Denomina-se por glicemia a quantidade de glicose (açúcar) em circulação no sangue. Quando há excesso de açúcar no sangue, estamos perante uma situação de hiperglicemia. Pelo contrário, quando os níveis de glicose no sangue ficam muito baixos, estamos perante uma hipoglicemia.
Ambas as situações correspondem a alterações no equilíbrio do organismo e podem ter consequências graves para saúde. Como tal, é muito importante o controlo deste parâmetro e a manutenção de valores estáveis, principalmente em doentes diabéticos.
Hiperglicemia e Diabetes: como se relacionam?
A diabetes é uma doença de foro metabólico que afeta um número crescente de pessoas.
Caracteriza-se por um estado de hiperglicemia constante, que se deve em alguns casos, à insuficiente produção de insulina pelo organismo – diabetes tipo 1– ou à insuficiente ação da insulina – diabetes tipo 2 – e frequentemente, à combinação destes dois fatores.
A principal função da hormona insulina é promover a absorção do açúcar do sangue pelas células, no sentido de produzir energia.
Além da diabetes, podem ocorrer hiperglicemias pontuais provocadas por situações de stress, pela ingestão de hidratos de carbono em excesso nas refeições, infeções urinárias, intestinais, respiratórias ou como efeito secundário de alguns medicamentos.
A glicemia normal deverá variar entre 80 e 110 mg/dl antes das refeições e entre 110 e 140 mg/dl depois das refeições. Quando os valores ultrapassam este limite surgem os sintomas de açúcar a mais.
Quaisquer que sejam as causas da hiperglicemia, deverá, em primeira instância, aumentar a ingestão de água durante esse período de descompensação.
Sintomas de excesso de açúcar no sangue
Os sintomas de excesso de açúcar no sangue podem ser bastante diversos e afetar de forma diferente de pessoa para pessoa. Dentro dos mais comuns, destacam-se:
- Micções frequentes;
- Aumento da sensação de sede;
- Aumento da sensação de fome;
- Dores de cabeça;
- Dificuldade de concentração;
- Visão turva;
- Fadiga;
- Prurido;
- Boca seca;
- Oscilação de peso.
O primeiro sintoma é a desidratação derivada do excesso de açúcar no sangue. Esta condição leva ao aumento da sensação de sede e às micções frequentes.
Por outro lado, como os níveis de glicemia não estão estáveis, ocorre uma maior sensação de fome nos períodos após os picos glicémicos, pois a quebra é mais acentuada. Estas condições primárias, originam, posteriormente, todos os outros sintomas descritos.
Se a hiperglicemia não for corrigida, os sintomas agravam-se e poderão ocorrer infeções cutâneas, dificuldade na cicatrização de feridas, perda de sensibilidade nas extremidades por lesão dos nervos, disfunção erétil, alterações digestivas e renais.
Nos casos mais graves, pode evoluir para um coma diabético (cetoacidose). Neste quadro, uma vez que o organismo não possui insulina suficiente para converter a glicose em energia, vai recorrer à gordura como fonte de energia alternativa.
Durante esse processo formam-se compostos ácidos denominados “cetonas” que, quando em excesso, potenciam um quadro clínico de náuseas, vómitos, dificuldade respiratória, o qual pode ser fatal se não for administrado tratamento urgente.
No entanto, e apesar da gravidade de alguns sintomas, muitas pessoas não apresentam qualquer tipo de sintomas no imediato, sendo que estes só surgem após muitos dias de elevados níveis de açúcar no sangue.
Por esse motivo é que a diabetes é uma “doença silenciosa”, pois o seu diagnóstico pode ser muito atrasado.
Como prevenir os sintomas do excesso de açúcar no sangue?
Para prevenir situações de hiperglicemia, é importante a adição de um estilo de vida saudável.
Adotar uma alimentação equilibrada
A adoção de uma alimentação saudável e equilibrada é essencial para prevenir hiperglicemias e situações futuras de diabetes.
Neste contexto, é particularmente importante o controlo da ingestão de açúcar (incluindo bolos, bolachas, refrigerantes) e de hidratos de carbono refinados, os quais devem ser evitados ao máximo e, no caso de diabéticos, não devem ser ingeridos de forma isolada.
A gestão do peso corporal é também muito importante, visto que o excesso de peso é uma causa frequente da diabetes tipo 2.
Praticar exercício físico com regularidade
A prática regular de exercício físico melhora a sensibilidade das células à ação da insulina e potencia a ação desta hormona, facilitando a entrada da glicose para as células e a sua saída do sangue.
Vigiar os níveis de glicemia regularmente
Quer através de análises periódicas ao sangue, quer através de picadas pontuais no dedo, os valores de glicemia podem ser facilmente apurados e vigiados, de modo a evitar situações recorrentes de hiperglicemia.