Stress e burnout parecem uma e a mesma coisa, mas será mesmo assim? Parece que não. Na verdade, stress e burnout são conceitos bastante diferentes. Sob stress, lutamos para lidar com a pressão e a tensão. Num estado de esgotamento total, como é o caso do burnout, a energia desaparece e a desesperança ganha terreno.
Vamos tentar compreender o stress?
Stress, talvez um dos termos mais utilizados em todo o mundo, pode ser definido como uma reação do organismo, física e psicológica, causada pelas alterações emocionais que ocorrem quando alguém é confrontado com determinadas situações (desafios; ameaças; situações perturbadoras), que podem provocar uma grande variedade de sentimentos e sensações.
O stress está dependente das exigências do dia a dia de cada pessoa. As situações indutoras de stress podem ser extremamente variadas. Determinadas situações ou estímulos convertem-se em stress devido à interpretação ou ao significado que lhes é atribuído por cada um.
Acontecimentos de vida intensos e extraordinários tendem a ser fontes de stress, nomeadamente: situações relacionadas com a casa, a separação/divórcio, começar um novo trabalho, ser despedido, sofrer um acidente ou perder um ente querido. Todavia, também pequenas situações do dia-a-dia podem causar stress (ruído, dores de cabeça intensas, os vizinhos a fazer muito barulho, entre outros).
As consequências do stress intenso e prolongado são muitas. distúrbios de ansiedade, depressão, maior risco de doença cardiovascular, maiores consumos de drogas, bebidas alcoólicas e tabaco, entre outras.
Como distinguir um estado de burnout?
O conceito de burnout surgiu associado ao sentimento de exaustão profissional, frequentemente encontrado em profissionais de saúde e noutras profissões envolvidas na dinâmica de ajuda e prestação de cuidados a outras pessoas.
De forma simples, burnout pode ser definido como um estado de enorme exaustão emocional, que tem origem a partir de um processo crónico de exposição ao stress, não sendo consequência de um único episódio de mal-estar e pressão.
Tende a desenvolver-se com o passar dos anos e a passar despercebido nas suas fases iniciais. Tem associado um excessivo e prolongando nível de tensão e uma degradação da qualidade de vida, com implicações ao nível da saúde física e mental.
Algumas das implicações do burnout ao nível da saúde psicológica são bem conhecidas:
- recursos emocionais diminuídos;
- atitudes e sentimentos negativos dirigidos às pessoas a quem prestam serviços e aos colegas;
- insatisfação com o trabalho;
- infelicidade;
- adoção de atitudes negativas, frias, distanciadas, desumanizadas;
- diminuição de sentimentos de competência e eficácia profissional;
- falta de atenção, de concentração, alterações de memória e lentificação do pensamento;
- sentimento de insuficiência, baixa autoestima e dificuldade de autoaceitação;
- incapacidade para relaxar.
Alguns sintomas físicos estão comummente presentes nas situações de burnout, nomeadamente: fadiga constante e progressiva, distúrbios do sono, dores musculares, cefaleias e enxaquecas e perturbações gastrointestinais.
Stress e burnout: afinal, o que os diferencia?
Stress e burnout são frequentemente confundidos, até porque os seus sintomas são muito semelhantes, no entanto, cada um tem o seu papel. Enquanto o stress tende a ser uma resposta temporária do nosso organismo perante situações entendidas como desafiantes/difíceis, o burnout refere-se a situações mais estendidas no tempo.
De forma simples, podemos dizer que o burnout é uma consequência e um prolongamento do stress. Instala-se a partir da vivência prolongada de stress e tende a estar relacionado com situações de foro laboral, principalmente quando existem pressões excessivas, conflitos, recompensas emocionais baixas e pouco reconhecimento.