Na culinária portuguesa o polvilho doce – também conhecido como fécula da mandioca – é uma personagem pouco conhecida, assim como os seus usos e qualidades.
O que é o polvilho doce?
Oriundo da mandioca, o mais brasileiro dos alimentos, o polvilho é um dos seus subprodutos mais delicados e também mais versáteis. Ao contrário da farinha de mandioca, para a qual basta triturar a mandioca, o polvilho nasce de um processo um pouco mais complexo.
Para o fazer, a mandioca é amassada até se tornar numa goma à base de amido, mais corretamente designada de fécula, que é desidratada até virar um pó branco, alvo e finíssimo. Parece simples, mas até chegar a este estado, houve um longo caminho que teve de ser percorrido.
O polvilho pode ser classificado de doce e azedo consoante o seu teor de acidez. Ambos vêm da decantação da mandioca, mas enquanto o polvilho doce é moído e seco ao sol, o polvilho azedo sofre uma fermentação antes da fase de secagem e moagem.
Quais os seus benefícios?
Como hidrato de carbono que é, o polvilho doce é uma boa fonte de energia, com teor residual de proteína e gorduras e contém vitaminas do complexo B, principalmente a vitamina B3 (niacina), e potássio. Naturalmente sem glúten, este produto é uma excelente opção para pessoas com a doença celíaca ou que seguem uma dieta com restrição ao glúten.
Apesar de ser rico em hidratos de carbono complexos, não tem uma dose de fibra considerável. Para compensar esta ausência, recomenda-se o seu consumo juntamente com alimentos ricos em fibras. Desta forma, irá aumentar a sua saciedade e reduzir o índice glicémico da refeição que está a confecionar com polvilho.
Múltiplos usos culinários
Altamente versátil, o polvilho doce pode ter múltiplos usos culinários, sendo usado na confeção de tapiocas, pão de queijo e biscoitos de polvilho.
Como dá mais consistência e deixa as receitas que vai preparar mais macias do que o polvilho azedo, o polvilho doce também costuma ser utilizado para dar mais elasticidade aos seus cozinhados. Conheça de seguida duas receitas confecionadas com polvilho doce.
1. Pão de queijo
Com certeza já deve ter ouvido falar do famoso pão de queijo. O Chef Continente sugere uma receita que combina o polvilho doce e azedo de forma a conferir a consistência e o sabor típico desta iguaria.
– Ingredientes –
- 300 g de Polvilho azedo
- 500 g de Polvilho doce
- 220 g de Queijo mozzarella ralado
- 25 g de Sal
- 450 ml de Leite magro
- 110 ml de Óleo
- 4 Ovos
– Modo de preparação –
- Numa tigela grande misturar o polvilho azedo, o polvilho doce e o sal. Deixar repousar.
- De seguida, colocar numa panela a margarina, o óleo e o leite e levar ao lume até ferver.
- Juntar lentamente a mistura que estava a repousar.
- Misturar a massa com uma batedeira e deixar arrefecer.
- Incorporar bem os ovos e de seguida juntar os queijos e misturar bem.
- Ligar o forno a 180ºC.
- Com as mãos, fazer bolinhas do tamanho que preferir e levar ao forno num tabuleiro previamente untado, durante cerca de 20 a 30 minutos.
- Ao fim desse tempo, retirar do forno e os pães de queijo. Estão prontos.
2. Bolo de polvilho doce
A receita do blog Doces Temperos é ideal para acompanhar um pequeno-almoço de fim-de-semana ou um lanche numa tarde primaveril.
– Ingredientes –
- 3 Ovos
- 2 Chávenas de chá de farinha com fermento
- 1 Chávena de chá de polvilho doce
- 1 Chávena de chá mal cheia de manteiga
- Raspa de 1 laranja
- 2 Chávenas de chá de açúcar
- 1 Chávena de leite
– Modo de preparação –
- Derreter a manteiga no micro-ondas.
- Num recipiente juntar o açúcar com a manteiga. Depois adicionar as gemas e a farinha peneirada com o polvilho.
- Em seguida, acrescentar a raspa de laranja e o leite.
- Bater bem o preparado e juntar as claras batidas em castelo.
- Untar uma forma de chaminé e verter a massa com cuidado.
- Levar ao forno a 180 graus cerca de 35 a 40 minutos. Deixar arrefecer um pouco e desenformar.