A psoríase é uma doença crónica da pele, de natureza autoimune, o que significa que surge quando o sistema imunitário emite sinais anómalos que aceleram o normal ciclo de crescimento das células da pele.
A psoríase é bastante comum e não é contagiosa, ao contrário do que se possa pensar. Este aspeto é importante, porque pode existir o receio de contrair esta doença nadando numa piscina ou contactando com pessoas afetadas e esse receio não tem fundamento e cria constrangimento inevitável no doente.
Embora esta doença se possa manifestar em qualquer idade, a maioria dos casos ocorre entre os 15 e os 30 anos, sendo também comum entre os 50 e os 60 anos de idade.
O que é a psoríase?
Regra geral, caracteriza-se pelo aparecimento de lesões vermelhas, espessas e descamativas, normalmente, nos cotovelos, couro cabeludo, joelhos, região lombar. Nos situações mais graves, pode cobrir extensas áreas do corpo.
Também podem surgir nas unhas e, cerca de 10% dos doentes desenvolvem artrite psoriática.
Quais são as causas da psoríase?
Ainda não se sabe muito sobre as causas, contudo, a doença pode surgir em qualquer pessoa, porém, tem um padrão genético, ou seja, se o pai e a mãe têm psoríase, as probabilidades de ter a doença aumenta em 40%.
Acredita-se que no nosso sistema imunológico existe uma célula, conhecida como célula T, que percorre todo o corpo humano à procura de elementos como vírus e bactérias, com o intuito de os combater. Assim, se a pessoa tem psoríase, as ditas células T acabam por atacar as células saudáveis da pele, como se fosse para cicatrizar uma ferida ou tratar uma infecção.
No entanto, esta teoria não se encontra cientificamente comprovada e afirmada.
- Infeções de garganta e de pele;
- Lesões na pele, como feridas, queimaduras do sol ou outras, de natureza física, química, elétrica, cirúrgica ou inflamatória;
- Stress;
- Variações climáticas;
- Fumo;
- Consumo excessivo de álcool;
- Alterações bioquímicas, ou seja, do metabolismo de algumas substâncias na pele.
Como se manifesta a psoríase?
A pele fica seca, causa comichão e, por vezes, dor.
Estas lesões tanto podem estar limitadas a zonas como o couro cabeludo, as unhas, as plantas das mãos, as palmas dos pés, os joelhos, os cotovelos, as orelhas ou o tronco, como podem estender-se a uma grande área do corpo.
Como se diagnostica a psoríase?
Existem várias doenças da pele com sinais semelhantes aos da psoríase e, por isso, o diagnóstico deve ser sempre estabelecido pela observação clínica por um dermatologista. Em alguns casos poderá ser necessária a confirmação com biópsia de pele.
Para lá da observação da pele, o dermatologista também procurará conhecer a história familiar do paciente e entender melhor as suas atividades diárias, de modo a despistar os fatores desencadeantes.
Quais são os tipos de psoríase?
Esta doença da pele pode manifestar-se no organismo de vários formas, designadamente:
1. Couro cabeludo
É a forma mais frequente e atinge cerca de 80% dos doentes. Pode surgir em qualquer idade, porém,é mais frequente nos adultos com menos de 40 anos. Pode surgir na sequência de outras manifestações da doença.
É também mais sintomática do que outras formas da doença, sendo frequente:
- Sensação de prurido;
- Eritema (grandes lesões de pele avermelhada);
- Placas espessas de cor branca-prateada, “escamas” ou “caspa” e descamação;
- Extensão das lesões na face, pescoço ou regiões retroauriculares;
- Pouco cabelo nas zonas com placas psoriáticas.
2. Placas ou psoríase vulgar
São a maioria dos casos e caracterizam-se por lesões com relevo de cor vermelha, cobertas por escama prateada. A dimensão, número e extensão das lesões varia de acordo com a fase da doença de cada doente.
As lesões surgem sobretudo nos cotovelos, couro cabeludo, joelhos e região lombar mas podem afetar qualquer área do corpo, nomeadamente, extensas áreas do tronco e membros.
3. Psoríase Gutata
A palavra gutata está relacionada com a palavra gota, de origem latina. A psoríase gutata é uma das manifestações da doença, em que a pele apresenta pequenas lesões vermelhas e com forma de gotas que aparecem nos braços, pernas, couro cabeludo e tronco.
Afecta, sobretudo, crianças e jovens, e é menos frequente que as anteriores. Na maioria dos casos, aparece de forma súbita, as lesões são menores (em forma de gota. Pode desaparecer ou evoluir para psoríase vulgar.
4. Psoríase Ungueal
5. Psoríase Pustulosa
É uma forma rara da doença. Podem aparecer manchas em todas as partes do corpo, ou concentrar-se em áreas menores, como os pés e as mãos.
As manchas desenvolvem-se rapidamente, formando bolhas cheias de pus poucas horas depois de aparecer a vermelhidão. As bolhas secam, normalmente, no espaço de um ou dois dias, mas podem reaparecer durante vários dias ou semanas.
Aliados a estes sintomas, pode ainda causar febre, calafrios, fadiga e comichão intensa.
6. Psoríase Eritrodérmica
É o tipo menos comum da psoríase. As lesões podem ser generalizadas em 75% do corpo, com manchas vermelhas que podem causar comichão ou arder intenso.
Existem vários fatores que podem desencadear este tipo de psoríase, nomeadamente tratamentos intempestivos com o uso ou retiro abrupto de corticoides, infeções, queimaduras graves ou um outro tipo de psoríase mal controlado.
7. Psoríase Artropática
8. Psoríase Palmo-Plantar
Como é tratada a psoríase?
A doença não tem cura, contudo é possível tratar os seus sintomas: o tratamento visa interromper o ciclo de renovação acelerada das células e aliviar os sintomas, devolvendo a suavidade à pele.
Cumprir o tratamento é essencial para controlar a doença. Em complemento, há gestos e produtos de que reduzem o desconforto e melhoram a sua aparência contribuindo para a qualidade de vida e bem-estar.
> Saiba mais sobre os tratamentos da psoríase aqui.
Como cuidar para maior conforto?
1. Banho diário
Opte por duches rápidos com água morna e com um produto adequado, hipoalergénico e sem sabão. Adicionalmente. na água do banho, pode colocar um óleo, para ajudar a remover as escamas e acalmar a pele.
2. Hidratação da Pele
Aplique um creme hidratante adequado sempre depois do banho e, se possível, mais do que uma vez por dia, especialmente nos dias secos ou frios. Pode também optar por um hidratante com ureia, pois, para além de hidratar a pele, ajuda também a remover as crostas e escamas mais espessas.
3. Use produtos suaves
Sabonetes, desodorizantes e maquilhagem devem ser hipoalergénicos, sem álcool ou perfume.
4. Evite esfregar as lesões
Seque a pele com toques suaves; dobras e recantos da pele devem merecer cuidado especial.
5. Modere a exposição ao sol
A luz solar é benéfica, mas sempre com protetor solar (com fator de proteção de 50+); Exposição solar em excesso pode agravar ou desencadear surtos.