Se, no ano que passou, não foi muitas vezes à praia, é natural que ainda tenha guardadas algumas embalagens de protetor solar. Porém, é importante saber por que não deve usar o protetor do ano passado.
Compreendemos que, em alguns casos, possa ter restado uma embalagem quase inteira. Contudo, mesmo assim, deve perceber por que não deve usar o protetor do ano passado e comprar um novo para usar nestas férias de verão. Fique a conhecer os riscos que corre, se optar por aplicar protetor solar fora do prazo de validade.
Por que não deve usar o protetor do ano passado
Por norma, o prazo de validade de um protetor solar é de três anos. Contudo, esta validade vai depender do uso e armazenamento que fazemos do produto.
Os cosméticos – como cremes, maquilhagem, champôs, entre outros – têm nas suas embalagens um símbolo que indica por quanto tempo o produto pode ser preservado, depois de estar aberto. Ou seja, se um protetor ostentar o seguinte símbolo “12M”, significa que, após ser aberto, ele só deve ser utilizado durante os 12 meses seguintes à sua abertura.
Além disso, um protetor ou qualquer creme ou loção, no geral, devem ser acondicionados corretamente, o que significa guardá-los num local com uma temperatura abaixo dos 25ºC e protegidos da exposição solar direta.
E são precisamente estes dois últimos requisitos que é impossível cumprir com os protetores, uma vez que na praia é difícil mantê-los a uma temperatura inferior a 25ºC e sem exposição solar direta.
Os efeitos do calor no protetor solar
Os dermatologistas defendem que, quando sujeito a altas temperaturas, o protetor solar e os seus filtros químicos acabam por se decompor e sofrer alterações, fazendo com que ele deixe de ser eficaz. Deste modo, o protetor deixa de cumprir a sua missão que é, precisamente, a de proteger a pele dos raios solares.
É ainda importante sublinhar que, mesmo quando o protetor ainda está dentro da validade indicada, devemos estar atentos ao seu aspeto e consistência, tal como fazemos com os alimentos.
Por exemplo, um iogurte que não seja acondicionado no frio, rapidamente poderá ficar estragado e sem condições de ser consumido, mesmo que ainda esteja dentro do seu prazo de validade. O mesmo acontece com o protetor solar.
Estudo Deco Proteste
Apesar de ser aconselhável respeitar o prazo de validade dos protetores solares e ser recomendável guardá-los em local fresco e sem exposição solar, em 2017, foi feito um estudo que revelou que alguns protetores, mesmo quando sujeitos a condições extremas, como exposição direta aos raios solares e mudanças bruscas de temperatura, mantiveram as suas qualidades, propriedades e eficácia.
O mesmo estudo concluiu que os protetores em análise, com fator de proteção solar 50+, um ano após a abertura da embalagem, permaneciam com a mesma textura, consistência e proteção, relativamente aos raios ultravioleta do tipo B e do tipo A (UVB e UVA).
O que deve, então, fazer?
Apesar dos resultados do estudo exposto anteriormente, deve adotar uma atitude preventiva e descartar todos os protetores solares fora de validade. Além disso, independentemente de estarem ou não dentro do seu prazo de validade, deve sempre analisar o estado dos protetores e verificar se eles têm, por exemplo, um odor anormal ou uma textura heterogénea. Se for o caso, deve mesmo deitá-los fora.
Caso aplique bem e regularmente o protetor solar e, mesmo assim, a sua pele ficar vermelha, então esse pode ser um sinal de que o protetor já perdeu a sua eficácia. Se for o caso, pode sempre usá-lo como um creme hidratante e aplicá-lo no corpo, depois de um dia de praia.
Quanto aos protetores solares acabados de comprar, tenha em atenção a forma como os armazena. Não se esqueça que os deve guardar num sítio seco, à temperatura ambiente e protegidos da luz solar direta.
Não os guarde dentro do frigorífico, nem no WC, pois são espaços muito frios e muito húmidos, respetivamente.
Sempre que aplicar o protetor solar na praia, não o deve deixar exposto ao sol (sobre a toalha, por exemplo), mas sim fechá-lo bem e colocá-lo numa zona com sombra (debaixo do guarda-sol, por exemplo).
Outra prática altamente desaconselhada é a de guardar o protetor solar no carro, pois o automóvel pode atingir temperaturas muito elevadas, o que, como explicámos, pode comprometer o bom estado do protetor.
Mais coisas que deve ficar a saber sobre os protetores solares
- Os protetores são igualmente eficazes, independentemente de se tratarem de fórmulas em spray, creme, gel ou óleo.
- Os protetores com filtros físicos ou minerais são mais recomendados para pessoas com doenças dermatológicas e alergia ou sensibilidade ao sol e para crianças com menos de 3 anos.
- Os bebés não devem usar os mesmos protetores que os adultos.
- Por norma, os protetores à venda nas farmácias são mais eficazes, pois essas marcas têm acesso a moléculas mais sofisticadas de proteção contra os raios solares.
- Mesmo quando já se está bronzeado, deve manter-se a aplicação do protetor, sem reduzir o seu índice de proteção.
- Os protetores corporais podem ser aplicados no corpo e no rosto, mas não nos lábios, nem no cabelo, devendo aplicar-se protetores específicos nessas regiões do corpo.
- Não há protetores capazes de resistirem a mais de 10 minutos de imersão na água. Portanto, é essencial renovar a aplicação do protetor, quando sai do mar ou da piscina.
- O protetor deve ser colocado antes de sair de casa e renovado de duas em duas horas, sempre que estiver sujeito à exposição solar, seja na praia, na piscina, no campo, no jardim, no parque ou em qualquer outro lugar ao ar livre.