Share the post "Puerpério imediato: saiba tudo sobre as fases, sinais e sintomas"
O puerpério imediato é o termo que designa o período pós-parto, também conhecido como 4º período ou período de Greenberg, que se inicia logo após o nascimento do bebé e dura aproximadamente 6 semanas, terminando quando a mulher começa a ovular novamente.
É uma fase que se carateriza por uma intensa carga emocional, por alterações hormonais, físicas e psicológicas, onde a recém-mamã não consegue controlar pois são involuntárias, deixando-a mais sensível e vulnerável.
Fases do puerpério
O puerpério divide-se em três fases, sendo influenciado diretamente pela amamentação:
- Puerpério imediato: corresponde ao período entre o 1° ao 10° dia pós-parto. Tem início logo após a expulsão da placenta;
- Puerpério tardio (vai do 10º ao 45º dia pós-parto);
- Puerpério remoto (período após o 45º dia até retornar a função reprodutiva da mulher).
Se a puérpera não estiver a amamentar, a ovulação retornará cerca de seis a oito semanas após o parto. Em puérperas que estejam a amamentar, o momento em que a ovulação retornará é praticamente imprevisível e, dependendo da frequência das mamadas, pode demorar cerca de 6 a 8 meses.
Perante estas incertezas, é necessário orientar essa puérpera em relação a um método contraceptivo adequado ao momento (por exemplo: pílula de amamentação ou preservativo).
Puerpério imediato
O puerpério imediato começa após a expulsão (ou dequitadura) da placenta e prolonga-se pela primeira hora após o parto.
Na primeira hora, o útero continua a contrai-se e os sinais vitais estabilizam. Ainda, nas primeiras horas, é crucial que a mãe se levante e caminhe após o parto. Isto evita o surgimento de trombose venosa, beneficia o trânsito intestinal e contribui para o seu bem-estar.
Sinais do Puerpério Imediato
A sintomatologia neste período não é semelhante a todas as mulheres, varia de organismo para organismo, no entanto os sinais e sintomas mais frequentes neste período são:
- Cansaço e sono;
- Fome e fraqueza;
- Bradicardia (frequência cardíaca abaixo dos 60 batimentos por minuto) e hipotensão (tensão arterial baixa);
- Hipotermia (temperatura corporal abaixo dos 35ºC);
- Poliúria (aumento da frequência urinária) ou retenção urinária;
- Dor abdominal;
- Involução uterina, que progride rapidamente, cerca de 1 cm por dia durante 5-6 semanas. Não se assuste se, nos primeiros dias ao amamentar, surgir uma dor tipo cólica na parte inferior do abdómen. Esta dor deve-se a contrações uterinas estimuladas pela ocitocina (hormona segregada pela hipófise anterior, responsável pela involução uterina e amamentação);
- Dor na ferida operatória ou episiorrafia (é a cicatriz resultante da incisão no períneo, realizada com o objetivo de aumentar a abertura vaginal durante o período expulsivo, de forma a evitar lacerações extensas);
- Lóquios que consistem num sangramento libertado pelo útero após o parto. Inicialmente são vermelhos e, por vezes, tão ou mais abundantes que a menstruação e com o passar do tempo tornam-se acastanhados e em pequena quantidade.
Sintomas do Puerpério Imediato
A mulher fica em contínua observação pela parte médica e de enfermagem, para garantir que está a recuperar devidamente, são realizadas as seguintes avaliações, para descartar o risco de complicações:
- Avaliação dos sinais vitais;
- Observação das conjuntivas para o despiste de anemia e icterícia clínica, e edema (inchaço) na face e nos membros;
- Avaliação das mamas para avaliar o estabelecimento da lactação;
- Avaliação da função da bexiga e do trânsito intestinal;
- Visualização do abdómen para avaliar a involução e sensibilidade do útero, palpar o globo de segurança de Pinard (fundo do útero), observando a consistência (contraído ou amolecido) e a altura (acima ou abaixo da cicatriz umbilical);
- Avaliação do períneo para ver o estado da episiotomia (incisão feita por uma tesoura na regiao perineal para ajudar a extração do bébé) / lacerações (se for o caso), cor, quantidade, consistência, cheiro dos lóquios e a presença de inflamação ou infeção;
- Preparar e administrar cuidadosamente as drogas prescritas pelo médico, como: ocitocina (estimula a contração uterina e diminui o sangramento vaginal), analgésicos (para diminuir a dor), anti-inflamatórios (para evitar inflamação/dor devido ferida operatória ou episiorrafia), antibiótico (prevenir infecções ou tratar a existente), sulfato ferroso (reposição de ferro devido perdas sanguíneas) e outros se necessário;
- Atentar-se aos sinais e sintomas como: palidez, sudorese, sangramento excessivo, sonolência, pois a paciente pode ter um choque hipovolêmico em questão de segundos.
A duração do internamento da mãe e do bebé depende da avaliação médica.