A questão “A nutella é carconogénica?” tem surgido frequentemente nos últimos tempos.
Tal deve-se ao facto de a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos ter afirmado que o consumo de óleos vegetais refinados, sobretudo o óleo de palma, pode aumentar o risco de vir a ter cancro.
Por sua vez, isto levou a que alguns produtores começassem a retirar estes produtos dos alimentos.
Considerando que a pasta de chocolate e avelãs é dos produtos mais vendidos do mundo é feita com o óleo de palma, não tardou a que se começasse a declarar que a Nutella é carcinogénica.
Este foi assunto ao qual não foi dada muita importância em Portugal no ano passado, mas em Itália tem estado na ordem do dia, sobretudo depois de a maior cadeia de supermercados ter retirado o óleo de palma de todos os seus produtos de marca própria como “precaução” e da maior rede de padarias italiana ter começado a recusar se utilizar o óleo de palma nos seus produtos.
Óleo de palma
Esta conclusão derivou de um estudo realizado pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos que, em maio do ano passado, concluiu, em sintonia com o que a Organização Mundial de Saúde já tinha dito, que os ésteres glicidílicos de ácidos gordos – contaminantes formados durante o refinamento de óleos vegetais – são cancerígenos e genotóxicos.
Ainda no mesmo estudo, a Autoridade afirma que o óleo de palma é o mais perigoso de todos, quando refinado a temperaturas superiores a 200 graus Celsius. Porém, chama a atenção para o facto de serem necessários mais estudos para que isto seja devidamente confirmado.
O óleo de palma está presente nos salgadinhos, nas bolachas, nas bolachas de água e sal, e em muitos outros alimentos muito consumidos por crianças.
E é refinado para retirar a sua cor vermelha natural e neutralizar o seu cheiro. Só a Ferrero usa cerca de 185 mil toneladas de óleo de palma por ano na confeção dos seus produtos.
A nutella é carcinogénica: sim ou não?
A Ferrero, a empresa que produz a Nutella, já garantiu que o creme é seguro, dizendo que “o óleo de palma usado pela Ferrero é seguro porque vem de frutas espremidas na hora e é processado a temperaturas controladas”.
Mesmo com a polémica que tem rodeado este produto, a verdade é que as vendas da Nutella têm aumentado.
Processo de produção seguro
Foi ainda afirmado pelo porta-voz da Ferrero que durante a produção do creme de barrar Nutella o óleo de palma é refinado abaixo dos 200 graus e a uma pressão muito baixa, num processo mais moroso e caro do que o tradicional, o que reduz estes contaminantes.
Mais, os vários testes levados a cabo pela empresa não conseguiram rastrear esses contaminantes, segundo a mesma.
O porta-voz da Ferrero mencionou ainda que retirar o óleo de palma da confeção da Nutella seria alterar completamente um produto apreciado por tantas pessoas a nível mundial, atribuindo ao óleo de palma a textura suave e o facto de ser um produto com bastante durabilidade.
Indústria Alimentar
Mais, a Ferrero sublinha que não foi dada qualquer ordem para retirar o produto dos alimentos.
E, de resto, não foi a única a manter a presença desta matéria nos seus alimentos, sendo que existem outras grandes companhias, como, por exemplo, a Nestlé, que continuam a utilizar óleo de palma nos seus chocolates, snacks e outros alimentos com óleo de palma.
Resumindo…
- A polémica em torno do tema “A nutella é carcinogénica” deveu-se a uma comunicação realizada o ano passado pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos
- Esta entidade, juntamente com a Organização Mundial de Saúde, concluiu que os contaminantes formados durante o refinamento de óleos vegetais, são cancerígenos e genotóxicos, afirmando que o óleo de palma é o mais perigoso entre estes
- A pasta Nutella é feita com óleo de palma pelo que começou a ser afirmado que a nutella é carcinogénica
- A Ferrero, empresa que produz a Nutella, afirma que os seus processos de produção são seguros e que as condições em que o creme é produzido não originam esses contaminantes
- A empresa disse ainda que não vai alterar o processo de produção da Nutella uma vez que isso iria alterar o sabor deste que é um alimento apreciado a nível mundia
- A EFSA afirmou, ainda, no seu relatório que são necessários mais estudos neste campo