A lombalgia caracteriza-se por dor na coluna lombar, a região inferior das costas. Outros termos como “lumbago”, “dor nas costas”, “dor lombar” ou até mesmo “dor nos rins” são comummente usados.
A coluna lombar desempenha uma série de funções importantes para a manutenção do bom funcionamento do corpo humano. Essas funções incluem suporte estrutural, movimento e proteção de estruturas.
Na posição de pé a coluna lombar funciona como suporte para o peso da parte superior do corpo. Ao inclinar-se, levantar-se ou ao rodar o tronco, a coluna lombar está envolvida no movimento. Assim, lesões nas estruturas da lombar, como as vértebras, músculos, tendões e ligamentos, são frequentemente detetadas quando o corpo permanece ereto ou quando é utilizado em determinados movimentos.
Proteger as estruturas do sistema nervoso, bem como os órgãos próximos da pélvis e abdómen é uma função crítica da coluna lombar e dos seus músculos adjacentes. Desta forma, a lombalgia pode ter diversas causas resultantes de várias estruturas e mecanismos de lesão.
Lombalgia: causas
As causas mais comuns de lombalgia incluem tensão lombar, irritação das estruturas nervosas, invasão óssea e condições relativas ao osso e às articulações.
Tensão lombar
A tensão lombar pode resultar de lesão nos ligamentos, tendões e/ou músculos da coluna lombar e é considerada a causa mais comum de lombalgia. Pode ocorrer devido a uso excessivo, uso inadequado ou trauma.
Normalmente provoca desconforto localizado na região lombar, com início após um evento físico que colocou em stress os tecidos da lombar. A gravidade da lesão varia de leve a grave, dependendo do grau de tensão e do espasmo nos músculos da coluna lombar.
Irritação de estruturas nervosas
Os nervos da coluna lombar podem ser irritados pela pressão mecânica do osso ou outros tecidos, ou por doença, em qualquer ponto do seu trajeto – desde as suas raízes na medula espinal à superfície da pele.
É muito comum ocorrer a irritação da raiz nervosa devido a lesão do disco que se encontra entre as vértebras. Os discos funcionam como amortecedores, ajudando a minimizar o impacto das forças de stress sobre a coluna vertebral. Cada disco é constituído por uma componente central de natureza semilíquida (o núcleo) e uma parte circundante mais firme (o anel fibroso).
Normalmente as lesões nos discos são responsáveis por uma lombalgia de maior duração. Essas lesões podem caracterizar-se apenas por pequenos “rasgos” no anel o que, em alguns casos, não provoca sintomatologia. No entanto, devido ao desgaste contínuo do anel, lesão traumática ou ambos, o núcleo pode romper-se e sair através do anel (hérnia discal) levando à compressão das estruturas nervosas. Uma lombalgia mais severa, bem como a dor ciática, poderão traduzir-se como consequências desta lesão mais extensa.
Invasão óssea
Qualquer condição que resulte em movimento ou crescimento das vértebras da coluna lombar pode limitar e invadir o espaço das estruturas nervosas adjacentes.
Com o envelhecimento, os discos vão ficando mais desidratados e reduzem o seu tamanho, o que leva à colisão de vértebras adjacentes. O atrito daí resultante é responsável pelo processo de artrose, que estimula o crescimento do tecido ósseo (os esporões, ou “bicos de papagaio” como são usualmente conhecidos) e o espessamento dos ligamentos. Todos estes fatores contribuem para a diminuição do espaço.
Consequentemente poderá torna-se mais difícil manter a posição das vértebras, ocorrendo o seu deslizamento e compressão das estruturas nervosas vizinhas. Uma vez mais, para além da lombalgia, a dor ciática também pode surgir em detrimento da compressão nervosa.
Condições relativas ao osso e às articulações
As condições ósseas e articulares que levam à lombalgia incluem as que existem desde o nascimento (congénitas), as que resultam do desgaste ou lesão ao longo do tempo, e as que se originam a partir da inflamação das articulações.
Outras causas de lombalgia
Outras causas como problemas renais, gravidez, problemas ginecológicos e tumores, podem também estar associadas à lombalgia.
As infeções, as pedras e os hematomas no rim são frequentemente associados à lombalgia.
Relativamente à gravidez, tanto as alterações físicas como hormonais predispõem a mulher ao aparecimento da lombalgia.
Quistos nos ovários e a endometriose são exemplos de problemas ginecológicos que podem estar na origem da lombalgia.
A lombalgia pode ser causada por tumores, benignos ou malignos, que se originam nos ossos da coluna vertebral ou na medula espinal (tumores primários), ou por aqueles que se originam à distância e se espalham para a coluna (tumores metastáticos). Os sintomas variam de dor localizada a radiação de dor intensa, bem como perda de função nervosa e muscular se os tumores afetarem o tecido nervoso.
Lombalgia: sintomas
A lombalgia pode causar uma grande variedade de sintomas e sinais, dependendo da causa precisa da dor conforme abordado em cima.
- dormência;
- formigueiros nos membros inferiores;
- incapacidade de andar sem a dor piorar;
- incontinência de urina ou fezes;
- fraqueza dos membros inferiores;
- atrofia (diminuição do tamanho) dos músculos das pernas;
- febre;
- perda de peso;
- dores abdominais;
- dor na micção;
- tonturas;
- dor nas articulações;
- fadiga.