Sabia que todos os anos, cerca de 1 milhão e 200 mil pessoas morrem na Europa devido ao tabagismo? Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS) e requerem especial atenção, principalmente quando o assunto é o tabaco na adolescência.
Todos sabemos que a adolescência é uma fase complicada para alguns jovens. E como se não bastassem as alterações hormonais, existem ainda uma série de fatores externos para os quais os pais devem estar atentos.
O tabaco pode surgir em conversa entre amigos ou até mesmo quando já existe alguém do grupo de amigos que já fume ocasionalmente. Nesses casos, os jovens podem sentir-se atraídos para experimentarem e sem pensarem nas consequências.
Facilmente vemos pessoas na rua com o cigarro na mão, seja enquanto caminham ou quando estão paradas numa esplanada a disfrutar de uma pausa. Por isso mesmo, é crucial conversar com os seus filhos de forma antecipada sobre as vantagens de uma vida sem cigarros.
O importante é dar o exemplo e estabelecer regras bastante claras desde logo. De facto, estratégias como esta podem evitar que as crianças se tornem adultos totalmente dependentes e com maior risco de morte precoce.
O tabaco na adolescência: o que dizem as estatísticas
São várias as doenças associadas ao tabagismo: desde a doença coronária, o cancro, doença pulmonar obstrutiva crónica, bronquite crónica, entre outras. E a verdade é que é de extrema importância falar sobre o tabaco na adolescência aos mais jovens e explicar-lhes tudo isto.
Na verdade, não há qualquer tipo de benefício associado a este tipo de vício, muito pelo contrário. Segundo a Fundação Portuguesa de Cardiologia os fumadores têm em média menos 10 anos de vida do que os não fumadores. Além disto, saiba que a maioria começa a fumar na adolescência.
De acordo com o Relatório do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo 2020, o consumo de tabaco em Portugal continental diminui nos últimos 5 anos.
No entanto, os dados do último Inquérito Nacional de Saúde em 2019, revelam que 16,8% da população residente em Portugal continental com 15 ou mais anos era fumadora, sendo que 14% fumadora diária.
Quanto ao consumo de tabaco pelos mais jovens, houve também uma redução. No entanto, com aumento do consumo de tabaco para cachimbo de água e de tabaco aquecido.
De facto, em 2019 e entre os jovens dos 13 aos 18 anos, os cigarros foram o tipo de produto mais referido por quem já experimentou, seguindo-se os cigarros eletrónicos, cachimbo de água (também conhecido por shisha) e tabaco aquecido.
Contudo, se considerarmos apenas os cigarros eletrónicos, é possível verificar um acréscimo relativo ao consumo nos últimos 12 meses de 7,2%, entre 2015 e 2019.
Mas o que leva os adolescentes a fumar?
O tabaco na adolescência é um problema grave e deve ser entendido como tal. Afinal, o consumo de tabaco entre os jovens diminuiu, mas houve um acréscimo no que diz respeito aos cigarros eletrónicos e ao tabaco aquecido.
Mas por que motivo fumam os jovens? Será só uma questão de curiosidade ou trata-se de falta de informação? A verdade é que os motivos que levam os mais jovens a fumar podem ser vários e distintos.
No entanto, estamos certos de que as estratégias de marketing se têm vindo a tornar cada vez mais eficazes, agressivas e muito enganosas por vezes. Isto porque os jovens e crianças começam a olhar para o tabaco como algo atrativo.
Os sabores disponíveis para os cigarros eletrónicos ou as embalagens dos líquidos são altamente apelativas para os mais novos – desde as cores passando pela panóplia de sabores existentes.
Para além disto, e apesar de existir uma legislação bastante clara da proibição de fumar em espaços fechados, em algumas discotecas parece não existir esse problema – especialmente para quem opta por fumar cigarros eletrónicos ou tabaco aquecido.
Um aspeto atrativo que pode fazer também com que as crianças e jovens comecem a fumar sem pensarem nas consequências, é ainda o facto dos novos cigarros não cheirarem a um cigarro convencional.
Ou seja, podem facilmente fumar em qualquer lado sem que fiquem a cheirar a tabaco nas mãos ou na roupa – algo que dificulta bastante a tarefa dos pais de descobrir o que andam os mais pequenos a fazer.
5 sugestões para prevenir o tabaco na adolescência
Converse com o seu filho e explique as vantagens de não fumar
Se tem filhos adolescentes, deve sentar-se e conversar com eles de forma séria sobre o tabaco. Explique quais são as vantagens de não fumar, e refira que tipos de complicações para a saúde podem estar associadas a uma vida com fumo.
Não tenha medo de os assustar com as doenças. O importante é que percebam que existem consequências associadas ao tabagismo.
Refira que tabaco é tabaco, independentemente do tipo de cigarro
Entre as crianças e os mais jovens é essencial reforçar a ideia de que um cigarro é sempre um cigarro. Ou seja, será sempre nocivo independentemente de se tratar de um cigarro convencional, cigarro eletrónico, tabaco aquecido ou shisha, por exemplo.
É crucial reforçar esta ideia, principalmente nos mais jovens.
Dê exemplos de pessoas que conhece
Conhece alguém que teve ou tem alguma complicação de saúde devido a uma vida com fumo? Dê esse exemplo ao seu filho e explique o porquê de uma simples decisão poder mudar toda a nossa vida, podendo mesmo acabar com ela.
Marque uma consulta no médico para conversar sobre o assunto
Caso já tenha tido uma conversa com o seu filho e pensa que não foi suficiente ou que necessita de mais informação, deve marcar uma consulta com o pediatra.
Peça ao pediatra para falar sobre as consequências graves do tabaco. Afinal, não ninguém melhor para o fazer.
Não fume em frente aos mais pequenos
No caso de ser fumador, opte por não fumar em frente aos seus filhos. Muitas vezes acabamos por pegar no cigarro e já nem nos apercebemos do meio envolvente.
Por isso, sempre que tiver crianças à volta o ideal é não fumar. Lembre-se que os pais e os adultos são sempre as referências e os exemplos dos mais pequenos e, por isso mesmo, a tendência é para se repetirem alguns comportamentos. Evite fumar perto dos não fumadores.