A rosácea é uma doença inflamatória crónica da pele relativamente comum, que se caracteriza pela dilatação dos vasos sanguíneos do rosto. Esta condição afecta principalmente os adultos entre os 30 e os 50 anos de idade, maioritariamente do sexo feminino. Os indivíduos de pele fina e clara têm maior predisposição, ainda que também possa acometer os indivíduos de pele morena.
A dilatação dos vasos sanguíneos à superfície da pele provoca vermelhidão persistente ou transitória, principalmente nas bochechas, testa, queixo e nariz. Se não for tratada e controlada, tende a agravar-se com o passar do tempo.
Esta doença não é contagiosa. Não existem provas que evidenciem que a mesma se possa transmitir através do contacto com a pele ou objectos usados pelo doente.
O antigo presidente dos EUA, Bill Clinton e a atriz Renée Zellweger são exemplos de pessoas famosas que sofrem de rosácea.
Quais são as causas mais comuns para este aparecimento?
Apesar de ainda não ser bem conhecido o mecanismo fisiopatológico que está na origem da rosácea, a combinação de certos fatores estão relacionados com a mesma. Nesta condição a primeira linha de defesa do nosso organismo, o sistema imunitário inato, tem uma reação exarcebada quando exposta a alguns fatores.
Fatores desencadeadores e exarcebantes da rosácea:
- Mudanças bruscas de temperatura;
- Consumo de bebidas alcoólicas;
- Ambientes demasiado quentes;
- Exposição excessiva ao sol;
- Consumo de alimentos picantes e especiarias;
- Consumo de cafeína;
- Exercício físico intenso;
- Cosméticos irritantes;
- Fármacos vasodilatadores;
- Alterações hormonais;
- Stress.
Como se manifesta esta doença?
Existem 4 tipos diferentes subtipos de rosácea. Comummente há sobreposição de mais do que um subtipo de rosácea. De acordo com os sinais e sintomas apresentados, classifica-se em:
- Rosácea eritemato-telangiectásica;
- Rosácea pápulo-pustulosa;
- Rosácea ocular;
- Rosácea fimatosa.
Eritemato-telangiectásica
Nesta variante há uma tendência para a face corar e apresenta-se sob a forma de vermelhidão persistente no nariz, bochechas e queixo.
Normalmente ocorrem ondas de calor e rubor facial, que podem ser acompanhadas de suor (flushing). Nestas zonas, os vasos sanguíneos na face tornam-se mais visíveis, chamados de telangiectasias. Outra característica desta forma da doença é a pele ressequida.
Pápulo-pustulosa
Também conhecida como acne rosácea, neste caso a vermelhidão facial é acompanhada de surtos de pápulas (borbulhas avermelhadas) e pústulas(borbulhas com pús) que facilmente são confundidos com acne.
Muito comum em indivíduos do sexo masculino, intercalando períodos de melhoria e exacerbação dos sinais e sintomas.
Ocular
Como o próprio nome indica, neste tipo os olhos são afectados apresentando vermelhidão, irritação, sensação de ardor, sensação de corpo estranho, secura ocular, visão turva, prurido ocular e lacrimejamento alterado. Este subtipo pode anteceder, preceder ou suceder simultaneamente com as lesões cutâneas.
A rosácea ocular ocorre em cerca de 50% dos indivíduos afectados por esta doença.
Fimatosa
Alguns indivíduos podem apresentar hipertrofia e espessamento da pele, com aumento de volume de determinadas regiões da face, tornando-a irregular.
Este subtipo é predominante em adultos do sexo masculino. Afecta principalmente a área do nariz, embora se possa manifestar no queixo, bochechas ou testa.
Qual o tratamento mais eficaz para a rosácea?
Esta condição exige aconselhamento médico podendo ser necessário o uso de medicamentos, de acordo com os sintomas apresentados e a fase em que se encontra. Apesar de não existir cura definitiva, existem vários tratamentos que promovem o alivio e melhoria dos sintomas.
Em primeiro lugar é de extrema importância perceber quais são os factores que provocam exarcebação dos sintomas e evitar a exposição aos mesmos. É fundamental aplicar sempre protetor solar para evitar uma maior inflamação cutânea devido à exposição aos raios UV. No caso de sofrer da forma pápulo-postulosa é importante saber distinguir esta da acne comum, uma vez que há tratamentos da acne que podem ser irritantes e agravar as lesões faciais.
Normalmente são usados cosméticos de acção calmante e reparadora da pele e antibióticos de aplicação tópica que podem ajudar a diminuir a inflamação e vermelhidão local. No caso da forma pápulo-postulosa existem alguns comprimidos que aliviam a inflamação da pele.
O recurso a laser, luz pulsada ou escleroterapia têm se demonstrado tratamentos eficazes e satisfatórios para este problema, sendo necessárias algumas sessões para obter resultados satisfatórios.