Farmacêutica Cátia Rocha
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03 Jan, 2018 - 19:00

Operação às varizes: em que casos e quais as alternativas?

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As varizes são uma doença venosa crónica muito comum, especialmente em mulheres e uma operação às varizes pode ser uma boa alternativa, no entanto nem sempre é recomendada.

Operação às varizes: em que casos e quais as alternativas?

A operação às varizes, ou seja, a remoção cirúrgica das varizes é muitas vezes realizada apenas por razões estéticas. As indicações não-cosméticas incluem o tratamento de varicosidades sintomáticas (por exemplo, dor, peso, tromboflebite superficial recorrente, sangramento) e o tratamento da hipertensão venosa.

A estratégia de tratamento tem obviamente que ser adaptada a cada caso. São diversos os fármacos que se podem recomendar com vista a minimizar sintomas e reduzir o risco de complicações. O uso de meias de compressão elástica ou de descanso é também muitas vezes aconselhável, mediante a adaptação do tipo de meia à situação clínica.

Apenas 10% dos casos diagnosticados tem indicação para cirurgia ou técnicas alternativas, devendo os restantes ser tratados com medicamentos, meias de compressão e escleroterapia simples.

COMO SABER SE A OPERAÇÃO ÀS VARIZES É INDICADA?

operacao as varizes e injecao de produtos esclerosantes

A avaliação em consulta de Cirurgia Vascular permitirá o início do processo diagnóstico e terapêutico. O Eco-Doppler (um exame baseado no princípio da ecografia, que permite o estudo morfológico e funcional das veias) é o exame de eleição no estudo desta situação.

Quanto aos métodos que visam a intervenção direta sobre as varizes, existem fundamentalmente 3 grandes opções:

  • a injeção de produtos esclerosantes;
  • a obliteração térmica mediante a passagem de uma fibra de laser ou de radiofrequência;
  • a remoção cirúrgica.

Mais do que defender um único método como mais avançado ou eficaz, faz provavelmente mais sentido encarar o tratamento da Doença Venosa Crónica como algo que tem que ser muitíssimo adaptado a cada caso.

A cirurgia durante a gravidez está contra-indicada porque o problema, por norma, regride espontaneamente após o parto.

QUAIS OS RISCOS DE NÃO TRATAR AS VARIZES?

eczema

As varizes podem implicar problemas mais graves quando não tratadas, com recurso ao tratamento convencional ou à operação às varizes, quando tal se justifica.

Quem tem varizes tem, assim, o risco de ter complicações como:

  • Alterações da pele: como eczema, hiperpigmentação (ficar com áreas castanhas nas pernas), fragilização da pele e, por fim, úlceras (feridas) de muito difícil cicatrização.
  • Tromboflebites: Este fenómeno consiste na formação de coágulos no interior da variz que assim fica ocluída e inflamada. Nestes casos, frequentemente consegue palpar-se um cordão endurecido, avermelhado e extremamente doloroso ao longo do trajeto da flebite. Trata-se de uma situação que apresenta algum risco de complicações sérias, nomeadamente extensão da trombose para veias mais profundas (Trombose Venosa Profunda) ou entrada em circulação de fragmentos do trombo (Embolia Pulmonar).
  • Sangramento das varizes (decorrente de qualquer pequeno traumatismo).

ALTERNATIVAS PARA A OPERAÇÃO ÀS VARIZES

 1. Radiofrequência

A Radiofrequência é um procedimento minimamente invasivo para o tratamento de varizes. A ausência de dissecção cirúrgica permite manter intacta a drenagem linfática da parede abdominal e dos membros inferiores.

2. Stripping

O stripping da grande veia safena consiste na sua remoção, implicando uma pequena incisão (cerca de 2 a 3 cm) na prega da virilha e outra incisão punctiforme abaixo do joelho. A incisão da virilha, pela sua dimensão, localização e tipo de sutura utilizada (intradérmica) é extremamente estética, tornando-se imperceptível em pouco tempo.

Adicionalmente, são feitas incisões punctiformes espaçadas sobre as varizes, através das quais estas são extraídas. Estas são incisões muito pequenas que não obrigam a qualquer tipo de sutura.

3. Escleroterapia de pequenos vasos

A escleroterapia, vulgarmente chamada de “secagem”, consiste na injeção local de um líquido que provoca o colapso da pequena veia, levando ao seu desaparecimento. Este é um tratamento feito em consultório, ao longo de várias sessões, cujo número depende da situação clínica.

A agulha utilizada apresenta um calibre muito reduzido, tornando o tratamento essencialmente indolor. O espaçamento entre cada sessão não deverá ser inferior a 2 semanas.

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