Já quase toda a gente sentiu desconforto nos músculos, confundida muitas vezes com dor, em alguma parte do corpo. Essas dores musculares têm o nome técnico de mialgia. E, apesar de terem variadíssimas causas, são normalmente temporárias, o que não implica que não lhes preste atenção.
Por norma, estas dores estão maioritariamente associadas à prática de desporto, tendo o nome de mialgia de esforço, e podem apresentar diferentes graus.
De todas as mialgias conhecidas, 15 a 20% relacionam-se com dores nas regiões do pescoço e ombros, seguidas de joelho e articulações na mandíbula.
Mialgia: o que é?
A mialgia é uma patologia que afeta o tecido muscular esquelético, que corresponde à maior massa do corpo humano, o equivalente a cerca de 45% do peso do corpo.
Quando a musculatura é afetada, pode acontecer que os músculos, tendões ou ligamentos se rompam, especialmente quando são submetidos a um esforço superior à sua força intrínseca e tolerância. Também a má postura e stress são muitas vezes uma alavanca para a mialgia.
Os músculos mais afetados são os menos desenvolvidos e menos exercitados, levando muitas vezes a microlesões nas fibras musculares.
As dores musculares podem ser de intensidade variável, podem surgir em qualquer parte do corpo, de forma localizada ou generalizada e podem ainda manifestar-se por um período específico de tempo (temporárias) ou serem contínuas e persistentes (crónicas).
Mialgia: graus de intensidade
As dores musculares associadas à mialgia têm os seguintes graus de intensidade:
- Grau I – ligeiras (sensação de desconforto, dor e inchaço);
- Grau II – moderadas (perda de função e formação de hematoma e equimose);
- Grau III – graves (rotura completa, dor intensa e hematoma de grande dimensão).
Quais as principais causas?
De todas as possíveis causas para as dores musculares, as mais comuns são:
- exercício físico;
- stress;
- esforço intenso de um músculo;
- lesão ou trauma do músculo.
De todas estas, o exercício é o indicador com maior relevância, e a dor desenvolve-se normalmente 24 horas após o esforço.
No entanto, apesar destas serem as mais comuns, a mialgia pode também ter outras origens, tais como:
- doenças auto-imunes;
- infeções bacterianas num músculo;
- infeções generalizadas como a malária ou, menos grave, a gripe;
- utilização de drogas.
Mialgia: principais sintomas
A mialgia é um problema que pode apresentar diversas formas, e por isso mesmo, diversos sintomas.
O principal sintoma, comum a todas as mialgias, é a dor. As dores começam por poder ser difusas ou localizadas, afetando apenas uma região ou um conjunto de regiões do corpo.
Além da dor, existem outros sintomas que dependem da região e da intensidade da dor. São eles astenia, fadiga, fraqueza muscular, sensação de formigueiro e dormência, problemas musculares, inchaço e vermelhidão.
Em situações mais complicadas, estes sintomas podem mesmo evoluir para dificuldade respiratória, febre, tonturas, enxaqueca, fraqueza muscular extrema e rigidez na zona do pescoço. Qualquer pessoa com um destes sintomas, associado a dor forte, deve ser imediatamente visto por um médico que possa diagnosticar e medicar com brevidade.
Qual o tratamento ideal para uma mialgia?
O aparecimento de dor em alguma zona é sinónimo de que algo não está correto com o organismo. Assim, é importante perceber qual a principal causa dessa dor, para se conseguir optar pelo melhor tratamento, que vai depender da gravidade e da causa da lesão. Aqui, a opinião do médico ou fisioterapeuta é essencial, uma vez que só eles têm a capacidade para aliviar e entender o que se passa.
Quando estas ocorrem como consequência de atividade física intensa, provocando lesões no músculo, existem alguns protocolos e algumas dicas específicas, descritas mais à frente neste artigo.
No entanto, quando estas dores são temporárias, devido à contração de grupos vizinhos de músculos ou traumas, o recurso a analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides ou relaxantes musculares são uma opção.
Se as dores persistirem por mais de 3 semanas, é necessário recorrer a novo tratamento, apenas prescrito e indicado pelo médico, que pode variar de caso para caso.
Em muitos caos, são necessárias também sessões de fisioterapia e reabilitação física.
Em caso de dor causada por exercício físico
Por vezes, quando a mialgia advém de uma prática de exercício físico mais intenso, o corpo denuncia-o com alguns sintomas, como por exemplo dor. Esta pode instalar-se de forma súbita e, nesses casos, é necessário agir da forma correta e rápida.
Assim, de forma a uniformizar o procedimento recorreu-se ao protocolo PRICE, descrito de seguida de acordo com as siglas:
- Proteção – imobilizar a área lesionada e protegê-la, muitas vezes sendo necessário recorrer a imobilizadores;
- Repouso – repousar, parando imediatamente a atividade física. Este descanso deve ser contínuo, segundo o tempo aconselhado pelo médico ou fisioterapeuta, e por vezes com recurso a canadianas;
- Ice (gelo) – colocar gelo na região dorida, várias vezes por dia, durante 15 a 20 minutos, aliviando assim o processo inflamatório;
- Compressão – comprimir a região de forma a reduzir o edema (podendo recorrer-se à utilização de elásticos ou faixas);
- Elevação – elevar a área afetada, de forma a reduzir o inchaço, uma vez que facilita o retorno venoso.
Como prevenir a mialgia?
Para prevenir a mialgia deve ter em consideração os seguintes procedimentos:
- aquecer sempre antes de realizar exercício físico;
- deve fazer treinos respeitando a sua capacidade física, evoluindo com o passar das semanas, dando tempo ao seu corpo para que se adapte (é importante que não queira fazer demasiado antes do seu corpo estar habituado);
- alongar quando terminar o exercício, de forma a evitar distensões musculares;
- inicie os treinos de forma lenta, e vá aumentando a intensidade ao longo do treino.