Os primeiros sinais de pré-eclâmpsia incluem pressão alta (hipertensão) e a presença de proteínas na urina (proteinúria). É improvável que se aperceba destes sinais, no entanto são frequentemente descobertos nas suas consultas pré-natais de rotina.
Podem, no entanto, surgir outros sintomas tais como:
- Inchaço dos pés, tornozelos, rosto e mãos causados pela retenção de líquidos (edema);
- Dor de cabeça severa;
- Problemas de visão;
- Dor no fundo das costas.
O principal sinal de pré-eclâmpsia no feto é um crescimento lento, causado por um baixo suprimento de sangue através da placenta para o bebé.
O bebé em crescimento recebe menos oxigênio e menos nutrientes do que deveria, o que poderá vir a afetar o seu desenvolvimento.
QUAIS SÃO OS FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PRÉ-ECLÂMPSIA?
Existem diversos fatores que podem aumentar a probabilidade de vir a desenvolver pré-eclâmpsia durante a gravidez, tais como:
- Ter diabetes, hipertensão arterial ou doença renal antes da gravidez;
- Ter outras doenças subjacentes, como o lúpus ou síndrome antifosfolipídico;
- Ter desenvolvido esta condição numa gravidez anterior;
- Ter antecedentes familiares neste sentido;
- Ter mais de 40 anos;
- Ter uma gravidez múltipla (gémeos ou trigémeos);
- Ter um índice de massa corporal (IMC) de 35 ou superior;
- Primeira gravidez – a pré-eclâmpsia é mais provável de ocorrer durante a primeira gravidez do que durante qualquer gravidez subsequente.
Se tiver na presença de 2 ou mais destes fatores, poderá estar em alto risco e vir a desenvolver pré-eclâmpsia. Como tal, é importante que alerte o médico que a acompanha, pois existe medicação preventiva que deve tomar diariamente a partir da 12.ª semana de gravidez com efeito preventivo.
QUAIS AS POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES?
Possíveis complicações para a mãe:
- Convulsões (eclâmpsia);
- Descolamento da placenta;
- Insuficiência renal;
- Edema pulmonar;
- Descolamento da retina;
- Enfarte do miocárdio;
- Pancreatite;
- Acidente vascular cerebral;
- Morte.
Possíveis complicações para o bebé:
- Restrição do crescimento fetal;
- Morbilidade neurológica a longo prazo;
- Hipoxia (défice de oxigénio);
- Morte fetal.
PREVENÇÃO E TRATAMENTO
Tratamento
Por norma, se estivermos perante um caso de pré-eclâmpsia grave e a data do parto está próxima, este poderá ser induzido. Se for ligeira e ocorrer no inicio da gravidez, poderá ser administrada medicação para ajudar a baixar e controlar a pressão arterial.
Esta última solução é sempre equacionada com muita cautela pelo risco de toxicidade que os fármacos poderão ter para o feto.
Na maioria dos casos de pré-eclâmpsia, recomenda-se que o trabalho e parto seja induzido artificialmente a partir das 37 a 38 semanas de gestação.
Tal é recomendado uma vez que estudos provam que não há qualquer benefício em esperar que o trabalho de parto se inicie naturalmente a partir deste ponto. Pelo contrário, são reduzidos assim os riscos de complicações para a mãe e bebé.
Embora a pré-eclâmpsia geralmente melhore logo após o nascimento do bebé, complicações podem desenvolver-se alguns dias depois. E para tal, pode ser importante permanecer no hospital para ser monitorizada.
Caso o bebé também precise de ser monitorizado após o nascimento, por ter nascido prematuramente, por exemplo, a mãe pode ficar tranquila. As unidades de neonatologia hospitalares possuem hoje em dia instalações que permitem replicar as funções do útero, permitindo assim que o bebé se desenvolva completamente.
O único cuidado após ter alta hospitalar poderá ser vigiar a pressão arterial regularmente e, talvez seja necessário continuar a tomar medicação para diminuir a pressão arterial durante várias semanas.
Prevenção
Doses reduzidas de aspirina ou, vitaminas C e E, e ácido fólico, podem ajudar a prevenir a pré-eclâmpsia e, consequentemente, a eclâmpsia (convulsões).