantos metros serão trinta e dois anos? Não importa porque os números não nos juntaram. Foi uma cor. Unidos pela cor laranja, vencemos uma eleição, fizemos história e perdemo-nos de amores um pelo outro.
A soma não foi fácil. Ele: conservador, liberal, benfiquista, reservado e católico. Eu: social-democrata, portista, explosiva e católica em negação. Não parecendo, tinha tudo para dar errado mas percebemos que o certo é ficar juntos.
2009 trouxe-me um bom Amor mas o ano de 2012 foi especial. Foram trezentos e sessenta e cinco dias de coisas boas e muitas borboletas na barriga. Descobrimos a casa mais linda da terra, um diamante em bruto, e fizemos dela nossa. Foi um ano de orçamentos, ranhuras, projectos de engenharia, tecidos, loiças sanitárias, um pequeno mestrado em cozinhas e muitas e deliciosas horas de compras, planos, decisões e sonhos.
Em setembro desse ano, prometemos ser fiéis um ao outro, amarmo-nos e respeitarmo-nos, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até que a morte nos separe. Não me lembro da sorte e felicidade que foi casar com este rapazinho apenas quando tenho que escrever textos fofinhos.
É uma constatação diária, quando ele dança comigo sem música e sem ritmo ou quando faz por mim a regra de três simples que nunca vou perceber. É comum escrever-se sobre os casamentos que a caminhada é feita de dias bons e maus. Não sabemos o que é isso de dias maus. Talvez agora os venhamos a conhecer em forma de fraldas altamente fedorentas.
Este ano, somamos mais um a esta história e em dezembro seremos três.
Assim seja.
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