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A doença pelo novo coronavírus foi considerada uma emergência de saúde pública de âmbito internacional devido à expectável propagação global do vírus. O impacto desta pandemia é elevado e tem criado um clima de insegurança, preocupação e medo. Felizmente não têm faltado exemplos de solidariedade em tempo de pandemia.
Doença por novo coronavírus: quais as implicações para o dia-a-dia?
O novo coronavírus é já considerado uma pandemia, ou seja, corresponde a uma epidemia (quando o número de pessoas doentes ou infetadas é superior ao expectável, numa comunidade ou região, num determinado período de tempo) que ocorre em mais do que dois continentes.
Na maioria dos casos são apresentados sintomas respiratórios, ligeiros a moderados, semelhantes aos da gripe sazonal. Contudo, nos casos mais graves este vírus pode causar pneumonia grave, insuficiência respiratória aguda, falência renal ou de outros órgãos e, eventualmente, levar à morte. Felizmente, a maioria dos casos recupera, sem deixar sequelas.
Tendo em conta o grande impacto e perigo do novo coronavírus o dia-a-dia de todos nós tem sofrido grandes alterações. Algumas precauções passaram a fazer parte da nossa rotina diária, nomeadamente lavar as mãos frequentemente, evitar tocar com as mãos no nariz, nos olhos e na boca e permanecer em casa, em situação de isolamento social.
É fundamental que todos tentemos contribuir para o combate à propagação do vírus. É fundamental a existência de solidariedade em tempo de pandemia. Com a adoção destas precauções estamos a ajudar a proteger as outras pessoas (1).
A importância da Solidariedade em tempo de pandemia
Parar a transmissão da doença por novo coronavírus requer a colaboração de todos. A solidariedade em tempo de pandemia é fundamental para que mais rapidamente seja possível recuperar desta crise de saúde pública.
Mas, a solidariedade em tempo de pandemia não passa apenas pelo cumprimento rigoroso das precauções e orientação da Direção Geral de Saúde, como forma de nos protegermos a nós mesmos e aos outros, passa também por pequenos gestos que, por vezes, emergem em tempos de crise.
Neste momento, a subsistência de muitas famílias passa pela ajuda. Esta ajuda tem sido dada por familiares, amigos, vizinhos ou pela comunidade envolvente e tem assumido diferentes formas, nomeadamente:
- Ajuda emocional
- Apoio moral e companheirismo
- Ajuda económica
- Ajuda em pequenos e grandes serviços (1, 2)
Vários teóricos têm-se debruçado sobre a solidariedade e entreajuda em situações de catástrofe/crise e têm mostrado que perante situações de calamidade, muitas vezes, surge em nós o melhor dos sentimentos, a solidariedade, a bondade, a entreajuda.
Em suma, as situações de catástrofe/crise tendem a originar comportamentos baseados na solidariedade, na cooperação e na empatia.
Estas situações extremas mostram qual a verdadeira capacidade de mobilização das pessoas e das comunidades, permitem testar a força dos laços que nos unem a todos nós como seres humanos e potenciam o pensar e a concretização de alternativas na construção de um mundo mais justo e igual (2).
A solidariedade em tempo de pandemia tem sido amplamente divulgada nas redes sociais e nos meios de comunicação social. A maioria de nós poderá até ter presenciado algum gesto dessa solidariedade e entreajuda ao seu redor .
Entreajuda em Portugal: cidadãos feitos de bondade
No nosso país, a solidariedade em tempo de pandemia tem assumido muitas e diversas formas, desde a disponibilização de alojamento a profissionais de saúde que não podem regressar às suas casas, às redes apoio criadas pela vizinhança de pessoas idosas que se voluntariam para realizar as compras de que estas necessitam.
Os portugueses, uma vez mais, afirmam estar presentes uns para os outros. Organizações, autarquias, empresas, instituições e a sociedade civil têm-se mobilizado para ajudar. O país parece estar unido e mobilizado diante da pandemia e do sofrimento.
Estes cidadãos que voluntariamente colocam em prática atos de solidariedade e bondade, trazem incorporados dentro de si um conjunto de valores. Estes valores são habitualmente aprendidos, desde cedo, normalmente, no seio da família, através da educação que receberam e mediante as reflexões e aprendizagens que realizaram ao longo da vida.
Este espírito voluntarioso caracteriza-se pela gratuitidade, pela consciência de ser para os outros e pela doação de si mesmo. São disponibilizados tempo, energia, conhecimentos e disponibilidade emocional, sem esperar recompensas (3).
SOLIDARIEDADE EM TEMPO DE PANDEMIA: SAIBA COMO PODE AJUDAR
A comunicação social tem divulgado muitos e bons exemplos de entreajuda e solidariedade. É importante que cada um de nós consiga contribuir para o bem comum.
1. Contribuir com equipamentos, serviços ou outros apoios específicos
Seja a título individual, institucional ou empresarial, pode contribuir de diversas formas e ajudar o Serviço Nacional de Saúde. Existe inclusive um formulário específico para o efeito.
2. Contribuir para o reforço das equipas de médicos, enfermeiros e assistentes operacionais
Contribuir para o reforço das equipas de médicos, enfermeiros e assistentes operacionais de forma a dar resposta à fase de mitigação da pandemia do novo coronavírus.
3. Combater as informações enviesadas e contraditórias
É importante estar atento e partilhar as informações divulgadas por instituições oficiais credíveis, para que a informação oficial chegue à maioria da população.
4. Afastar os efeitos prejudiciais do isolamento
A situação de isolamento social é novidade para a grande maioria das pessoas e é importante que esta não provoque danos ao nível da saúde mental. É importante manter contacto com amigos, família e rede de vizinhança, mesmo que à distância de um ecrã. Devem ser privilegiadas as interações positivas e otimistas.
5. Utilizar os talentos de forma construtiva
Todos temos talentos e capacidades únicas. Porque não partilhá-los de forma a tornar o isolamento social das outras pessoas menos penoso?
6. Diminuir a quantidade de pessoas na rua
Se é jovem e saudável, quando for à farmácia ou ao supermercado, ajude a sua família, amigos e vizinhos e faça as compras por eles.
- Direção Geral de Saúde (2020). Materiais de Divulgação. Disponível em: https://covid19.min-saude.pt/materiais-de-divulgacao/
- Mendes, J., Araújo, P. (1026). Risco, catástrofes e a questão das vítimas. e-cadernos ces. Disponível em: https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/36644/1/Risco%2C%20cat%C3%A1strofes%20e%20a%20quest%C3%A3o%20das%20v%C3%ADtimas.pdf
- Macedo, A. (2011). Solidariedade e voluntariado: uma relação necessária. Disponível em: https://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/9288/1/Tese%20Mestrado_Ana%20Macedo%20%282011%29.pdf