O medo é uma reação natural a uma ameaça real ou imaginada. Faz parte do normal desenvolvimento humano. Afinal, quem não tem medo? Ninguém! Todos já sentimos medos em várias ocasiões da nossa vida.
Os medos na infância estão relacionados com questões que tipicamente perturbam as crianças em determinadas fases do seu desenvolvimento.
Não devem ser menosprezados e os cuidadores têm a função de garantir que a criança se sente segura e protegida.
Quando os medos surgem fora da idade em que são normais podemos estar perante uma fobia e ser necessária a ajuda de técnicos especialistas em saúde mental.
Os Medos na Infância
Medo no bebé:
São exemplos de medos do bebé:
- Receio perante estímulos sensoriais intensos;
- Medo do estranho: com poucos dias de vida o bebé olha mais prolongadamente para a mãe do que para uma pessoa estranha; aos 3/4 meses sorri na presença de rostos familiares, mas não na presença de desconhecidos; aos 7 meses fixa atentamente a pessoa estranha, franze as sobrancelhas e pode mesmo gritar ou chorar;
- Ansiedade de separação no final do primeiro ano de vida: aos 8 meses é normal o bebé ter uma reação de protesto quando é afastado da mãe. Esta situação diminui com o passar do tempo e quando permanece para além dos 2/4 anos pode corresponder a uma perturbação de ansiedade de separação.
Medo em idade pré-escolar e escolar:
São exemplos de medos da criança em idade pré-escolar e escolar:
- Receio de criaturas com as quais nunca contactou mas que fazem parte do seu imaginário (monstros, fantasmas);
- Medo em relação a realidades que ainda não consegue compreender (fenómenos ou desastres naturais, fobias a animais).
Medo na pré-adolescência:
São exemplos de medos na pré-adolescência:
- Medos relacionados com a realização e avaliação académica e desportiva: ansiedade aos testes.
Como podem os pais saber se o medo do seu filho é saudável?
Os medos na infância são transitórios, ou seja, desaparecem por si mesmos.
É motivo de alarme apenas quando:
- Os medos são inapropriados relativamente à idade: aparecem num período de desenvolvimento em que não seria esperado ou se perduram para lá do período normal. Por exemplo, quando uma criança que aos 12 anos ainda necessita de uma luz acesa para dormir;
- Os medos são excessivos: quando é mais intenso do que é habitual numa criança de determinada idade e provocam grande mal-estar à criança.
12 dicas para os pais: como acabar com os medos na infância!
Para os pais este é um período de preocupação, já que muitas vezes não se sentem capazes de ajudar os filhos a lidar com os medos.
Mas não desespere! Ponha em prática as seguintes dicas:
- Ajude o seu filho a enfrentar os medos: não o deixe sozinho no combate ao medo;
- Ajude-o a exprimir o que sente: contactar com sentimentos não exprimidos relacionados com o medo é o primeiro passo; a libertação de sentimentos e pensamentos ocultos promove a diminuição gradual do medo;
- Transmita-lhe confiança, carinho e segurança: mostre-lhe que estará sempre por perto para tudo o que precisar;
- Caso se trate de uma criança pequena permita que utilize um objeto de conforto: objeto escolhido pela criança para lhe transmitir sensação de paz e segurança nos momentos mais difíceis;
- Escute os receios e as emoções: tranquilize-o; garanta-lhe que o vai ajudar a combater os medos; elaborem um plano conjunto de combate ao medo;
- Evite filmes, programas de televisão e jogos de computador que possam ser violentos e provocar medo, insegurança ou incompreensão;
- Vá fazendo pequeninas aproximações ao medo: acompanhe sempre o filho e elogie todos os passos que conseguir realizar;
- Peça ao seu filho para desenhar o seu medo: desenhar a situação ou aquilo de que tem medo;
- Podem também encenar situações que provocam o medo: podem utilizar peças de jogos ou bonecos;
- Faça exercícios de relaxamento;
- Não faça juízos de valor nem comparações com os irmãos, primos ou amigos: respeite a intimidade do seu filho;
- Se o medo persistir pode tornar-se numa fobia: considere recorrer a um psicólogo.