Share the post "O professor queixa-se da sua criança? Saiba como deve reagir!"
Apesar das situações de indisciplina em sala de aula poderem oscilar desde a distração dos alunos à agressão física aos professores, os mais comuns são os episódios de pequena indisciplina. O professor queixa-se da sua criança porque sente que os comportamentos de indisciplina perturbam o seu trabalho.
A indisciplina pode ser a manifestação de problemas mais profundos, seja a nível social ou escolar, e por isso importa compreender este fenómeno.
Compreender a indisciplina
A indisciplina é um comportamento de desvio das regras instituídas, que perturba o processo pedagógico. Em casos muito perturbadores, a indisciplina pode assumir a forma de agressividade, violência e delinquência.
Já a presença de pequenos comportamentos de indisciplina é natural na dinâmica da relação pedagógica e só raramente é indicador de patologia comportamental.
Assim sendo, o professor não tem apenas um papel confinado à transmissão de conhecimentos. Necessita estar preparado e formado para gerir a sala de aula, organizar a aprendizagem e possuir competências relacionais e didáticas.
Os comportamentos de pequena indisciplina são vistos, pela maioria dos professores, como mais problemáticos e gravosos que a extensão dos programas curriculares, as mudanças nas metas curriculares ou o trabalho conjunto com outros colegas.
O professor queixa-se da sua criança quando está perante as situações que mais ocorrem nas salas de aula: a distração; a interrupção das aulas com comentários despropositados; brincadeiras/palhaçadas; agressões verbais a colegas; entradas e saídas da sala de aula de forma inapropriada; utilização de aparelhos tecnológicos sem autorização.
O professor queixa-se da sua criança: que relação manter com a escola?
Não há dúvidas de que a relação estabelecida entre a escola e família traz benefícios para o desenvolvimento e o aproveitamento escolar das crianças.
O envolvimento dos pais na vida escolar dos filhos aumenta a motivação dos mesmos pelo estudo, ajuda os pais a compreenderem o esforço que é feito pelos professores, e faz com que o trabalho do professor seja mais facilitado, uma vez que comunicação entre os pais e os professores é mais positiva.
Pais e professores devem ser parceiros, com objetivos comuns e partilha de esforços. Procure motivar a escola a proporcionar o maior número de oportunidades de envolvimento parental, e que estas vão de encontro a todas as famílias.
O professor queixa-se da sua criança? Mais uma razão para reforçar o envolvimento na educação do seu filho e na escola.
O professor queixa-se da sua criança: o que deve fazer?
- Tente compreender quais os fatores que influenciam os comportamentos da sua criança;
- Ouça a sua criança: preste atenção aos sinais que emite quando está a vivenciar algum problema; ouça atentamente o que tem a dizer e coloque-se no lugar dela; expresse verbalmente o seu apoio e compreensão;
- Preste atenção aos bons comportamentos da sua criança: elogiar e valorizar os bons comportamentos ajuda a descontrair o ambiente familiar e aumentar o envolvimento entre todos os elementos da família;
- Dê instruções à criança: curtas e de fácil execução;
- Defina regras simples e claras: que devem estar alinhadas com os restantes adultos que lidam com a criança;
- Reserve tempo para rever e discutir as regras: crie histórias de potenciais situações de indisciplina e discuta-as em conjunto com a sua criança;
- Faça valer as regras imediatamente a seguir ao mau comportamento e de forma consistente;
- Colabore com os professores: monitorize as tarefas escolares (verificar cadernos e outros materiais; definir e cumprir horários para realização dos trabalhos de casa) e comunique aos professores como decorreu essa monitorização; este comportamento vai reforçar a parceria com a escola e aumentar a probabilidade da sua criança ter mais atenção na sala de aula;
- Aumente a comunicação com os professores: compareça a todas as reuniões agendadas;
- Ajude a sua criança a programar o estudo: organização de apontamentos; preparação para os testes com antecedência;
- Envolva a sua criança em atividades extracurriculares: pondere a hipótese de integrar a sua criança numa atividade desportiva;
- Incentive a sua criança a brincar: os jogos também implicam regras, com as quais a sua criança aprende de forma divertida;
- Dê alternativas ao mau comportamento: ajude a criança a substituir o mau comportamento por uma nova atitude; ajude-a refletir sobre as consequências de cada comportamento; ensine-lhe estratégias de relaxamento;
- Defina recompensas para o bom comportamento: as recompensas não precisam ser trazer custos à família; pode reforçar positivamente a sua criança passando algum tempo conjunto, por exemplo, a jogar o seu jogo de eleição;
- Dê o exemplo: exiba os comportamentos que quer ver na sua criança;
- Procure ajuda: nem sempre é fácil tomar a decisão de pedir ajuda, mas comece por recorrer à família e aos amigos; pedir ajuda não é problema, recorra ao pediatra, ao educador de infância, ao psicólogo, ou até a outros pais;
- Crie um grupo de pais na escola da sua criança: partilhem as vossas dúvidas e encontrem soluções em conjunto;
- Lembre-se de que não existem fórmulas mágicas: todas as crianças e todas as famílias são diferentes; não existe maior especialista numa criança que a sua mãe e o seu pai; não há pais nem filhos perfeitos;
- Simplifique: a energia nas crianças é algo de normal e positivo; é diferente ser um aluno submisso ou ser um aluno educado;
- Estimule: a dar opiniões; a defender pontos de vista; a respeitar outros pontos de vista serenamente;
- Lembre-se: é com os erros que se aprende; todas as crianças erram e apresentam dificuldades em alguma altura.