Share the post "A placenta prévia obstrui a passagem do bebé durante o parto?"
A placenta é um orgão que se forma durante a gravidez e conecta a circulação sanguínea da mãe à do bebé. A sua função é fornecer oxigénio e nutrientes ao bebé, através da troca sanguínea. Também tem a tarefa vital de produzir hormonas fundamentais para a progressão da gestação.
Quando a placenta se encontra fixa num local onde provoca obstrução do colo do útero, dá-se o nome de placenta prévia. A obstrução do colo do útero faz com a passagem do bebé seja impossível. Para além disso, cerca de 80% das grávidas com esta condição têm hemorragia vaginal de cor vermelho vivo, indolor e sem causa aparente.
O que é a placenta prévia?
A placenta pode posicionar-se em qualquer local do útero. Na maior parte dos casos, esta adere à zona posterior alta, ficando no lado oposto ao colo do útero, por onde deverá sair o bebé.
Diz-se que a grávida apresenta placenta prévia quando esta tem uma inserção baixa e provoca obstrução do colo do útero. Esta obstrução pode ser total ou parcial.
Na realidade, a placenta não permanece no mesmo local durante toda a gravidez. À medida que o útero e a placenta crescem, a sua posição tende a mudar. Uma grávida que tenha placenta prévia durante as primeiras semanas da gestação, pode chegar à fase tardia com a mesma implantada mais acima no útero, sem que constitua obstrução à saída do bebé.
Tipos de placenta prévia
Os tipos de placenta prévia podem ser divididos em 2 categorias, de acordo com o grau de obstrução do colo do útero:
- Placenta previa minor ou de inserção baixa: inclui os casos em que a saída do útero é parcialmente obstruída, existindo uma distância de até 2 cm entre a borda da placenta e o orifício interno do colo do útero;
- Placenta previa completa ou major: nesta caso existe obstrução total do orifício interno do colo do útero.
A localização da placenta define o tipo de parto a ser realizado.
Quais são os fatores de risco da placenta prévia?
Não é conhecido totalmente o motivo pelo qual algumas grávidas apresentam esta condição. No entanto, sabe-se que existem alguns fatores que contribuem para a sua ocorrência:
- Cesariana prévia;
- Múltiplas gestações anteriores;
- Gravidez gemelar;
- Histórico de placenta prévia em gestações anteriores;
- Idade materna superior a 35 anos;
- Histórico de aborto prévio;
- Histórico de cirurgia uterina prévia;
- Tabagismo;
- Consumo de cocaína por parte da mãe.
Quais são os sintomas de placenta prévia?
Cerca de 6% das grávidas têm placenta prévia entre as 10 e as 20 semanas de gestação. Normalmente, este problema é detetado na primeira ecografia da gravidez. Grande parte destas mulheres não apresenta sintomas e em cerca de 90% destas, conforme a gravidez vai progredindo, a placenta deixa de ser prévia.
Os sintomas normalmente surgem na segunda metade da gravidez:
- Hemorragia ligeira ou abundante;
- Sangue vermelho vivo sem coágulos;
- Surgimento súbito e, geralmente, em repouso;
- Perda de sangue pela vagina indolor;
- Pode surgir após a relação sexual.
Na maior parte dos casos a perda de sangue cessa espontaneamente, não havendo necessidade de realizar tratamento específico. Contudo, este quadro pode voltar a surgir dias ou semanas depois.
Qual é o tratamento para a placenta prévia?
O tratamento deste problema depende de alguns fatores:
- Frequência das hemorragias e volume de sangue perdido;
- Idade gestacional;
- Tipo de placenta prévia.
Grávidas assintomáticas ou com perda de sangue reduzida
Neste caso, é recomendado que a grávida mantenha repouso e abstinência sexual.
Normalmente, o parto é induzido às 37 semanas de gestação. O tipo de parto depende do tipo de placenta. Se esta provoca a obstrução completa do colo do útero, ou a sua borda está a menos de 2 cm do mesmo, é indicação para a realização de cesariana. Se, por outro lado, a borda da placenta está a mais de 2 cm do orifício do colo do útero, pode ser realizado parto vaginal, uma vez que o risco de hemorragia é reduzido.
No caso de haver hemorragia durante o parto vaginal, é imediatamente realizada uma cesariana.
Grávidas com perda de sangue moderada ou em grande volume
Se a perda de sangue é em quantidades mais elevadas, a grávida deve ser internada e submetida a transfusões sanguíneas. Se a idade gestacional já tiver completado as 36 semanas é recomendada a realização de cesariana.
Se, pelo contrário, a idade gestacional for inferior a 35 semanas, o tratamento da cesariana costuma ser conservador. Neste caso, o tratamento avança para cesariana apenas se a hemorragia não cessar ou se o bebé apresentar sinais de sofrimento.