Nutricionista Inês Sanches
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07 Set, 2018 - 14:35

5 mitos sobre a vitamina D que precisa desmistificar agora!

Nutricionista Inês Sanches

Ainda são alguns os mitos sobre a vitamina D que se vai ouvindo aqui e ali. Provavelmente já ouviu falar em todos eles, só não sabia que eram falsas verdades.

5 Mitos sobre a vitamina D que precisa desmistificar agora!

Hoje vai conhecer alguns mitos sobre a vitamina D que provavelmente achava que eram verdadeiros.

O corpo necessita de vitamina D, isso é um facto. A sua principal função é ajudar o corpo a absorver cálcio dos intestinos. Este cálcio é necessário para ajudar a mineralizar o esqueleto ao longo da vida e é um mineral essencial para a formação dos ossos, que os mantém fortes e saudáveis.

Mas será que tudo aquilo que ouve sobre esta vitamina corresponde à verdade? É o que vai descobrir com este artigo.

5 Mitos sobre a vitamina D

1. “Não receberá vitamina D se usar protetor solar”

É verdade que os protetores solares de alta qualidade bloqueiam os raios UVB do sol, e esses são os raios que estimulam a pele a produzir uma forma de vitamina D, que é modificada pelo fígado antes de se tornar disponível para o corpo.

Mas a menos que se cubra cada nanómetro de pele com protetor solar, pelo menos alguns UVB conseguem passar essa barreira, principalmente pelo rosto e dedos.

No entanto, é improvável que se consiga obter vitamina D nas quantidades necessárias para atender às necessidades do seu corpo enquanto utilizar protetor solar.

2. “Todas as pessoas precisam de um exame de sangue para detectar a deficiência de vitamina D”

A questão do nível ideal de vitamina D é algo que não reúne consenso na comunidade médica.

Por um lado existe uma interpretação dos valores laboratoriais de 25-OH-D de 20-30 ng/mL (50 a 75 nmol/L) como indicadores de uma deficiência que requer correcção; por outro lado, a Academia Nacional de Medicina Norte Americana considera que 97,5 % de indivíduos com níveis superiores a 20 ng/ml apresentam vitamina D adequada para a saúde óssea.

O teste padrão, chamado 25-hidroxivitamina D, é a melhor maneira de medir os níveis sanguíneos da vitamina e até que um novo teste padrão seja acordado, a triagem regular pode ser um desperdício de dinheiro, visto não haver evidências suficientes para apoiar a triagem regular, especialmente daqueles que não estão sob risco especial para a saúde dos ossos.

O teste é importante apenas para certas populações:

  • Pessoas institucionalizadas
  • Pacientes com distúrbios gastrointestinais (como doença inflamatória intestinal)
  • Osteoporose
  • Pessoas que realizaram cirurgia bariátrica
  • Pessoas que tomem medicamentos anticonvulsivos
  • crianças que estão imobilizadas e não saem à rua

3. “A vitamina D é conhecida por prevenir o cancro”

Cada vez mais se associa a vitamina D a doenças crónicas, como esclerose múltipla, psoríase, diabetes, obesidade e doenças mentais.

Outros estudos sugerem uma relação entre o nível de vitamina D e os cancros do cólon, tireóide, rins, útero, ovário, mama e linfomas.

Mas estes são apenas estudos de associação, não ensaios clínicos randomizados que mostram uma clara relação causal entre a vitamina D e a doença.

Um grande estudo realizado na Dinamarca em 2013 descobriu que as pessoas com níveis baixos de vitamina D ao longo da vida, tinham uma probabilidade 40% maior de morrer de cancro, no entanto os investigadores pediram um estudo randomizado antes de recomendar a toma de suplementos para prevenção do cancro.

4. “Pode-se obter vitamina D suficiente através da alimentação”

Certos alimentos, principalmente as fontes de proteína animal, contêm alguma vitamina D.

Mas é muito difícil obter a vitamina D totalmente da dieta, pois as fontes de vitamina D raramente contêm as quantidades necessárias para o nosso organismo e ainda têm que passar pelo processo de absorção, que não corresponde a 100% da vitamina.

Um truque para obter o máximo de vitamina D é ingerir alimentos ricos em vitamina D juntamente com outros que contenham alguma gordura. O mesmo funciona com os suplementos, pois a vitamina D é uma vitamina lipossolúvel.

5. “Quem vive em locais com muito sol, provavelmente obtém toda a vitamina D necessária”

Se viver num local de muito sol, mas mesmo assim tiver uma rotina onde passa a maior parte do tempo dentro de casa, dentro do escritório a trabalhar ou até no carro a viajar entre casa e o emprego, viver em clima ensolarado não lhe dá muita vitamina D.

A Arábia Saudita é um dos lugares com mais sol em todo o mundo, mas nem por isso a sua população se vê livre da deficiência em vitamina D. Isso deve-se a uma combinação de normas culturais e estilos de vida passados em locais fechados devido ao calor que se faz sentir.

conclusão

Um dos principais temas referidos nos mitos sobre a vitamina D referem-se aos métodos de diagnóstico dos níveis de vitamina D. Mas também foi possível perceber que apenas algumas pessoas devem fazer o teste e recorrer a suplementação caso seja necessário.

Dê preferência a alimentos ricos em vitamina D ou alimentos fortificados. Morar num local com muito sol pode não ser a solução para obter as quantidades de vitamina C que o seu organismo necessita.

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