É possível (e até provável) apresentar síndrome do impostor ao mesmo tempo que se é bem-sucedido e se ocupa cargos de elevado relevo e responsabilidade. Mas o que é, afinal, a síndrome do impostor e o que implica? Vamos tentar compreender.
Síndrome do impostor: o que é?
A síndrome do impostor leva as pessoas que dela padecem a acreditar que não são merecedoras das suas realizações e da estima que as outras pessoas lhes têm. Sentem que não são tão competentes ou inteligentes quanto os outros pensam e temem que, em breve, as outras pessoas venham a descobrir essa realidade.
Apesar das evidências de sucesso, sentem-se uma fraude. Atribuem as suas realizações e sucesso a fatores externos ou à sorte e não aos seus esforços e capacidades. Mas, afinal, o que leva alguém a apresentar esta síndrome?
A síndrome do impostor parece ser influenciada por determinados traços de personalidade, nomeadamente o perfecionismo (tendência em procurar exageradamente a perfeição) e o neuroticismo (traço de personalidade que engloba sentimentos como preocupação, ansiedade, autoperceção afetada, tristeza e nervosismo).
Todavia, outras são as causas possíveis. Ambientes demasiado competitivos e pressão extrema podem servir de base ao surgimento desta síndrome, bem como vivenciar uma situação de fracasso após uma série de sucessos.
Por fim, importa destacar que a síndrome do impostor não constitui uma entidade diagnóstica oficial. Mais ainda, pessoas que apresentam este fenómeno psicológico podem apresentar outras condições de saúde mental concomitantes, nomeadamente ansiedade e/ou depressão.
Como enfrentar a síndrome do impostor?
Eis 5 formas
Superar a síndrome do impostor pode não ser tarefa fácil. Envolve ter em mente que ninguém é perfeito, bem como mudar a própria mentalidade, aceitar e assumir capacidades e realizações pessoais e profissionais.
Todavia, é importante enfrentá-la, já que esta pode sufocar o potencial de crescimento de quem dela sofre. Eis as 5 medidas que podem ajudar.
Aceitar a realidade
Importa aceitar que a síndrome do impostor é comum e que qualquer um de nós pode, em algum momento da vida, experienciá-la na primeira pessoa.
Dizer não às comparações
As pessoas devem concentrar-se nas suas próprias realizações e evitar comparações com os outros.
A comparação com as realizações e habilidades alheias pode colocar demasiada pressão e levantar dúvidas sobre as capacidades e potencialidades próprias.
Recordar os sucessos e as vitórias do passado
Uma boa estratégia passa por listar todas as realizações, sucessos, aptidões e habilidades atuais e passadas e, com frequência, reler essa lista, de forma a compreender que essas conquistas foram reais e merecidas.
Aceitar o erro e a dúvida
Há que ter em mente que errar é humano e que é normal ter dúvidas e inseguranças.
Quando um evento de vida desafiante se avizinha, como por exemplo um novo emprego, é natural que exista um período inicial de aprendizagem em que são cometidos erros, em que é ganha experiência.
Os falhanços iniciais devem ser esperados e deve existir liberdade para que aconteçam, de forma que estes contribuam para a aprendizagem e melhoria futura.
Procurar ajuda
Pode ser vantajoso partilhar os sentimentos de insegurança com alguém próximo e de confiança, que se mostre capaz de oferecer uma perspetiva mais equilibrada e realista.
Se mesmo assim os sentimentos de insegurança e baixa autoestima persistirem e interferirem no desempenho diário, pode ser importante procurar ajuda mais especializada.