Share the post "Sexto mês de gravidez: já só faltam 3 meses para o fim desta viagem"
Chegamos ao sexto mês de gravidez (período que engloba a 22ª à 26ª semana de gravidez) e para a grande maioria das mães tem sido uma viagem inesquecível. Mas, se tudo correr bem, ainda restam mais três meses pela frente para aproveitar o seu bebé só para si.
A partir deste mês, a mãe já consegue sentir com maior frequência e intensidade os movimentos do bebé, podendo chegar a ver um alto na barriga, que pode corresponder a um pé a dar um pontapé ou a uma mão muito pequenina.
Com o final do 6º mês, entramos no último trimestre da gravidez e isto poderá ser um motivo de ansiedade e insónias para muitas mães, pois está a chegar o momento do parto e o momento de conhecer a pessoa que irá mudar a sua vida!
EXAMES A FAZER NO SEXTO MÊS DE GRAVIDEZ
Ecografia morfológica
Neste mês, o mais tardar até à 22ª semana de gestação, será de prever que o seu médico prescreva a ecografia morfológica. Conforme explicado no mês anterior, esta ecografia é um exame não invasivo, não doloroso, com uma duração de aproximadamente 30 minutos.
As informações que pode obter com este exame são:
- Descobrir o sexo do bebé, sem margem para dúvidas
- Ver com detalhe os órgãos internos do feto
- Avaliar o batimento cardíaco
- Visualizar o rosto do feto, a 3D ou a 4D, de uma forma bastante nítida, sendo possível detetar a existência de lábio leporino ou fenda labial
- Detetar problemas como:
- Descolamento da placenta
- Má formação do feto
- Maturidade da placenta
- Medição minuciosa das veias e artérias do cérebro e do coração do bebé
- Verificação de todos os ossos do bebé, principalmente do osso do nariz, coluna, região cervical e fémur
- Estimativa do peso e tamanho do bebé, bem como acerto da data provável do parto
- Imagens inesquecíveis do bebé
Para além disso, deverá fazer o acompanhamento mensal no centro de saúde, onde será realizado um exame combur à urina, para despistar infeções urinárias e outras situações.
Combur test
O combur test é um exame complementar de diagnóstico, de baixo custo e de fácil execução. Apenas mergulha-se uma tira teste em algumas gotas de urina e aguarda-se entre 1 a 2 minutos. Esta tecnologia baseia-se na alteração de cores causadas por substâncias que supostamente não deveriam estar na urina, numa quantidade considerada anómala.
Este exame é útil para uma verificação rápida de alterações renais e do trato genito-urinário, alterações no metabolismo dos hidratos de carbono, doenças hepáticas e doenças hemolíticas.
Neste exame são avaliados os seguintes parâmetros:
- Densidade da urina: os valores normais variam de 1005 a 1035; quanto mais perto estiver do valor 1000, mais diluída estará a urina e quanto mais perto estiver do 1035, maior será a sua concentração.
- pH da urina: o pH da urina varia entre 5,5 e 7,0. Valores maiores ou igual 7 podem indicar presença de bactérias que alcalinizam a urina. Valores menores que 5,5 podem indicar acidose no sangue ou doença nos túbulos renais.
- Leucócitos ou glóbulos brancos: a sua presença indica possível infeção.
- Nitritos: se der positivo, significa que estão presentes bactérias na urina, sendo um indício forte de uma infeção.
- Proteínas: deverão estar ausentes na urina.
- Glucose: a urina não costuma apresentar glicose, com exceção de mães diabéticas.
- Cetonas: a presença na urina destes produtos da metabolização das gorduras pode indicar um estado de diabetes descontrolada ou um jejum prolongado.
- Urobilinogénio e Bilirrubina: por norma estão ausentes na urina. A sua presença pode indicar doença do fígado ou hemólise (destruição anormal das hemácias do sangue).
- Sangue: a presença de sangue na urina pode dever-se a várias razões, tais como: falso positivo, menstruação, infeções, pedras no rim ou outros problemas renais.
Os resultados do exame são qualitativos e não quantitativos, ou seja, a fita serve para identificar a presença das substâncias citadas anteriormente. Contudo, a quantificação das substâncias é apenas aproximada.
ALTERAÇÕES HORMONAIS E FÍSICAS NO SEXTO MÊS DE GRAVIDEZ
Mudanças hormonais
Neste mês as hormonas terão um papel principal no humor da mãe, podendo sentir períodos com flutuações de humor.
Para além de alterações de humor, as hormonas podem provocar um aumento do apetite sexual. Salvo contra-indicação médica, aproveite esse aumento de vontade e usufrua dos últimos momentos íntimos a dois.
A mulher poderá ainda apresentar como uma consequência desta descarga hormonal um crescimento maior dos pêlos, inclusive na face e nas costas, bem como o aparecimento de manchas escuras na pele do rosto, que tendem a desaparecer após o parto.
