Camila Farinhas
Camila Farinhas
01 Dez, 2022 - 22:53

Síndrome dos ovários policísticos: o que é, causas e tratamento

Camila Farinhas

Sabia que a síndrome dos ovários policísticos afeta cerca de 7% da população feminina em idade reprodutiva?

Mulher com Síndrome dos ovarios policisticos

Síndrome dos ovários policísticos, é uma das alterações endocrinológicas mais comuns na população feminina em idade fértil. No entanto, muitos casos ficam por diagnosticar. Conheça aqui quais os sintomas mais comuns, causas e tratamento desta patologia.

Síndrome dos ovários policísticos: de A a Z

Médica a mostrar resultados de ecografia

O que é?

A Síndrome dos ovários policísticos (SOP), caracteriza-se pela presença de quistos nos ovários, e é uma alteração endocrinológica que atinge um grande número de mulheres em idade fértil. Esta condição é associada frequentemente a um maior risco de desenvolver diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e a maior prevalência de cancro do endométrio em idade precoce. Assim, o diagnóstico atempado e tratamento adequado assumem um papel fundamental.

Quais são os sintomas?

  • Ciclos menstruais irregulares: amenorreia (falta de menstruação), menstruação frequente ou imprevisível.
  • Hirsutismo (Excesso de pelos corporais): lábio superior, queixo, costas, polegares e dedos dos pés, ao redor dos mamilos e ao longo da linha alba.
  • Queda de cabelo: geralmente na zona temporal (acima das orelhas).
  • Acne
  • Obesidade
  • Hipertensão arterial
  • Alteração do metabolismo da glicose
  • Infertilidade
  • Depressão e ansiedade

 De salientar que estes sintomas podem aparecer aquando da primeira menstruação (menarca). Dado que, nesta fase, o ciclo menstrual ainda está em regulação, é muito fácil que esta síndrome passe despercebida. No entanto, caso dois a três anos após a menarca, a menstruação continuar muito irregular, deverá consultar o ginecologista.

Síndrome dos ovários policísticos: as causas

A Síndrome dos ovários policísticos é uma desordem do sistema endócrino. Este sistema é responsável pela regulação de inúmeras funções essenciais à vida, como o metabolismo, sono, funções reprodutivas entre outras. A causa da Síndrome dos ovários policísticos não é conhecida, mas sabe-se que fatores genéticos e hormonais associados a um estilo de vida menos saudável, aumentam a probabilidade da sua ocorrência.

Como é feito o diagnóstico?

Médico a fazer análises de sangue

O diagnóstico da Síndrome dos ovários policísticos é efetuado através de:

  • Avaliação completa da história clinica e sintomas;
  • Exame físico;
  • Análises sanguíneas (Níveis de testosterona, FSH, prolactina e TSH);
  • Ecografia pélvica para confirmar o diagnóstico.

O diagnóstico de Síndrome dos ovários policísticos é feito quando se está na presença de pelo menos duas das seguintes condições:

  • Oligomenorreia (menstruação com frequência anormal), amenorreia (falta de menstruação) ou anovulação (falta de ovulação);
  • Hiperandrogenismo (Excesso de hormonas masculinas);
  • Ovários poliquísticos identificados por ecografia.

Qual o tratamento?

O tratamento deve ser adequado a cada mulher de acordo com os sintomas e intuito terapêutico. As formas mais comuns de tratamento da Síndrome dos ovários policísticos são:

  • Uso de pílula anticoncecional específica para SOP;
  • Exercício físico regular;
  • Controlo adequado do peso;
  • Uso de hipoglicemiantes orais ou outros fármacos que estejam indicados para o quadro clínico metabólico em causa;
  • Uso de fármacos específicos para limitar o excesso de testosterona ou a ação da testosterona existente;
  • Uso de estimulantes da menstruação;
  • Redução do stress e ansiedade.

Mulheres com síndrome dos ovários policísticos têm maior risco de complicações na gravidez como diabetes gestacional, parto prematuro e pré-eclâmpsia, que são exacerbados pela obesidade. A avaliação pré-concecional é por isso fundamental.

É possível prevenir o problema?

Até ao momento, não é conhecida a prevenção da Síndrome dos ovários policísticos. No entanto, através do controlo adequado do peso e um estilo de vida saudável é possível evitar o desenvolvimento de diabetes e doenças cardiovasculares.

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