Share the post "Sarna sarcóptica em cães: o que é, sintomas, diagnóstico e tratamento"
A sarna sarcóptica é o tipo de sarna mais conhecido e muito contagioso, provocando uma inflamação da pele pruriginosa (que provoca comichão) e outras complicações graves.
O que é a sarna sarcóptica?
A sarna sarcóptica é causada por um ácaro denominado Sarcoptes Scabiei que vive no interior da pele dos animais afetados. As fêmeas deste ácaro “escavam” túneis na pele onde posteriormente depositam os ovos, causando assim um intenso prurido.
Os cães mais afetados são aqueles que não estão vacinados, têm poucos cuidados de higiene e uma fraca alimentação. O stress também pode ser um fator para o desenvolvimento de sarna sarcóptica.
A transmissão ocorre através de contacto direto com o animal infetado. Também pode ocorrer por contacto indireto através de objetos contaminados como cama, mantas, gamelas. Os sintomas surgem aproximadamente 2 a 6 semanas após o contágio.
Os cães são os animais mais atingidos, no entanto esta doença pode afetar outras espécies incluindo pessoas. Por ser de fácil transmissão e uma zoonose (doença transmissível entre pessoas e animais), trata-se de uma doença relevante e importante em termos de saúde pública.
Sintomas de sarna sarcóptica
O sintoma que mais carateriza esta doença, e a distingue da sarna demodécica, é o prurido (comichão) intenso que surge no animal. Para além dos túneis escavados pela fêmea na pele do hospedeiro, também todos os ácaros libertam substâncias que provocam inflamação e irritação da pele.
Outros sintomas que o animal pode apresentar se afetado por sarna sarcóptica são:
- Eritema, pele avermelhada;
- Alopécia, perda de pelo;
- Feridas e crostas;
- Pele escura e engrossada;
- Infeções bacterianas secundárias na pele.
É mais comum as lesões localizarem-se em zonas de menos pelo, como orelhas, cotovelos, patas e barriga, começando a surgir na zona da cabeça e depois alastrando-se para as outras zonas do corpo. Em casos mais graves as lesões podem afetar toda a superfície corporal.
Diagnóstico de sarna sarcóptica
Se o seu cão manifestar algum sintoma, especialmente perda de pelo e prurido intenso, deve levá-lo ao médico veterinário. Havendo a possibilidade do cão ser portador de uma doença que é transmissível às pessoas e é aconselhável tomar precauções como o uso de luvas para a manipulação do animal e o seu isolamento, enquanto aguarda pelo diagnóstico definitivo.
Através dos sintomas, exame físico e história clínica o médico veterinário irá suspeitar desta doença. No entanto, para confirmar o diagnóstico devem ser feitos exames específicos.
O exame de eleição para confirmação do diagnóstico de sarna é a observação microscópica do ácaro. Através de uma raspagem de pele, o médico veterinário irá conseguir recolher uma pequena amostra de detritos celulares da pele, em que é possível observar os ácaros.
É possível ocorrer um resultado falso negativo com a observação microscópica, ou seja, o animal realmente ter ácaros na pele mas não ser possível observar nenhum. Nestes casos fica ao critério do médico veterinário, mediante os sinais clínicos proceder ao inicio do tratamento e verificar se há melhorias.
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Tratamento de sarna sarcóptica
A sarna sarcóptica é uma doença possível de tratar, logo nenhum animal deve ser sacrificado apenas por ter a doença.
Por se tratar de uma zoonose, nenhum animal deve ser deixado sem tratamento, pois torna-se um risco para a saúde pública. Deve sim ser isolado para impedir o contágio.
Não só todos os animais com lesões devem ser submetidos ao tratamento, mas também animais que convivam com o animal infetado. Estes animais podem estar numa fase inicial da doença sem ainda manifestar sintomas, e tratar nesta fase é benéfico.
O tratamento é feito com produtos tópicos, ou seja, colocados diretamente sob a pele do animal. Em alternativa podem ser utilizados tratamentos injetáveis ou produtos sob a forma de pipeta spot-on.
Antes da aplicação dos medicamentos, o animal deve ser tosquiado e toda a sua pele deve ser bem limpa com um champô adequado, prescrito pelo médico veterinário, de forma a retirar todas as crostas e escamas. Assim, quando os produtos tópicos forem aplicados a sua absorção será maior e o tratamento terá maior eficácia.
Quando os animais demonstram complicações da doença, como infeções bacterianas ou fúngicas de pele secundárias, é necessário também realizar tratamentos com antibióticos e antifúngicos.
Sarna sarcóptica em pessoas
Sendo uma zoonose, esta é uma doença que é um risco para a saúde pública, principalmente para pessoas imunodeprimidas, crianças e idosos.
Os sintomas em pessoas podem passar por formação de pápulas avermelhadas, semelhantes a picadas de inseto, e que causam muito prurido, principalmente à noite, na zona do antebraço, peito, abdómen.
Por norma, esta doença nos humanos é autolimitante, ou seja, tem tendência a resolver-se espontaneamente sem medicação, entre 4 a 6 semanas após aparecimento dos sintomas.
Se teve contacto com algum cão com suspeita de sarna, diagnóstico confirmado ou apenas com lesões semelhantes às referidas anteriormente, deve estar atento a sintomas como prurido e pápulas na pele. Consulte o seu médico e informe-o do possível contacto com o animal infetado.