O Sarampo é uma infeção viral altamente contagiosa, transmitindo-se de pessoa para pessoa através da via aérea, nomeadamente através das gotículas (microgotas) de uma pessoa infetada, que se encontram em suspensão no ar após acessos de tosse, espirro ou mesmo durante o ato de falar.
A transmissão por via indireta (objetos tocados pelas pessoas infetadas) é rara devido à fraca sobrevivência do vírus fora do hospedeiro.
Habitualmente a doença é benigna mas, em alguns casos, pode ser grave ou mesmo fatal. As pessoas não vacinadas e que nunca tiveram sarampo têm uma elevada probabilidade de contrair a doença se forem expostas ao vírus.
Atualmente, os surtos de sarampo costumam ocorrer em adolescentes e em adultos jovens previamente imunizados, em crianças que não tenham sido imunizados ou em bebés demasiado pequenos para a vacina (menos de 1 ano de idade).
A mulher que tenha tido sarampo ou que tenha sido vacinada transmite essa proteção ao seu filho e ela dura praticamente todo o primeiro ano de vida. Depois do primeiro ano, a suscetibilidade ao sarampo é alta.
Sarampo: Perguntas e Respostas
O sarampo é uma doença com possibilidade de erradicação dada a sua transmissão exclusivamente entre humanos e a existência de uma vacina eficaz e segura, que se encontra incluída no Plano Nacional de Vacinação, sendo gratuita.
Qual o período de incubação/contágio do Sarampo?
O tempo de incubação da doença, ou seja, tempo que decorre entre o contágio e o aparecimento de sintomas, é de 8 a 13 dias. Assim, é possível ser-se portador do vírus sem saber.
O contágio ocorre aproximadamente entre os 4 dias antes do aparecimento do exantema (erupções cutâneas avermelhadas) e os 4 a 6 dias após o seu surgimento.
Como posso saber que tenho Sarampo?
Os sintomas começam aproximadamente entre o 7º e o 14º dia após contrair a infeção e caracterizam-se por:
- Febre alta;
- Congestão nasal;
- Odinofagias (dores de garganta);
- Inflamação das vias respiratórias superiores;
- Inflamação da conjuntiva, com rubor (vermelhidão) dos olhos;
- Mal-estar generalizado;
- Manchas brancas de pequenas dimensões no interior da boca (manchas de koplik), que não são sempre detetáveis;
- Erupção na pele associada a comichão ligeira, sobretudo nas orelhas e no pescoço, com um aspeto de superfícies irregulares, planas e vermelhas que rapidamente vão crescendo. Após um ou dois dias, essa erupção espalha-se para o tronco, braços e pernas, e começa a desaparecer do rosto.
Quais as formas de diagnóstico do Sarampo?
O diagnóstico é feito através da observação direta dos sintomas típicos da patologia e da sua evolução, no entanto o médico pode recorrer a estudos laboratoriais para confirmar o diagnóstico, através da presença de anticorpos no sangue (devido à reação do organismo para se defender do vírus).
O exame interno da bochecha permite a identificação de pequenos pontos branco-amarelados que confirmam o diagnóstico.
Como tratar o Sarampo?
Como é uma doença autolimitada não existe um tratamento específico, pelo que o objetivo do tratamento é proporcionar conforto e alívio até os sintomas desaparecerem, o que demora cerca de 2 a 3 semanas.
No entanto requer cuidados específicos, tais como:
- Repouso;
- Dieta liquida ou branda, conforme aceitação da criança/adulto, para compensar a perda de eletrólitos;
- Administração de antipiréticos (medicação para diminuir a febre) e analgésicos (medicação para combater as dores), no caso de febre e/ou cefaleias (dores de cabeça);
- Higiene adequada dos olhos, nomeadamente, limpeza das pálpebras com água morna para remoção de possíveis crostas ou secreções;
- Tratar com antibióticos as possíveis complicações bacterianas (ex. otites, pneumonia, etc.).
- É recomendável a administração de Vitamina A nas crianças acometidas pela doença, com o objetivo de reduzir a ocorrência de casos graves e fatais.
O tratamento profilático com antibiótico é contra-indicado.
Quais as formas de prevenção do Sarampo?
A prevenção desta doença baseia-se sobretudo na vacinação. A vacina contra o sarampo é conhecida por VASPR ou tríplice vírica, sendo uma associação que inclui ainda a vacina contra a papeira e a rubéola. Esta vacina é administrada no músculo da coxa ou na parte superior do braço.
Faz parte do Plano Nacional de Vacinação português e é indicada para todas as pessoas não imunizadas, desde um 1 ano de idade e deve ser feito um novo reforço aos 5-6 anos, antes da escolaridade obrigatória, sendo que a vacina protege cerca de 97% dos vacinados.
Em termos de evolução da doença, quais as complicações possíveis do Sarampo?
As complicações desta patologia são raras, mas algumas podem ser graves.
O sarampo pode levar a uma diminuição das defesas naturais da pessoa (sistema imunitário) e provocar infeções secundárias causadas por bactérias (ex. otite do ouvido médio, pneumonia, etc.), sendo que estas complicações atingem mais as crianças subnutridas. Nas crianças saudáveis e bem nutridas, o sarampo raramente é grave.
A infeção cerebral (encefalite) é uma complicação grave, que ocorre raramente, causando febre alta, convulsões e coma. A encefalite pode ser breve, recuperando ao fim de aproximadamente uma semana, no entanto pode causar danos cerebrais ou em casos raros e extremos, levar à morte.