O tendão pode ficar lesado quando submetido a esforços que são superiores à sua força intrínseca, esta lesão com consequente inflamação resulta na tendinite.
O tendão é constituído por tecido fibroso, composto de tecido conjuntivo e colagénio, que é responsável pela inserção do músculo no osso, permitindo o movimento das articulações.
O QUE É A TENDINITE E COMO SE DESENVOLVE?
A tendinite geralmente resulta do uso excessivo do tendão, principalmente em profissões que fazem uso de movimentos repetitivos ou por atletas.
Quando o músculo e o tendão são muito solicitados, como nos casos já mencionados, origina-se um processo inflamatório do tendão provocando dores, que numa fase inicial são associadas à execução da tarefa. Com a manutenção da atividade, o quadro acentua-se e a dor passa a estar presente mesmo em repouso.
A dor que precede muitas lesões por desgaste evidencia-se pela primeira vez quando um número limitado de fibras do tendão se rompem.
Interromper o exercício ao primeiro sinal de dor limita a lesão dessas mesmas fibras, o que permite uma recuperação mais rápida.
As tendinites são uma das perturbações mais frequentes entre os desportistas profissionais, qualquer que seja o desporto, nomeadamente nos membros superiores e inferiores. Podem variar desde a coxa, o joelho, o tornozelo, o cotovelo, o ombro ou o pulso.
QUAIS OS SINTOMAS DA TENDINITE?
A tendinite pode ser caracterizada essencialmente por 4 fases de dor distintas, com ordem crescente de gravidade:
- A dor surge após a atividade desportiva;
- A dor aparece no início da prática desportiva, desaparece após o período de aquecimento e pode reaparecer com o cansaço;
- A dor é constante, em repouso e no exercício;
- Ocorre rotura do tendão.
Além da dor, os sintomas podem também incluir:
- Rigidez – muitas vezes piora de manhã;
- Fraqueza na área afetada ou incapacidade de mover uma articulação;
- Inchaço, associado por vezes a calor ou vermelhidão da pele sobre a área afetada;
- Uma sensação de crepitação (estalido) quando se move.
A tendinite pode ocorrer em qualquer área do corpo onde um osso esteja ligado a um músculo por um tendão. No entanto, os locais mais comuns são:
- Base do polegar;
- Cotovelo;
- Ombro;
- Quadril;
- Joelho;
- Tendão de Aquiles.
QUAIS OS COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DA TENDINITE
Existem diversos comportamentos que potenciam o risco de desenvolver uma tendinite.
Conhecer estes comportamentos previne o desenvolvimento de tendinites. Destacam-se assim:
- Hipermusculação – Geralmente o tendão tem capacidade de aguentar uma resistência 4 vezes superior à força do músculo a que está associado. Ao realizar um treino intensivo sobre o mesmo músculo, o tendão fica sujeito a uma resistência superior, fragilizando-o, o que aumentará a probabilidade de inflamação.
- Uma dieta rica em proteínas animais provoca um aumento de ácido úrico e purinas que nem sempre são completamente eliminados pela urina. O excedente pode depositar-se em zonas com sobrecargas, cristalizando e causando tendinites.
- Forçar o tendão para lá da sua normal amplitude de movimentos.
É ainda de salientar que à medida que vamos envelhecendo, os tendões vão perdendo elasticidade, o que faz com que, a partir dos 35 anos, as tendinites sejam mais recorrentes.
Além disso, pessoas com excesso de peso ou com os músculos menos desenvolvidos aumentarão o risco de desenvolver uma tendinite, uma vez que são fatores que potenciam a fragilidade dos tendões.
PREVENÇÃO E TRATAMENTO
A melhor forma de combater uma tendinite é a aposta na sua prevenção, identificando os comportamentos a corrigir.
É importante estar atento aos movimentos repetitivos ao longo do dia, nomeadamente no trabalho ou no estudo. Também na prática desportiva deve ser dada uma atenção especial a áreas de maior desgaste e parar ao primeiro sinal de dor, procurando sempre a orientação de um profissional.
Quando ocorre uma lesão no tendão, é essencial interromper a atividade e descansar. Além disso, deve ser utilizado gelo, logo após o primeiro sinal de inflamação.
Tratamento farmacológico
- Analgésicos e anti-inflamatórios – Ibuprofeno e naproxeno são exemplos de substâncias ativas que ajudam a reduzir a inflamação e consequente dor associada. Não devem ser usados por um período superior a 5 dias.
- Cremes, pomadas ou loções com ação anti-inflamatória – agentes tópicos podem também ser efetivos na redução da dor a curto prazo. Para tal são usadas substâncias ativas como o etofenamato, picetoprofeno ou diclofenac.
- Corticoides – a injeção de corticoides pode ser usada de forma pontual para aliviar os sintomas na fase mais crítica da tendinite. No entanto, o seu uso de forma repetida é prejudicial, pois aumenta o risco de rotura do tendão.
A fisioterapia desempenha também um papel fundamental através de técnicas como ultrassons, massagens e exercícios de força e flexibilidade de modo a devolver ao tendão as suas características iniciais.