Educar uma criança nem sempre é uma tarefa fácil. Existem diversas fases pelas quais as crianças passam que as tornam desobedientes, o que faz com que os pais sintam necessidade de dar umas palmadas nos filhos.
No entanto, estudos indicam que a violência não tem efeitos positivos na educação da criança – mesmo apenas umas palmadas. Estes defendem que este tipo de educação é apenas uma solução temporária para o problema (por vezes nem isso) e que podem mesmo cultivar agressividade nas crianças, fazendo com que estas possam sentir medo dos pais.
A alternativa baseia-se noutra forma de disciplina, que consiste na educação através de reforços positivos.
Que efeito têm as palmadas nos filhos?
Existe um estudo realizado por especialistas nos Estados Unidos da América, que identifica os prós e os contras das palmadas nos filhos.
Os especialistas defendem que a palmada está associada a resultados negativos não intencionais nas crianças. Com este tipo de repreensão os pais procuram disciplinar os seus filhos, no entanto as palmadas não estão associadas a obediência a curto ou a longo prazo.
A conclusão deste estudo foi que quanto mais palmadas as crianças levam, maior probabilidade têm de desafiar os seus pais e de vir a ser agressivas e a ter comportamentos antissociais, dificuldades cognitivas e perturbações mentais.
O mesmo estudo também descobriu que adultos vítimas deste tipo de violência em crianças tinham mais tendência para castigar de igual modo os seus filhos.
Cerca de 80% dos pais do mundo todo utilizam este tipo de repreensão nos seus filhos – os dados são de um relatório da UNICEF. Até à data não existe nada que comprove que as palmadas nos filhos têm qualquer benefício na sua educação.
Alternativas às palmadas
Segundo vários especialistas a maneira de falar pode alterar a mensagem transmitida. Através de mensagens positivas e afirmativas o nosso cérebro entende melhor o que lhe é transmitido.
Existem 7 possíveis alternativas às palmadas nos filhos.
Dar tempo à criança para perceber o que fez de errado
Esta pausa baseia-se em colocar a criança num espaço onde permanece o tempo suficiente para se acalmar ou perceber o que fez de errado – “castigo”.
Geralmente o número de minutos dessa pausa é o mesmo que a idade da criança. O fato de avisar a criança que irá para o “castigo” é, por vezes, o suficiente para que esta altere o seu comportamento.
Fazer uma pausa para respirar fundo
Na maioria dos casos as crianças levam uma palmada porque os pais esgotam a sua paciência.
Antes de agir dessa forma o indicado é respirar fundo, dizer à criança que se vai retirar e que quando voltar irão conversar sobre o que aconteceu. Desta forma, o adulto consegue ser mais paciente e refletir esse comportamento nas crianças.
Manter a comunicação constante
As crianças nem sempre entendem bem porque é que estão a levar uma palmada.
Como alternativa, deve-se optar por conversar tranquilamente com ela, fazendo-a entender o que fez mal e como proceder corretamente numa próxima vez. A linguagem utilizada deve ser sempre adequada à idade da criança.
Apresentar alternativas
Antes de optar por uma palmada, deve ser apresentada uma alternativa à criança. Pode-se optar por dizer “preferes partilhar o teu brinquedo ou não brincar mais hoje?”. Desta maneira, a criança é estimulada a fazer boas escolhas. Para além disso, torna-se mais disciplinada e obediente.
Retirar privilégios
Em alternativa às palmadas, pode-se retirar privilégios às crianças. Isto é, se esta foi desobediente ficará sem ver televisão ou sem brincar com o seu brinquedo preferido.
A perda de privilégios ensina às crianças que as suas más atitudes têm consequências.
Beneficiar o elogio em vez da crítica
As crianças aprendem melhor através do reforço positivo, ou seja, receberem elogios quando se portam bem. Quando recebem elogios e mimos perante um comportamento, sentir-se-ão motivadas a mantê-lo.
Esta é uma maneira positiva de definir os bons comportamentos que a criança deve adotar a longo prazo.
Educação positiva
As crianças aprendem melhor através de mensagens positivas do que negativas. No entanto, a tendência dos pais é utilizar mais o “não” do que o “sim”.
Os pedidos ou ordens à criança deverão ser feitos de maneira positiva, por exemplo, “não podes comer a sobremesa enquanto não comeres a comida toda” substituir por “podes comer a sobremesa, mas primeiro tens que comer a comida toda”.