Share the post "“Não consigo ter um orgasmo”: estas são as razões, saiba como resolvê-las"
O ciclo de resposta sexual é composto por várias fases, seguindo uma sequência previsível de alterações fisiológicas:
- desejo;
- excitação;
- orgasmo;
- resolução.
Neste artigo vamos debruçar-nos sobre a fase do orgasmo e tentar dar resposta às mulheres que afirmam “não consigo ter um orgasmo”.
Podemos definir orgasmo como uma sensação intensa de prazer que é acompanhada de uma série de reações fisiológicas e que ocorre, normalmente, como o culminar de uma experiência sexual. Durante o orgasmo, dá-se um aumento do ritmo da respiração e dos batimentos cardíacos e ocorrem contrações rítmicas dos músculos da zona pélvica. Em específico na mulher, ocorrem determinadas alterações fisiológicas, nomeadamente como um conjunto de contrações rítmicas dos músculos que rodeiam a vagina, a plataforma orgástica e o útero.
Se algumas mulheres têm até a capacidade de ser multiorgásticas, ou seja, podem sentir vários orgasmos sucessivos sem que diminua o seu nível de excitação sexual, para outras nem tudo corre assim tão bem e uma perturbação do orgasmo pode estar presente.
Perturbação do orgasmo feminino
“Não consigo ter um orgasmo, e agora?”. Se nem tudo corre às mil maravilhas ao nível da sua vida sexual e sente que está presente um atraso persistente ou recorrente, ou ausência de orgasmo a seguir a uma fase de excitação sexual normal, talvez tenha chegado a hora de procurar ajuda especializada.
O diagnóstico da perturbação do orgasmo na mulher deverá basear-se no juízo clínico de que a capacidade do orgasmo da mulher é menor do que seria razoável para a sua idade, experiência sexual e adequação da estimulação sexual que ela recebe.
Se o pensamento “não consigo ter um orgasmo” paira constantemente na sua mente não o deve ignorar já que, a confirmar-se, esta perturbação pode acarretar consequências a nível psicológico tais como problemas com a imagem corporal, autoestima ou satisfação no relacionamento conjugal.
A perturbação do orgasmo feminino implica a presença de um dos seguintes sintomas, experienciado em quase todas ou todas as ocasiões de atividade sexual, que persiste por um período mínimo de aproximadamente 6 meses:
- Atraso acentuado, marcada infrequência ou ausência de orgasmo;
- Redução acentuada da intensidade das sensações orgásmicas.
Os sintomas presentes causam mal-estar significativo, cuja gravidade pode variar de ligeira a grave. Esta perturbação pode desenvolver-se ao longo da vida, quando presente desde que a pessoa se tornou sexualmente ativa, bem como pode ser adquirida, ou seja, iniciar apenas após um período de função sexual relativamente normal.
Mais ainda, pode ser generalizada, sempre que não se limita a certos tipos de estimulação, situações ou parceiros, ou situacional, quando ocorre apenas com certos tipos de estimulação, situações ou parceiros.
“Não consigo ter um orgasmo”: causas e tratamento
Existem vários fatores que podem influenciar as dificuldades e os problemas sexuais. Estes fatores podem ser de origem biológica ou psicossocial, sendo que, muitas vezes as dificuldades sexuais resultam de uma ação conjunta de ambos os fatores.
De entre os vários fatores que podem contribuir para a presença da perturbação do orgasmo feminino, estas são algumas das mais comuns:
- Ansiedade, nomeadamente preocupação relacionada com o desempenho sexual;
- Depressão;
- Stress;
- Dificuldades de comunicação entre o casal;
- Diferenças ao nível do desejo entre os elementos do casal;
- Conflitos não resolvidos;
- Crenças negativas acerca da sexualidade;
- Doenças (como, por exemplo, diabetes ou esclerose múltipla);
- Alterações hormonais;
- Toma de certos medicamentos;
- Ato sexual que termina consistentemente antes que a mulher esteja suficientemente excitada;
- Preliminares insuficientes;
- Experiências sexuais traumatizantes.
As disfunções sexuais são cada vez mais encaradas como verdadeiros problemas e não como motivo de vergonha ou culpa, daí que cada vez mais pessoas procurem ajuda especializada.
O tratamento varia consoante a causa das disfunções sexuais. Assim sendo, tanto pode incluir terapêutica farmacológica com hormonas, como psicoterapia focada na terapia sexual individual ou do casal com técnicas cognitivas e comportamentais. O tratamento medicamentoso das alterações do orgasmo ainda não é consensual, até porque a maioria dos casos é atribuída a causas do foro emocional e psicológico.