A panleucopenia em gatos é uma doença facilmente transmissível que afeta todos os gatos não vacinados em especial animais debilitados e jovens. Tem uma alta taxa de mortalidade e morbilidade.
O que é a panleucopenia em gatos?
É uma doença infeciosa vírica, causada pelo parvovírus felino, semelhante ao parvovírus canino responsável pela parvovirose canina.
Este vírus tem um alto tropismo, afinidade com as células intestinais e medula óssea, destruindo, assim, o intestino e células muito importantes como os glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas.
O parvovírus felino é extremamente resistente podendo permanecer no ambiente até um ano. É também de fácil transmissão por via orofecal, ou seja, através das fezes dos gatos contaminados.
Também é possível o contágio ocorrer através de vetores, como roupa, sapatos, objetos. Daí que a transmissão seja muito fácil e mesmo gatos sem acesso ao exterior podem estar em risco.
Pode ocorrer transmissão intra-uterina, ou seja, dentro do útero da mãe. Esta forma de apresentação da doença é diferente e os gatinhos demonstram sintomas logo após o seu nascimento.
Quais os sintomas de panleucopenia em gatos?
Os sintomas da doença podem surgir entre 3 a 7 dias após o contágio. Podem variar consoante a via de transmissão, sendo que os sinais típicos de panleucopenia em gatos são os seguintes:
- Vómitos;
- Diarreia numa fase inicial sem sangue que evolui para diarreia sanguinolenta e numa fase mais avançada da doença pode até só defecar sangue;
- Desidratação severa;
- Febres altas;
- Morte fulminante, em gatinhos bebés, podem morrer repentinamente sem manifestar qualquer sinal.
Nesta apresentação da doença há uma progressão dos sintomas, que evoluem de forma negativa. Consoante a idade do animal, nutrição, estado vacinal e outros fatores o prognóstico pode ser mais ou menos favorável.
No caso da infeção ter ocorrido através da via intra-uterina, os gatinhos podem demonstrar à nascença sinais neurológicos:
- Ataxia, descoordenação motora;
- Movimentos exagerados;
- Tremores;
- Posturas corporais anormais.
Estes gatinhos irão manifestar sintomas neurológicos o resto da sua vida, no entanto, não se trata de uma doença degenerativa, ou seja, não irá evoluir progressivamente. Muitas vezes com o desenvolvimento e crescimentos dos animais acaba por atenuar e estes adaptam-se.
No entanto, em casos mais graves de incompatibilidade com a vida é possível ter que ser tomada a decisão de eutanásia.
Diagnóstico da panleucopenia em gatos
O diagnóstico pode ser realizado pelo médico veterinário através de análises sanguíneas e às fezes. No entanto, os sintomas são muito característicos da doença, e por norma, através dos sinais clínicos e exame físico, o médico veterinário suspeita da doença de imediato. Especialmente se se tratar de um gato não vacinado, jovem, com diarreia sanguinolenta.
Realizando um hemograma observa-se uma baixa das células da medula óssea uma vez que são destruídas pelo vírus. O animal apresenta assim uma baixa de todas as linhas celulares sanguíneas, nomeadamente glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas.
Através de análises ao sangue ou fezes é possível fazer a deteção do vírus para confirmação de diagnóstico, o que pode ser útil em casos de surtos em gatis ou casas com vários gatos sem vacinas.
Tratamento da panleucopenia em gatos
Quando é realizado o diagnóstico de panleucopenia o gato deve ser isolado dos outros gatos, para evitar o risco de contágio. Todos os gatos com quem teve contacto devem ser vigiados e se possível testados, caso não estejam vacinados.
Esta doença não tem um tratamento específico. O que acontece é que o vírus afeta o intestino e provoca uma baixa das defesas muitos grande, levando a que o animal fique suscetível a outras infeções bacterianas.
Assim, o tratamento é basicamente sintomático, ou seja, de acordo com os sintomas. O animal necessita de ficar hospitalizado com soro para repor os fluidos, com antibioterapia de largo espetro, medicamentos para náusea e vómito e analgésicos.
Em casos severos de destruição das células sanguíneas pode ser necessário realizar uma transfusão sanguínea. No entanto, quando chegam a este ponto mesmo com uma transfusão os danos podem já ser irreparáveis e o animal não resistir.
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Quanto mais velho é o gato maior a probabilidade de recuperar, no entanto pode ficar com sequelas no aparelho gastrointestinal.
Prevenção da panleucopenia em gatos
A única forma de prevenir a panleucopenia em gatos é através da vacinação. Gatos vacinados estão protegidos contra esta doença, e a vacinação deve ser iniciada logo aos 2 meses de idade, quando os anticorpos maternos deixam de proteger o gatinho.
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O vírus da panleucopenia em gatos é altamente resistente e pode ficar no meio ambiente até 6 meses a um ano. É aconselhável que aguarde durante um período de tempo antes de adotar um gatinho bebé, caso tenha tido em casa algum gato com panleucopenia. Ou, em alternativa, receber o gato já vacinado.
Deve sempre pedir opinião ao seu médico veterinário caso tenha alguma dúvida sobre se o seu gato corre risco de contrair esta ou outra doença.