Mudanças físicas
Nesta fase, a mãe já se começa a habituar a estar num corpo diferente do habitual. No entanto, ainda podem surgir algumas mudanças, que na sua maioria desaparecem no período pós-parto.
Para além das referidas nos meses anteriores da gestação, este mês pode trazer as seguintes mudanças físicas:
- Aumento de peso: nesta fase já poderá estar com um acréscimo de 6 a 8 kg em relação ao seu peso habitual, geralmente concentrados na barriga e nos seios.
- Devido ao aumento do peso, terá mais dificuldade em manter uma postura correta, podendo começar a andar mais inclinada para a frente, o que lhe irá provocar dores quando caminha.
- Também devido ao aumento do peso e do tamanho da barriga, podem desenvolver-se estrias rosadas ou avermelhadas em determinadas zonas críticas, tais como seios, ancas, glúteos, barriga e região lombar. As estrias podem provocar prurido, pelo que deve massajar a pele com creme hidratante gordo ou óleos hidratantes, várias vezes ao dia.
- Alterações no sono: para além da barriga já ser grande para arranjar uma posição confortável, poderá começar a acordar durante a noite com os movimentos do bebé ou começar a apresentar insónias pela ansiedade em relação ao trabalho de parto, pela vontade de conhecer o seu bebé ou poderá mesmo começar a apresentar sonhos fora do normal.
- Pode começar a apresentar desejos, isto é, um aumento da vontade em consumir determinado alimento. Não se esqueça que deverá ter uma alimentação equilibrada e variada, para evitar grandes oscilações no peso.
- Ao contrário dos desejos, poderá sentir repulsa a alguns alimentos. No entanto, caso estes apresentem um contributo nutricional importante terá de substitui-los por outro equivalente, de forma a não prejudicar o desenvolvimento fetal.
- Poderá começar a sentir alguma instabilidade ou desequilíbrio, pelo que opte por usar calçado raso e confortável.
- Nesta fase a gestante poderá sentir as famosas contrações de Braxton Hicks ou as falsas contrações de parto, que acontecem no útero e região abdominal, fazendo com que a barriga fique dura durante uns momentos e depois relaxada. Distinguem-se das contrações de parto por não serem dolorosas, são irregulares e esporádicas, mas poder tornar-se desconfortáveis para a mulher.
EVOLUÇÃO DO BEBÉ NO SEXTO MÊS DE GRAVIDEZ
Nesta fase da gravidez o bebé já tem todos os órgãos formados, verificando-se um aumento do tamanho de todas as suas estruturas, assim como o aumento de peso e do tamanho do feto.
Para além disso, podem-se verificar os seguintes ganhos no bebé:
- Alteração da pele, que fica com um tom mais avermelhado e enrugada
- Acumulação gordura por baixo da pele, que será extremamente importante no controle da temperatura logo após o nascimento, pois a temperatura no meio exterior é mais reduzida do que dentro da barriga da mãe, que ronda os 37,5ºC
- Aparecimento das unhas e dos pelos do corpo
- Possível chegada de soluços, devido à ingestão de grandes quantidades de líquido amniótico e ao diafragma ainda não estar completamente desenvolvido
- Provável colocação na posição mais favorável ao parto, a posição cefálica, que é de cabeça para baixo
No final do 6º mês, o bebé apresenta um peso aproximado das 600 gramas e o tamanho de cerca de 28 centímetros.
DICAS E CUIDADOS NO SEXTO MÊS DE GRAVIDEZ
Utilizar almofadas de apoio para dormir
De forma a ultrapassar a dificuldade em dormir, tente utilizar muitas almofadas para dar apoio ao seu corpo enquanto descansa e dar preferência a dormir virada para o lado esquerdo, o que ajuda na oxigenação ao bebé.
Colocar o cinto de segurança adequadamente
Não se esqueça da importância de colocar o cinto de segurança adequadamente, ou seja, ele deve ser colocado em volta da barriga, e não em cima dela.
Planear o babyshower
Comece a planear o seu babyshower ou delegue essa tarefa a uma amiga. Muitas são as mães que querem ter um babyshower ou chá do bebé. É um evento onde se junta os amigos ou família uma última vez antes do bebé nascer, para celebrarem a gravidez.
O ideal é planear com antecedência de pelo menos 1 mês, de forma a evitar surpresas. Nunca se esqueça que o bebé pode nascer umas semanas antes do tempo.
Escolher o nome do bebé
Esta é uma boa altura para escolher o nome do seu bebé. Já sabe o sexo, por isso tente chegar a um consenso com o seu companheiro em relação a esta escolha tão importante, o que nem sempre é uma tarefa fácil.
