A leucemia é um tipo de cancro maligno que tem início nas células do sangue. Verificam-se alterações nos glóbulos brancos, ou leucócitos, caraterística esta que define esta doença mas cuja causa ainda não é conhecida.
Neste artigo iremos abordar os principais sintomas e fatores de risco associados, bem como algumas formas de tratamento. Assim, pretende-se que seja mais fácil reconhecer um caso destes e lidar com este problema, se já tiver algum conhecimento sobre o que é uma leucemia.
Apesar de não ser possível ainda determinar as causas, e por isso mesmo determinar as melhores formas de prevenção, a investigação contínua e a evolução da ciência permite que adultos e crianças consigam ter uma melhoria da qualidade de vida e uma probabilidade menor de ter consequências mais graves.
O que acontece na leucemia?
Num organismo dito normal, que funciona da forma ideal, as células seguem um pequeno ciclo repetitivo. Elas nascem, crescem e dividem-se em células novas que continuam o ciclo anterior. Quando as células se tornam velhas, acabam por morrem naturalmente. Este processo verifica-se em todas as células do nosso corpo.
As células do sangue formam-se na medula óssea, uma substância que existe no interior dos ossos. Antes de se tornarem adultas, têm o nome de células estaminais e quando atingem certa idade, deslocam-se para a corrente sanguínea.
Quando chegam ao sangue, podem ter uma das três funções seguintes e, segundo isso, um nome:
- Ajudar a combater infeções – glóbulos brancos ou leucócitos;
- Transportar oxigénio para todo o organismo – glóbulos vermelhos ou eritrócitos;
- Formação de coágulos que controlam as hemorragias – plaquetas.
Acontece que por vezes o ciclo descrito tem falhas e existe formação de novas células, quando o organismo ainda não precisa delas. É o que ocorre numa leucemia, onde há uma irregularidade na formação das células do sangue, nomeadamente nos glóbulos brancos.
Assim, no início esta formação não é grave uma vez que as outras células já existentes camuflam as células “doentes” que acabaram de se formar. No entanto, chega a uma altura em que as células de leucemia ultrapassam em número os glóbulos brancos saudáveis, os glóbulos vermelhos e as plaquetas, tornando-se impossível o sangue exercer a sua importante função.
Que tipos de leucemia existem?
Existem diversos tipos de leucemias e nem sempre é fácil distingui-las ou perceber as diferenças entre elas uma vez que o que as distinguem são pormenores clínicos muito específicos.
No entanto, inicialmente podemos dividi-las de acordo com as células estaminais pluripotentes que dão origem a duas linhagens de células: linfoide e mieloide. A primeira dá origem aos linfócitos e plasmócitos, traduzindo-se em leucemias linfoides ou linfoblásticas e a linfomas. Já as mieloides, dão origem a leucemias mieloides.
Além destas caraterísticas, é ainda possível distingui-las de acordo com a sua apresentação clínica. Existem leucemias que progridem e aparecem de forma súbita – leucemias agudas – e outras cujo o seu percurso é lento e gradual – leucemias crónicas.
Resumindo temos então:
- Leucemia linfoblástica aguda – a leucemia mais comum em crianças;
- Leucemia mieloide aguda – típica em crianças e adultos;
- Leucemia linfoide crónica – unicamente em adultos;
- Leucemia mieloide crónica – unicamente em adultos.
Quais os principais sintomas da leucemia?
Tal como noutras doenças, os sintomas de uma leucemia crónica não são exclusivos, o que acaba por complicar o diagnóstico precoce. De qualquer forma, o facto de possuir alguns dos sintomas que iremos abordar de seguida, não significa que apresente esta doença. Deve, no entanto, visitar o seu médico de forma a fazer os exames apropriados e perceber qual poderá ser a causa do problema.
Numa fase precoce e inicial, esta doença pode não apresentar sintomas, podendo manter-se durante meses ou anos assim. Por isso mesmo, o seu diagnóstico é frequentemente feito numa simples análise de sangue feita pelo doente por mera rotina ou por qualquer outra suspeita que não a leucemia.
Os sintomas associados são:
- Anemia: acontece devido à diminuição de glóbulos vermelhos no sangue e pode causar sensação de cansaço ou mesmo falta de ar;
- Hemorragias: o facto de haver um número reduzido de plaquetas em circulação no sangue, leva muitas vezes a feridas e/ou hemorragias gengivais ou na pele e mucosas;
- Infeções: os linfócitos têm a função de defenderem o organismo de infeções e, quando são substituídos por linfócitos doentes, como nesta doença, estes deixam de realizar a sua tarefa;
- Aumento dos gânglios linfáticos e do baço;
- Febre;
- Transpiração noturna;
- Perda de peso.
4 Fatores de risco mais importantes na leucemia
De todos os fatores de risco já estudados e que se relacionam com esta doença, existem quatro que se tornam mais evidentes quando se fala de um caso de leucemia. São eles:
- Idade: ter mais do que 60 anos (dependendo do tipo de leucemia);
- Sexo masculino;
- Antecedentes familiares: quanto mais diretos, maior o risco;
- Doenças auto-imunes: sempre que uma doença produz anticorpos contras glóbulos vermelhos ou plaquetas, aumento o risco de se desenvolver uma leucemia.
Como é feito o tratamento em caso de leucemia?
Não é fácil explicar de uma forma sucinta o tratamento de uma leucemia até porque este vai depender muito do tipo, dos sintomas, da evolução e mesmo do próprio doente. Por isso mesmo, cabe à equipa média escolher o melhor tratamento a seguir.
No entanto, as opções passam pela quimioterapia, imunoterapia com anticorpos monoclonais, radioterapia e, por vezes, transplante de medula.
O objetivo comum é mesmo normalizar as células do sangue e da medula, para que estes comecem a funcionar normalmente e a produzir células normais.