Mónica Carvalho
Mónica Carvalho
12 Jan, 2018 - 18:24

Sexonambolismo é real e pode prejudicar a qualidade de vida

Mónica Carvalho

Saiba mais sobre o sexonambolismo, um distúrbio de sono raro e amplamente desconhecido que pode prejudicar a qualidade de vida.

Sexonambolismo é real e pode prejudicar a qualidade de vida

A maioria das pessoas sabe o que é o sonambulismo, mas desconhece uma fase mais profunda deste problema: o sexonambolismo, que ocorre quando o indivíduo adormecido age sexualmente, sem se aperceber disso mesmo e sem qualquer memória posterior.

Esta condição é ainda amplamente desconhecida e incompreendida e pode ter contornos mais agressivos, que colocam em causa a qualidade de vida do paciente, bem como o bem-estar das relações.

“O sono de sexo ou sexonambolismo é uma forma de movimento ocular não-rápido, semelhante ao sonambulismo, que faz com que as pessoas se envolvam em atos sexuais, como masturbação, carícias, relações sexuais e, às vezes, violação, enquanto dormem”, diz Robert Oexman, diretor do Instituto Dormir para Viver, na Carolina do Norte, nos EUA.

Uma vez que o paciente com sexonambolismo está a passar por uma fase de sono profundo, é natural que não tenha memória do que aconteceu, existindo até negação quando confrontado com determinados atos.

As causas do sexonambolismo

sexonambolismo e disturbios do sono

Apesar de ainda serem desconhecidas na totalidade as causas deste distúrbio, há claramente alguns fatores de risco que tornam alguém mais propício ao sexonambolismo, nomeadamente, a pré-existência de outros distúrbios do sono, como a privação do sono ou a apneia obstrutiva.

Além disso, certos medicamentos podem também induzir esses tipos de comportamentos, sem ser ainda colocada de parte a vertente genética, bem como o abuso de drogas e álcool.

Tratamento de sexonambolismo

calmantes

De acordo com os dados do Toronto Western Hospital, os homens são mais propensos a sofrer de sexonambolismo, embora ambos os sexos possam ser afetados por um distúrbio pouco debatido muito por culpa do estigma a que lhe é associado.

Atualmente, não há tratamento protocolado do sexonambolismo, recorrendo-se, assim, ao uso de calmantes e anti-depressivos.

Outra abordagem importante para o tratamento do sexonambolismo passa por criar um ambiente seguro para os que são afetados pela condição e que pode passar por dormir num quarto separado, fechar portas ou até colocar alarmes nas portas para despertar as pessoas e alertá-las sobre o que está a acontecer.

Sexonambolismo na primeira pessoa

Haley Batty, tem 30 anos é dos EUA e sofre de sexonambolismo. A mulher afirma que “posso ter relações sexuais três ou quatro vezes por noite, se o parceiro aguentar, mas de manhã não me lembro de nada.”

Os sintomas apareceram aos 19 anos, altura em que começou a partilhar casa com uma amiga, que, por sua vez, se queixava dos excessivos barulhos e gemidos de Haley durante a noite, mesmo estando sozinha. Além disso, é frequente fazer sexo durante a noite, por várias vezes, e de manhã acordar sem se recordar de nada e sem denotar qualquer cansaço.

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