Escolher um plano de parto
Existem hospitais, inclusive no Serviço Nacional de Saúde, que lhe dão oportunidade de elaborar o seu plano de parto ou plano de nascimento, que regista as preferências da grávida (dentro do previsto, pois pode surgir alguma urgência, como a necessidade de ser submetida a uma cesariana) para o trabalho de parto, parto e pós-parto.
Este plano é pessoal e intransmissível e inclui detalhes como as posições que deseja experimentar durante o parto, a forma como quer lidar com a dor, com analgesia (por exemplo a anestesia epidural) ou métodos naturais, se quer levar o bebé à mama logo após o nascimento, entre outros.
POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES NO SEXTO MÊS DE GRAVIDEZ
Nesta fase a grávida apresenta um risco de queda elevado, devido ao:
- Desequilíbrio que a mulher apresenta pelo aumento do peso
- Hormona relaxina (relaxa as articulações e ligamentos da zona pélvica, tornando-as mais frouxas podendo provocar instabilidade nos pés)
- Hipoglicémias (nível de açúcar no sangue reduzido) e hipotensão arterial
Apesar do líquido amniótico, músculos uterinos, gordura abdominal e osso pélvico protegerem o feto durante a queda, podem surgir as seguintes complicações:
- Descolamento da placenta
- Entorse do tornozelo da gestante
- Fraturas de algum osso da gestante
- Dor abdominal intensa
- Rutura das membranas
- Confusão mental pós-queda
- Lesões no crânio do bebé
- Ausência de movimentos fetais
- Hemorragia
- Morte fetal
Em caso de queda, se a mãe se sentir bem e continuar a sentir os movimentos do bebé, quase de certeza que estará tudo bem e foi só um susto. No entanto, convém sempre ser observada pelo seu médico, principalmente com caráter de urgência se sentir alguma das complicações referidas anteriormente, de forma a evitar qualquer tipo de outra consequência.
ALIMENTAÇÃO NO SEXTO MÊS DE GRAVIDEZ
Estes mês continua a ter grande importância para o desenvolvimento do bebé e formação de novos tecidos. Como tal, deve-se apostar em alimentos ricos em ómega-3 para promover o adequado desenvolvimento das membranas celulares. Frutos secos, peixe gordo como o salmão, abacate e sementes são algumas das opções.
Também os alimentos ricos em cálcio e vitamina D são importantes visto que a mulher começa a perder as suas reservas para permitir a formação do bebé. Neste caso, lacticínios, ovos e legumes de folha verde escura são alimentos muito importantes nesta fase.
Por outro lado, os desejos alimentares começam a sugerir e é importante que não ceda nem exagere nas quantidades consumidas.
DICAS ESSENCIAIS PARA A ALIMENTAÇÃO DURANTE A GRAVIDEZ
- Garantir a ingestão diária de cereais complexos, vegetais, fruta e consumir diferentes fontes de proteína, nomeadamente carne, peixe, ovos, soja e outras leguminosas.
- Optar por laticínios ultrapasteurizados para evitar toxinfeções alimentares.
- A alimentação deve ser distribuída por várias refeições ao longo do dia e deve evitar estar mais de 3 horas sem comer.
- Evitar o consumo de alimentos com grande quantidade de gordura e fazer confeções simples como cozidos, grelhados, assados e estufados.
- Manter-se hidratada: beba entre 2-3 litros de água por dia.
- Optar por alimentos da época, com o menor grau de processamento possível.
- Evitar ao máximo o consumo de lacticínios não pasteurizados, enchidos e e fumados, queijos frescos e mal curados, marisco e peixe cru, peixes como espadarte, tamboril ou tintureira, e patês.
- Garantir sempre que os legumes e frutas são muito bem lavados.
- Evitar o consumo de salgados e adição de sal às refeições.
GESTÃO DE PESO NO SEXTO MÊS DE GRAVIDEZ E NECESSIDADES NUTRICIONAIS
Com efeito, e para assegurar o adequado desenvolvimento do feto, a mulher grávida tem necessidades energéticas e nutricionais superiores às da mulher não grávida, as quais dependem diretamente do trimestre de gravidez em que se encontra.
Este aumento das necessidades deve-se, essencialmente, ao aumento do metabolismo basal da mulher, o qual deriva de um aumento do trabalho cardíaco e respiratório e do crescimento de tecidos maternos e fetais.
Desse modo, é fundamental monitorizar com regularidade o ganho de peso durante a gravidez, de modo a evitar ganhos excessivos ou deficitários de peso por parte da mulher grávida que possam comprometer a saúde da mãe e da criança.
Como já foi referido, do valor energético total consumido pela grávida, cerca de 45%–65% desse valor deve provir dos hidratos de carbono, 20%–35% dos lípidos e 10%–25% da proteína. Se a mulher respeitar os aumentos referidos e se se alimentar nessa proporção, a gestão de peso na gravidez torna-se mais fácil, o que permitirá um adequado desenvolvimento do bebé e facilitará a recuperação ao peso normal da mãe.
