Mónica Carvalho
Mónica Carvalho
29 Mar, 2017 - 15:09

Suplementos antioxidantes no exercício: sim ou não?

Mónica Carvalho

O papel dos antioxidantes no nosso corpo é indiscutível. No entanto, será que se justifica a toma de suplementos antioxidantes no exercício?

Suplementos antioxidantes no exercício: sim ou não?

Os antioxidantes são substâncias que desempenham diversas funções no organismo, entre elas ajudar a prevenir o envelhecimento precoce e manter a saúde de nossas células.

O nosso corpo produz grande parte dos antioxidantes necessários para funcionar devidamente mas, por vezes, alguns fatores externos exigem uma quantidade maior de antioxidantes que devem ser obtidos da dieta, nomeadamente a partir de frutas, verduras e legumes frescos e biológicos.

Por isso, a toma de suplementos antioxidantes no exercício tem vindo a aumentar, sendo importante desmistificar a questão e perceber as consequências que advém da toma destes suplementos.

Suplementos antioxidantes no exercício: sim ou não?

Suplementos antioxidantes

Mais de 40% dos atletas toma suplementos antioxidantes – uma conclusão levada a cabo por Vítor Hugo Teixeira, professor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto.

Uma prática levada a cabo por “sempre terem ouvido dizer que durante o exercício físico produzem-se os oxidantes que causam dano muscular, fadiga e, então, vamos suplementá-los com antioxidantes.” Mas em nada se beneficia com esta ingestão, muito pelo contrário: “descobriu-se recentemente que são esses mesmos oxidantes que nos fazem adaptar e tornar mais fortes.”

E isto porque o exercício físico, defende o profissional de nutrição, não é saudável: “desidrata, inflama, oxida”; “a recuperação do exercício, essa sim, é saudável. (…) Ficamos mais fortes e adaptados ao exercício, àquela agressão. Por isso, se tomarmos antioxidantes, vamos bloquear a nossa adaptação ao exercício, vamos regenerar pior o músculo, vamos ter menos enzimas antioxidantes, a capacidade de produção de insulina e capacidade aeróbicas ficam diminuídas, portanto prefiram alimentos antioxidantes.”

Posto isto, a toma de suplementos antioxidantes no exercício deve ser simplesmente substituída pela ingestão de alimentos ricos em antioxidantes.

Além disso, um estudo recente realizado na Finlândia pelo Instituto Nacional da Saúde e Bem-estar da Finlândia e pelo Instituto Nacional de Cancro dos Estados Unidos avaliou um total de 29.133 homens fumadores entre os 50 e os 69 anos de idade, apurou uma relação entre o cancro do pulmão e a ingestão de suplementos antioxidantes.

Os indivíduos foram aleatoriamente distribuídos por quatro grupos que receberam os suplementos seguintes: vitamina E (50 UI por dia), beta-caroteno, (20 mg por dia), vitamina E mais beta-caroteno, ou placebo (comprimido sem antioxidantes). No final do estudo apurou-se um aumento na incidência do cancro do pulmão de 18% nos grupos suplementados com beta-caroteno, independentemente da suplementação com vitamina E.

Suplementos antioxidantes no exercício, não. Alimentos antioxidantes, sim.


Para facilitar a recuperação pós-treino, os alimentos antioxidantes podem ser uma parte integrante. Desta forma, a toma de suplementos antioxidantes no exercício pode simplesmente ser substituída por alimentos ricos nestes compostos.

  • Frutos vermelhos: morango e uvas vermelhas e roxas possuem protoantocianidina, substância que fortalece os vasos sanguíneos e linfáticos, melhorando a circulação. Amoras, framboesas e groselhas também são uma boa opção pós-treino.
  • Citrinos: limão, lima, laranja e goiaba contêm vitamina C e favorecem a microcirculação.
  • Peixe: salmão, atum, sardinha e arenque são ótimas fontes de ómega 3, uma gordura insaturada com efeito anti-inflamatório, que também pode ajudar na recuperação pós-treino.

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