A sepsis é uma doença de risco causado pela resposta corporal a uma infeção. O nosso sistema imunitário protege-nos de muitas doenças e infeções, mas também é possível que o mesmo faça exatamente o contrário.
Esta patologia desenvolve-se quando alguns químicos que o nosso sistema imunitário liberta na corrente sanguínea com o objetivo de tratar uma infeção, em vez de atuarem como um tratamento, causam uma inflamação em todo o corpo. Casos mais graves podem levar ao choque séptico, o qual é significado de emergência médica.
Tipos de sepsis
Existem três tipos (ou estados) da infeção, classificados de acordo com gravidade dos seus sintomas: sepsis, sepsis grave e choque séptico.
Este problema pode surgir, por exemplo, enquanto um doente ainda está no hospital a recuperar de uma cirurgia, mas nem sempre é este o caso. A sepsis grave ocorre habitualmente quando existe a falência de um órgão.
Sintomas de sepsis
É importante procurar ajuda médica imediata se verificar algum dos sintomas descritos abaixo.
Sepsis
- Febre entre 36ºC e 38.3ºC;
- Frequência cardíaco acima dos 90 batimentos por minuto;
- Frequência respiratório acima de 20 ciclos por minuto;
- Infeção provável ou confirmada.
É necessário que tenha pelo menos dois destes sintomas para que possa haver suspeita de sepsis.
Sepsis grave
- Manchas descoloradas na pele;
- Baixa produção de urina;
- Alterações do estado mental;
- Número de plaquetas reduzido;
- Problemas respiratórios;
- Alterações bruscas da frequência cardíaco;
- Arrepios (devido à queda da temperatura corporal);
- Perda de consciência;
- fraqueza extrema.
Choque séptico
Os sintomas de choque séptico são os mesmos que na sepsis grave, com a agravante de baixa pressão sanguínea.
Causas de sepsis
Qualquer infeção pode causar infeção generalizada, mas as causas mais prováveis são as seguintes:
- Pneumonia;
- Infeção abdominal;
- Infeção renal;
- Septicemia.
Segundo o Centro de Controlo de Doenças norte americano, os casos de sepsis nos Estados Unidos da América aumentam todos os anos. Estudos mostram que existem mais mortes provocadas por sepsis do que por cancro da próstata, cancro da mama e HIV juntos. Causas possíveis para este aumentos no número de casos são:
- Envelhecimento da população, já que este problema é mais comum nas faixas etárias mais elevadas;
- O aumento da resistência aos antibióticos, ou seja, redução da capacidade que os antibióticos tinham de combater as doenças;
- Aumento de casos de pessoas com doenças imunosupressoras (doenças que enfraquecem o nosso sistema imunitário).
Fatores de risco de sepsis
Apesar de algumas pessoas terem um maior risco de infeção, qualquer pessoa pode ter. Pessoas que estão em risco são:
- Crianças e idosos;
- Pessoas com o sistema imunitário debilitado, como é o caso dos seropositivos ou pessoas a realizar quimioterapias;
- Pessoas a serem tratadas em unidades de cuidados intensivos;
- Pessoas expostas a dispositivos invasivos, tais como catéteres intravenosos ou tubos de respiração.
Tratamento da sepsis
Este problema pode progredir rapidamente para um choque séptico ou mesmo morte se não for tratada atempadamente. Sáo usados vários medicamentos como forma de tratamento, tais como:
- Antibióticos via intravenosa para combater a infeção;
- Medicamentos vasoativos para aumentar a pressão sanguínea;
- Insulina para estabilizar os níveis de glicemia;
- Corticosteróides para reduzir a inflamação;
- Analgésicos para combater a dor.
Em casos mais graves de poderá haver a necessidade de usar muitos outros fluidos intravenosos e aparelhos respiratórios artificiais. A diálise também pode necessária caso os rins também sejam um órgão afetado. Os rins ajudam a filtrar os resíduos prejudiciais, o sal e o excesso de água do sangue. Na diálise uma máquina executa estas funções de forma a ajudar ou mesmo substituir os rins.
Em alguns destes casos pode ser necessário recorrer a cirurgia, de forma a remover a fonte de infeção. Esta cirurgia pode passar por drenar um abcesso ou mesmo remover tecido infetado.