A tapioca é um alimento que está na moda. Apesar de ser um alimento rico em ferro, cálcio, selénio e vitaminas do complexo B, incluindo ácido fólico, fornece cerca de 358 Kcal por 100g, valor que levanta muitas vezes a questão se a tapioca engorda.
A tapioca é um alimento de origem brasileira, extraída a partir da raiz da mandioca. Constitui a goma ou fécula de mandioca hidratada.
Sendo um subproduto da mandioca, constitui um alimento rico em hidratos de carbono, fator que levanta ainda mais suspeitas que a tapioca engorda.
Mas afinal, porque é que a tapioca engorda?
Embora tenha um valor energético semelhante à maioria dos cereais, a composição nutricional da tapioca deixa muito a desejar, existindo diversos factores que contribuem para uma resposta afirmativa à pergunta “se a tapioca engorda”. Vejamos quais.
1. Provoca um pico de glicemia
Rica, essencialmente, em hidratos de carbono simples, também designados por açúcares, a tapioca não possui proteína, gordura nem fibra.
Neste sentido, o seu impacto metabólico no organismo não é tão positivo como o de outros alimentos fontes de hidratos de carbono mais complexos.
De facto, após ingestão de tapioca, os açúcares simples presentes na sua composição são absorvidos rapidamente pelo intestino e passam velozmente para a corrente sanguínea, provocando um pico de glicemia.
Como resultado, o pâncreas é “obrigado” a libertar uma grande quantidade de insulina para equilibrar os níveis de glicemia, um processo que, quando ocorre de forma frequente e regular, pode provocar resistência à insulina, a qual pode contribuir para o aumento de peso e de massa gorda.
2. Contribui para o aumento da massa gorda
Outro problema associado aos açúcares simples é que, quando a sua ingestão é superior às necessidades, são armazenados sob a forma de gordura.
Com efeito, sendo a sua absorção tão rápida, os açúcares simples são os nutrientes que, a longo prazo, mais contribuem para o aumento de peso e obesidade, bem como para a acumulação de gordura no fígado.
3. Promove a sensação de fome
Como a tapioca não possui fibra nem proteína, acaba por ser um alimento muito pouco saciante, comparável ao pão branco.
Assim, o consumo de tapioca após um período em jejum, provoca, como já referido, um pico de glicose no sangue, que vai descer quase tão rápido como subiu, deixando uma sensação de fome quase instantânea, como se não tivesse comido nada.
Neste sentido, refere-se que a tapioca engorda porque promove uma sensação de fome mais frequente e, consequentemente, uma maior ingestão energética do que outros cereais mais integrais, como é o caso da aveia.
No entanto, este efeito pode ser contrariado se acompanhar a ingestão da tapioca com alimentos ricos em fibra, que prolonguem a absorção dos hidratos de carbono, como sementes ou frutos secos oleaginosos, ou com alimentos ricos em proteína e pobres em gordura, como lacticínios magros, ovo, carnes magras, entre outros.
Contributo energético dos diferentes macronutrientes
Posto isto, importa referir que cada macronutriente (proteína, hidratos de carbono e lípidos) fornece uma quantidade específica de energia.
De forma simplificada, cada grama de hidratos de carbono ou proteína fornece 4 kcal e cada grama de gordura fornece 9 kcal.
Como tal, é possível concluir que os lípidos fornecerem muito mais energia que os hidratos de carbono ou as proteínas, ou seja, alimentos mais ricos em lípidos contribuem, de forma mais significativa, para o já referido balanço energético positivo.
Neste sentido, conclui-se que os temidos alimentos com hidratos de carbono são, até, relativamente pouco calóricos. E é precisamente neste grupo de alimentos que se inclui a tapioca.
No entanto, importa novamente salientar que qualquer alimento, incluindo a tapioca, engorda se for fornecido ao organismo em quantidades exageradas.
Em suma…
Assim, a tapioca deve ser incluída na sua dieta em quantidades moderadas e em substituição de alimentos ricos em gordura e/ou açúcar (bolachas e cereais de pequeno almoço mais açucarados) ou, em caso de doença celíaca, como substituto do pão, visto que é um alimento sem glúten.
Relativamente ao melhor momento para a consumir será após o treino, na medida em que, sendo uma fonte de energia rápida, constitui uma boa opção para promover a recuperação muscular e o restabelecimento das reservas de glicogénio após o treino.