Devido ao aumento das necessidades energéticas diárias, preconiza-se um aumento da ingestão energética em cerca de 340 Kcal além das 2000kcal recomendadas diariamente.
No final do segundo trismestre, o ganho de peso deverá corresponder a cerca de 0,4 kg/semana, não devendo ultrapassar no final do 6º mês os 4-5 Kg.
O EXERCÍCIO FÍSICO DURANTE A GRAVIDEZ
Cada fase da gravidez obriga a cuidados especiais, havendo, por conseguinte, exercícios que poderão ser realizados no primeiro trimestre e não no segundo ou terceiro.
Linhas gerais, à medida que vai avançando do primeiro, para o segundo e finalmente para o terceiro trimestre, os cuidados terão de ser redobrados, e deverá ser dada atenção a outros grupos musculares mais específicos e por vezes negligenciados.
Serão aqui apresentados guidelines gerais, que deverão ser avaliados caso a caso, consoante a experiência de treino da grávida, bem como a existência (ou não) de alguma limitação física prévia.
Relativamente a contraindicações, estas dividem-se em 2 categorias principais: relativas e absolutas.
Contraindicações relativas
- Gestação múltipla após 28 semanas
- Anemia (Hemoglobina menor que 100g/l)
- Doença da Tiroide
- Fadiga extrema
- Dores musculares extremas
- Tonturas e dores de cabeça
- Contractilidade uterina que dure várias horas após o exercício
- Obesidade excessiva ou baixo peso extremo
- História Clínica Anterior de aborto espontâneo
Contraindicações absolutas
- Incompetência cervico-ístmica
- Placenta prévia após as 28s de gestação
- Sangramento vaginal persistente ao longo do segundo/terceiro trimestre
- Rutura de bolsa / bolsa rota
- Crescimento intrauterino retardado ou macrossomia
- Gravidezes múltiplas (maior ou igual a 3)
- Doença cardíaca (conhecida geralmente antes da gravidez:
miocardiopatia ativa, insuficiência cardíaca, arritmias) - Doença Pulmonar (conhecida antes da gravidez), Embolia pulmonar recente
- Hipertensão gestacional, pré-eclampsia
- Tromboflebite
- Doença infeciosa aguda
- Realização recente de amniocentese
- História de abortos de repetição
- Gestante sem assistência pré-natal
O EXERCÍCIO FÍSICO DURANTE O SEXTO MÊS DE GRAVIDEZ
No último mês do segundo trimestre, começam-se a acentuar as alterações posturais, havendo um aumento da flexibilidade articular nomeadamente na articulação sacro-ilíaca e na sínfise púbica. Verifica-se também aumento da laxidão ligamentar e da flexibilidade muscular, começando a pronunciar-se a diástase dos retos abdominais.
Contraindicações
Exercícios que envolvam muito equilíbrio, atividade competitiva com movimentos repentinos, saltos, artes marciais e mergulho, deverão ser evitados. Gradualmente deve começar a incorporar exercícios mais estáveis, optando por vertentes sentadas em detrimento de em pé.
Caminhada
Atividade cardiovascular que pode e deve ser realizada 3 a 5 vezes por semana, devendo ter a duração mínima de 30 minutos e intensidade moderada.
Yoga para gestantes
O Yoga ajuda a preparar a mulher para o parto, ao mesmo tempo que favorece o fortalecimento do corpo e da mente e a redução da sensação de cansaço.
Além disso, estimula a confiança da mulher e faz com que esta se sinta globalmente mais calma
Pilates para gestantes
Desde que não haja contraindicação médica, as grávidas podem realizar a prática durante toda a gestação, pois o Pilates é uma atividade física de baixo impacto e os exercícios podem ser modificados de acordo com a necessidade e o avançar da gestação.
As atividades alongam e fortalecem a musculatura, principalmente a da região central do corpo (abdominais, glúteos, parte inferior das costas e soalho pélvico), que é a mais requisitada pela gravidez. Fortalecidos, esses músculos sustentam melhor a coluna vertebral, garantindo alívio das dores lombares.
Agachamento TRX
Em termos de treino de força, pode-se continuar a fazer agachamentos, usando o TRX para conferir algum suporte, sendo importante este movimento para fortalecer as coxas e glúteos.
Remadas TRX
Nesta categoria inserimos dois tipos de remadas que poderão ser feitas, qualquer uma com vantagens ao nível do trabalho de braços e costas.
Ao executar estas remadas, irá garantir que trabalha os grupos musculares posturais para minimizar os problemas mais comuns: ombros para a frente e músculos das costas enfraquecidos.