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Pode parecer estranho, mas muitas pessoas sofrem frequentemente de um quadro clínico de obstipação e diarreia intercalados que afetam a sua qualidade de vida, no entanto, não têm noção de que estes dois problemas, aparentemente opostos, podem significar problemas de saúde.
Sintomas de obstipação e diarreia intercalados
Como identificar esta situação?
Dizemos que estamos perante um caso de obstipação quando a pessoa apresenta dificuldade (duas ou menos evacuações por semana) ou incapacidade total em evacuar, podendo ser necessário recorrer a manobras manuais ou medicamentosas para evacuar. Esta situação surge, frequentemente, devido à presença de fezes duras e secas provocada por uma má alimentação (ingestão de poucas fibras) e/ou hidratação.
Esta situação afeta a qualidade de vida da pessoa, provocando dor e desconforto abdominal – e, quando não é devidamente tratada, pode causar hemorroidas, incontinência fecal ou impactação fecal (acumulação de fezes secas e duras no recto).
Em oposição à obstipação, surge a diarreia, isto é, o aumento da frequência de evacuação, bem como alteração da consistência das fezes que passam a ser liquidas.
A diarreia é geralmente acompanhada por gases, cólicas, urgência em defecar e, se for causada por um organismo infeccioso ou uma substância tóxica, é acompanhada por náuseas e vómitos.
Esta situação gastrointestinal pode provocar desidratação e perda de eletrólitos do sangue e, em casos severos, pode levar a hipotensão grave podendo provocar desmaios, anomalias do ritmo cardíaco (arritmias) e outros distúrbios graves.
Obstipação e diarreia intercalados: o que fazer?
A ocorrência de qualquer uma das situações referidas anteriormente de forma isolada, indica alterações no estado de saúde geralmente de caráter agudo.
Obstipação e diarreia intercalados, podem indicar que algo não está bem com a sua saúde, pelo que deve se dirigir ao seu médico de família ou médico especialista, de forma a ser investigada a(s) causa(s) destes problemas.
Para a elaboração de um diagnóstico correto, o seu médico pode-lhe pedir um conjunto de informações, tais como:
- Histórico do doente;
- Quantas vezes por dia evacua;
- Características das dejeções (consistência, cor e cheiro);
- Tipo de alimentação que faz diariamente.
Depois poderão ser solicitados os seguintes exames clínicos:
- Análises sanguíneas;
- Análises às fezes;
- Colonoscopia;
- Tomografia computorizada ou ressonância magnética.
A comunidade médica considera um trânsito intestinal aceitável, se a pessoa apresentar no máximo até 3 dejeções por dia e um mínimo de 3 dejeções por semana.
Sintomatologia e problemas associados
Os seguintes sintomas podem ser sugestivos de problemas com a sua saúde:
- Obstipação e diarreia intercalados;
- Cólicas intermitentes frequentes;
- Excesso de gases (flatulência).
Possíveis problemas associados
O mais certo será o seu médico, para além do exame físico, apostar na realização de exames clínicos para detetar a causa deste problema, que nem sempre é fácil de identificar.
Posteriormente poderá ser-lhe diagnosticado:
- Síndrome do cólon irritável – não é uma doença mas sim o conjunto se sinais e sintomas e está relacionada com alterações da flora intestinal, com o stress, entre outros fatores, no entanto não é possível identificar nenhum defeito anatómico ou fisiológico;
- Colite ou inflamação da mucosa do intestino – a sua causa pode ser infecciosa (por exemplo, devido a um vírus ou uma bactéria), isquémica (devido a falta de irrigação sanguínea local), ulcerativa, pseudomembranosa (geralmente aparece após a toma prolongada de antibiótico) ou idiopática;
- Doença celíaca – é uma doença autoimune do intestino delgado, causada pela reação ao glúten, em pessoas com predisposição genética;
- Cancro do intestino;
- Intolerância à lactose ou retocolite;
- Doença de Crohn – é uma doença inflamatória crónica do intestino.
Obstipação e diarreia intercalados: tratamento
O tratamento é individualizado, podendo variar muito de pessoa para pessoa, de acordo com a natureza e intensidade do problema.
Inicia-se sempre o tratamento com algumas mudanças no estilo de vida da pessoa. Vamos entender melhor.
- Alteração de hábitos alimentares, como evitar ou restringir a:
- Ingestão de alimentos com gordura;
- Ingestão de álcool;
- Alimentos ricos em cafeína e picantes.
- Aprender técnicas de controlo do stress e ansiedade;
- Iniciar tratamento com medicamentos específicos.
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