Para esclarecer os principais mitos sobre genéricos é importante perceber primeiro o que são os medicamentos genéricos.
Um medicamento genérico é um medicamento com a mesma substância ativa, forma farmacêutica, dosagem e com a mesma indicação terapêutica que o medicamento original, de marca, que serviu de referência. Os medicamentos genéricos são identificados pela sigla (MG), inserida na embalagem exterior do medicamento.
7 MITOS SOBRE GENÉRICOS

1. Os genéricos não têm a mesma qualidade dos medicamentos originais
De acordo com o Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, a AIM (Autorização de Introdução no Mercado) de medicamentos genéricos está sujeita às mesmas disposições legais dos outros medicamentos, estando dispensada a apresentação de ensaios pré-clínicos e clínicos desde que demonstrada a bioequivalência.
A legislação exige a realização de um teste de bioequivalência antes do registo e da autorização de comercialização para garantir que o medicamento tem as mesmas propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas do produto original.
Um teste de bioequivalência é um estudo clínico que visa demonstrar que existe a mesma quantidade de substância ativa no organismo humano sempre que a mesma dose de um medicamento é administrada durante um determinado período, sendo o medicamento de referência ou o genérico.
2. A segurança e eficácia dos medicamentos genéricos não é a mesma
Sim, este é um dos mitos sobre genéricos mais comuns. São igualmente seguros! Contêm a mesma substância ativa e a mesma dose que os produtos de referência e são produzidos de acordo com as mesmas normas de qualidade rigorosas, seguindo as mesmas normas de eficácia e segurança esperadas.
À semelhança dos produtos de referência, os genéricos são fabricados em instalações que cumprem as normas das Boas Práticas de Fabrico (BPF) e que são inspecionadas periodicamente pelas autoridades regulamentares. Além disso, depois de um genérico estar disponível no mercado, o fabricante tem de monitorizar o produto no que se refere a quaisquer eventos adversos. Este processo é o mesmo que para os produtos originais.
3. É difícil identificar se é um medicamento genérico ou não
Os genéricos possuem identificação externa nas embalagens. Obrigatoriamente têm a sigla MG (Medicamento Genérico) inserida na embalagem exterior do medicamento.
4. A única diferença entre genéricos e originais é o preço
O preço é mesmo a principal diferença entre os medicamentos genéricos e os originais. No entanto, não podemos dizer que seja a única.
Não podem existir diferenças em termos de qualidade, segurança e eficácia. No entanto, as características farmacêuticas podem diferir em termos de cor, forma ou marcações, desde que não comprometam a qualidade dos produtos. Embora a maior diferença resida no custo do tratamento.
5. Os medicamentos genéricos são sempre mais baratos
Esta é a regra na maioria dos casos, no entanto existem exceções, daí ser um dos mitos sobre genéricos. Informe-se com o seu farmacêutico sobre os genéricos mais baratos disponíveis.
6. Os medicamentos genéricos são mais baratos, logo são piores
São mais baratos pelo facto de usarem princípios ativos já existentes e com provas dadas e, portanto, não necessitam de investir em pesquisa e testes clínicos porque estes já foram realizados pelo laboratório do medicamento de marca. Ou seja, o investimento é menor, logo o preço é menor.
É sempre importante ter em conta que o preço que paga pelos seus medicamentos pode alterar. De 3 em 3 meses os preços dos medicamentos são revistos, o que pode implicar uma alteração na sua comparticipação. Assim, trimestralmente pode haver alteração no preço.
7. Os médicos são obrigados a prescrever os medicamentos gratuitos para os pensionistas
O utente deverá conversar com o médico e solicitar a prescrição de medicamento genérico. Podem existir razões que levem o médico a não prescrever determinado genérico, contudo apenas este profissional poderá justificar a sua decisão. Fale com o seu médico.