Em tempos de inflação, importa como nunca saber poupar e fazer consumos inteligentes. Neste artigo deixamos-lhe algumas dicas de como aumentar o tempo de conservação dos alimentos e minimizar o desperdício alimentar.
A conservação dos alimentos e a minimização do desperdício alimentar são, atualmente, uma preocupação cada vez mais relevante, não só pelo impacto económico no orçamento individual, mas também pelo impacto no meio ambiente e pela preocupação social.
Assim sendo, tão importante como escolher os alimentos frescos e em boas condições no momento da compra, é armazená-los devidamente e respeitar os seus prazos de validade, de forma a aproveitar todos os benefícios e riqueza nutricional dos mesmos, com o mínimo de desperdício possível.
É possível aumentar o tempo de conservação dos alimentos?
Compre de forma racional
A minimização do desperdício começa no momento da compra. Faça previamente uma lista de compras para evitar levar mais coisas do que realmente precisa e evitar o excesso de stock que potencia o desperdício.
Atente no prazo de validade e na qualidade dos alimentos
Também no momento da compra deve verificar o prazo de validade dos alimentos que pretende comprar e escolher aqueles com um prazo mais alargado, considerando ainda o número de refeições em que vai / pode consumir esse alimento.
No caso dos alimentos frescos, deve comprar os que se encontram em melhor estado de conservação e sem sinais de deterioração (ex. fruta tocada ou com bolor, carne e peixe com cores alteradas, hortícolas com sinais de envelhecimento).
Faça um correto armazenamentos dos hortofrutícolas
Começando pelos hortofrutícolas, são dos alimentos mais perecíveis e sujeitos a deterioração devido aos fungos e bolores que podem surgir, provocando, por isso, um elevado grau de desperdício alimentar, se não forem armazenados corretamente.
Começando por alimentos como batata, alho, cebola, pepinos e tomates, são alimentos que nunca devem ser armazenados no frigorífico, devendo ser mantidos a temperatura ambiente.
Relativamente a frutas, no momento do armazenamento, deve separar aquelas que libertam mais etileno (hormona que promove / acelera a maturação dos frutos e que os torna mais sujeitos a deterioração) daquelas que o libertam em menores quantidades, de modo a controlar o amadurecimento destes últimos.
Dentro das frutas que libertam mais etileno encontram-se as bananas, tomates, meloas, abacates, pêssegos e peras. Mantenha estes alimentos afastados de outros que são sensíveis à contaminação por fungos como as maçãs, os frutos vermelhos, os pimentos, entre outros.
Além disso, verifique constantemente o estado das suas frutas, e se reparar que uma fruta está a apodrecer, descarte-a imediatamente para que não haja contaminação cruzada com as restantes.
Organize corretamente o seu frigorífico
A organização do frigorífico e a não ocupação da sua total capacidade são mais dois aspetos críticos para aumentar o tempo de conservação dos alimentos.
Mantenha o seu frigorífico limpo e os alimentos organizados pela sua data de entrada em casa, ou seja, os primeiros alimentos a entrar devem ficar à frente, de modo a serem consumidos primeiro.
Os últimos alimentos a entrar devem ficar mais atrás, para serem consumidos posteriormente. Desta forma, também é mais fácil respeitar os prazos de validade, em alimentos como queijo, fiambre, carne ou peixe embalados, entre outros.
De um modo resumido, mantenha os alimentos perecíveis como o peixe, e a carne, nas zonas mais frias do frigorífico (perto do congelador). Os alimentos cozinhados devem-se guardar nas prateleiras do meio e as zonas menos frias ficam reservadas para os legumes e fruta.
Guarde as sobras das suas refeições no frigorífico
Quando lhe sobrarem alimentos de refeições anteriores ou provenientes da preparação de alguma receita em concreto, guarde-as no frigorífico, de modo a aumentar o seu tempo útil de vida e retardar a sua deterioração.
Idealmente, guarde estas sobras em tupperwares de vidro ou com película aderente, onde consiga visualizar claramente o seu interior, para não se esquecer do que tem guardado e consumir o mais rápido possível, assim como minimizar o contacto e contaminação com alimentos crus.
Congele alguns alimentos
A congelação é um dos métodos de conservação de alimentos mais eficazes, aumentando a sua durabilidade, sem comprometer a segurança alimentar.
De facto, apesar de alguns mitos que possam estar associados à perda de valor nutricional dos alimentos congelados, a verdade é que a congelação é um método que, globalmente, preserva o valor nutricional do alimento inicial, assim como a sua segurança microbiológica, pelo prazo de um ano.
Claro que deve optar por congelar os alimentos no seu estado mais fresco e mais próximo do momento da compra, pois à medida que o tempo passa, o risco de contaminação por microrganismos é maior e ocorrem perdas nutricionais que iram passar para o alimento congelado, limitando a potencialidade deste método de conservação.
Praticamente todos os alimentos podem ser congelados, constituindo uma solução prática para dias mais atarefados.
Os alimentos devem ser embalados em sacos herméticos (“sacos de congelação”), de modo a garantir um melhor estado de conservação.
Não coloque ovos na porta do frigorífico
É um dos erros mais comuns: ovos na porta do frigorífico. Mas este não é, de todo, o melhor local para os guardar, pois sofrem diversas oscilações de temperatura, com o constante abrir e fechar da porta, e correm mais riscos de partir.
Apesar de muita polémica, o melhor local para guardar os ovos depende do aconselhado pelas autoridades de saúde, mas, o mais importante, é que seja num local com uma temperatura média-baixa e constante e sem humidade. Podem, por isso, ficar à temperatura ambiente, em local fresco e seco, ou ser refrigerados, desde que não fiquem na porta do frigorífico.
Armazene corretamente os alimentos à temperatura ambiente
Outra das técnicas para minimizar o desperdício alimentar é recorrer a alimentos enlatados, com uma durabilidade bastante elevada e com prejuízos relativamente reduzidos nas perdas nutricionais.
Neste caso e no caso de outros alimentos embalados, o seu armazenamento sob condições adequadas de temperatura, em locais frescos e secos, com baixa exposição solar, são fatores cruciais para garantir a durabilidade e estabilidade destes alimentos.
Isto porque a humidade pode corroer a embalagem e o calor altera as propriedades organoléticas (sabor, cheiro…) do produto.