Quando falamos de métodos contracetivos, maioritariamente falamos dos métodos mais convencionais: pílula, preservativos (masculino e feminino), diafragma, diu, espermicida, entre outros. Estes métodos são os mais falados – e consequentemente os mais conhecidos – mas existem também alguns métodos contracetivos naturais.
Estes métodos naturais, descobertos em estudos realizados ao longo do tempo, reflectiram resultados que, apesar da sua eficácia ser bastante reduzida quando comparada com os métodos convencionais, têm a seu favor o facto de não utilizarem substâncias químicas ou dispositivos especiais, nem interferirem no ciclo menstrual natural. Estamos a falar de métodos tais como:
- Método do Calendário (Ogino-Knaus);
- Método do Coito Interrompido;
- Método da Temperatura Basal;
- Método do Muco Cervical (Billings);
- Método Sintotérmico.
5 Métodos Contracetivos Naturais
Método do Calendário (Ogino-Knaus)
Este método consiste em perceber em que período do mês ocorrem os ciclos menstruais da mulher, de forma a compreender o seu período mais fértil. Esta análise deve ser feita durante pelo menos 6 meses, para que os resultados da mesma sejam o mais fiáveis possível.
Após saber quais os seus ciclos de fertilidade, não poderá ter relações sexuais durante esse período, ou para o fazer terá que usar um método contraceptivo convencional como, por exemplo, o preservativo.
> Taxa de insucesso: 15 a 33 %
Método do Coito Interrompido
Entre os métodos contracetivos naturais, este é o método mais utilizado, mas também o menos fiável. O Método do Coito Interrompido consiste em, durante a relação sexual, retirar o pénis da vagina antes da ejaculação. Dessa forma evita-se a deposição de sémen no interior da vagina, reduzindo a probabilidade de ocorrer uma gravidez.
Este método tem uma taxa de fiabilidade muito baixa, quer devido ao facto de estar dependente do auto-controlo da parte de quem o utiliza, como também ao facto de, mesmo durante a relação (antes de ocorrer a ejaculação) o pénis libertar o fluído pré-ejaculatório, o qual contém uma pequena quantidade de espermatozóides que poderão também provocar a gravidez.
> Taxa de insucesso: cerca de 4%
Método da Temperatura Basal
Tal como no Método do Calendário, o Método da Temperatura Basal necessita de uma análise antes de poder ser utilizado.
A análise deve ser feita durante pelo menos 6 meses. Consiste na medição da temperatura corporal da mulher diariamente. Esta medição deve ser feita utilizando sempre o mesmo termómetro, sempre no mesmo sítio (ânus, boca ou braço) e sempre à mesma hora (preferencialmente logo após acordar).
Sabendo que a temperatura sobe entre 0,2ºC a 0,5ºC no período entre a ovulação e a menstruação seguinte, consegue, através da análise realizada previamente, saber qual é o seu período menos fértil, no qual poderá ter relações desprotegidas. Só deve iniciar as relações sexuais 3 dias após a subida da temperatura.
> Taxa de insucesso: 3 a 19%
Método do Muco Cervical (Billings)
Este método consiste na observação do muco produzido pelas glândulas do colo do útero sob a influência das hormonas sexuais femininas ao longo do ciclo menstrual. Este muco pode ser observado na entrada da vagina ou da vulva.
Nos dias seguintes ao período, o muco é muito espesso e forma uma espécie de tampão que obstrui o orifício do colo do útero (dias secos). De seguida começam a notar-se algumas secreções, inicialmente pegajosas e em reduzidas quantidades. Estas secreções vão progressivamente aumentando quer na quantidade quer na fluidez das mesmas, até ao momento da ovulação (dias húmidos). Após a ovulação tornam-se mais espessas e diminuem a quantidade.
As relações sexuais poderão ocorrer durante os dias secos, mas devem ocorrer de forma alternada (dia sim / dia não). Isto tem como objectivo evitar que os restos de sémen se possam confundir com secreções. A abstinência deve recomeçar assim que se detecte a presença de um dia húmido.
> Taxa de insucesso: 1,5 a 25%
Método Sintotérmico
Este método consiste na combinação do Método da Temperatura Basal e do Método do Muco Cervical.
Segundo este método as relações sexuais podem ocorrer nos dias secos, recomeçando a abstinência quando se detectar um dia húmido. A abstinência deverá continuar até ao quarto dia após o aumento da temperatura basal ou ao pico da máxima secreção fluída. Desta forma proporcionará uma dupla segurança.
> Taxa de insucesso: cerca de 3%